janeiro 28, 2016

Mulheres na História (LXXII) D. Teresa de Leão, mãe de D. Afonso Henriques

D. Teresa de Leão (1080, Mosteiro de Monte de Ramo (Galiza) ou Póvoa do Lanhoso – 11 de Novembro de 1130), também grafada como Tarasia ou Tareja.
D. Teresa de Leão, foi condessa de Portugal de 1112 a 1128. Era infanta do reino de Leão, esposa de Henrique de Borgonha, conde de Portucale, e mãe de D. Afonso Henriques de Borgonha, fundador do reino de Portugal, o primeiro rei de Portugal.
Teresa era filha ilegítima do rei Afonso VI de Leão e Castela e de Ximena Moniz. Viveu toda a infância na companhia da sua mãe, do  avô materno e  da sua irmã Elvira.
Em 1093, quando Teresa tinha apenas 13 anos, foi dada pelo seu pai em casamento a Henrique de Borgonha, de 24 anos, um nobre francês que o tinha ajudado em muitas conquistas aos mouros. Afonso VI doou-lhes então o Condado de Portucale, território entre o Minho e o Vouga que, a partir de 1096, se estendia entre o Minho e o Tejo. D. Henrique teve vários filhos, mas poucos sobreviveram. o único varão que chegou a adulto foi Afonso Henriques, além das suas filhas Urraca, Sancha e Teresa Henriques.
Depois da morte de Henrique, em 1112, Teresa governou o condado como rainha, por direito próprio, sendo reconhecida como tal pelo Papa, pela sua irmã, D. Urraca de Leão e Castela e, posteriormente, pelo seu sobrinho D. Afonso de Leão e Castela. A partir de 1117 assina como “Ego regina Taresia de Portugal regis ildefonssis filia”.
Atacada pelas forças da sua meia-irmã, a rainha D. Urraca de Leão e Castela, as forças de D. Teresa recuaram desde a margem esquerda do rio Minho, derrotadas e dispersas, até que D. Teresa se encerrou no Castelo de Lanhoso. Aí sofreu o cerco imposto por D. Urraca em 1121. Em posição de inferioridade, D. Teresa conseguiu ainda negociar o Tratado de Lanhoso, pelo qual salvou o seu governo do Condado Portucalense.
Em aliança com D. Teresa, na revolta galaico-portuguesa contra Urraca, junta-se Fernão de Trava, da mais poderosa casa do Reino de Galiza. Os triunfos nas batalhas de Vilasobroso e Lanhoso, selaram a aliança entre os Trava e Teresa de Portugal.
Fernão Peres de Trava passou assim a governar o Porto e Coimbra e a firmar com Teresa importantes disposições e documentos no condado de Portugal. Com a morte de Urraca, tornou-se um grande aliado do rei Afonso VII de Leão e Castela no Reino de Galiza. A sua aliança e ligação com o conde galego Fernão Peres de Trava, de quem teve duas filhas, indispôs contra ela os nobres portucalenses e o seu próprio filho Afonso Henriques. Teresa exercera a regência do Condado Portucalense durante a menoridade de D. Afonso Henriques, mas em 1122, sob orientação do arcebispo Paio Mendes de Braga, Afonso pretendeu assegurar o seu domínio no condado e armou-se cavaleiro em Zamora. Em breve, os interesses estratégicos da mãe e filho, entraram em conflito. Em 1128, juntando os cavaleiros portugueses à sua causa contra Fernão Peres de Trava e Teresa de Leão, Afonso Henriques derrotou ambos na batalha de São Mamede, quando pretendiam tomar a soberania do espaço galaico-português, e assumiu o governo do condado. Obrigada desse modo a deixar a governação, alguns autores defendem que foi detida pelo próprio filho no Castelo de Lanhoso ou se exilou num convento de Póvoa do Lanhoso, onde veio a falecer em 1130. Modernamente, depreende-se que após a batalha e já em fuga, ela e o conde Fernão Peres foram aprisionados e expulsos de Portugal. D. Teresa teria falecido na Galiza, possivelmente no mosteiro de Montederramo que refundara em 1124, de acordo com um documento assinado em Allariz. Os seus restos mortais foram trazidos mais tarde, por ordem do seu filho, já rei, D. Afonso I de Portugal, para a Sé de Braga, onde ainda hoje repousam junto ao túmulo do seu marido, o conde D. Henrique.
 
Miiniatura medieval que representa Teresa de Leão, condessa de Portugal (à direita), sua irmã Urraca I de Leão e Castela (centro) e Fernão Peres de Trava (à esquerda). Manuscrito gótico do mosteiro de Toxosoutos

O Conde D. Henrique e D. Teresa