agosto 30, 2016

Um belíssimo poema de Walt Whitman

Não deixes

"Não deixes que termine o dia sem teres crescido um pouco,
sem teres sido feliz, sem teres aumentado os teus sonhos.
Não te deixes vencer pelo desalento.
Não permitas que alguém retire o direito de te expressares,
que é quase um dever.
Não abandones as ânsias de fazer da tua vida algo extraordinário.
Não deixes de acreditar que as palavras e a poesia podem mudar o mundo.
Aconteça o que acontecer a nossa essência ficará intacta.
Somos seres cheios de paixão.
A vida é deserto e oásis.
Derruba-nos, ensina-nos, converte-nos em protagonistas
de nossa própria história.
Ainda que o vento sopre contra, a poderosa obra continua:
tu podes tocar uma estrofe.
Não deixes nunca de sonhar, porque os sonhos tornam o homem livre."


Walt Whitman

Registo Criminal Online Entrou em Funcionamento

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A 30 de agosto de 1773, morre Nicolau Nasoni

O pintor e arquiteto de origem italiana, Nicolau Nasoni nasceu a 2 de junho de 1691, na Toscana, e faleceu a 30 de agosto de 1773, no Porto, recebendo sepultura na sua Igreja dos Clérigos - obra-prima do Barroco nortenho.Discípulo do pintor Giuseppe Nasini, Nasoni inicia a sua carreira artísica na cidade de Siena. A sua formação como pintor é realizada através de encomendas de arte efémera, nomeadamente na construção e decoração de arcos de triunfo, carros alegóricos, etc. Na vertente da arquitetura, Nasoni aprendeu no atelier de Franchini e de Vicenzo Ferrati.
Após a sua estada em Siena, Nasoni dirige-se para Roma. A póxima etapa foi a Ilha de Malta. Em 1723 encontrava-se ao serviço do grão-mestre Frei António Manuel de Vilhena, incumbido de pintar algumas dependências do Palácio dos Grãos-Mestres em La Valetta. Aqui estabelece ligações com o portuense Frei Roque de Távora e Noronha, irmão do deão da do Porto, conseguindo ser contratado para uma empreitada nas obras de renovação da Catedral portuense. Deste modo, em 1725, o artista estabelece-se definitivamente na cidade do Porto.No panorama da pintura portuguesa setecentista, Nasoni destaca-se como pintor ilusionista, dominando a técnica do trompe l'oeil e da perspetiva, conferindo profundidade cenográfica a superfícies planas. Após a do Porto, onde pinta a têmpera, Nasoni encarrega-se da pintura das abóbadas da Catedral de Lamego, decorria o ano de 1737. Outros contratos são celebrados para efetivar pinturas na Igreja da Venerável Ordem Terceira de S. Francisco do Porto, na Igreja de S. Pedro de Tarouca e ainda os tetos do Palácio do Freixo, no Porto.Como arquiteto, Nasoni marcaria o Barroco setecentista na cidade do Porto e seu termo. A sua primeira e emblemática obra foi a Igreja, enfermaria e Torre dos Clérigos, cujo projeto foi apresentado em 1731 e a sua construção iniciada em 1732, é considerada a obra-prima do Barroco portuense.No período compreendido entre os anos de 1743 e 1749, Nasoni encontra-se à frente das obras de remodelação da fachada da Igreja do Senhor Bom Jesus matosinhense, reedificando em 1745 a Igreja de Santa Marinha, em Vila Nova de Gaia, e estando ainda ativo em 1749 na reconstrução da Igreja da Misericórdia do Porto.O labor deste artista italiano estendeu-se à arquitetura civil. O historiador Robert Smith atribui-lhe a autoria do risco da Quinta do Ramalde, da Quinta do Viso, da Quinta da Prelada, de Santa Cruz do Bispo e ainda do Palácio do Freixo. Provavelmente, embora a documentação seja omissa a esse respeito, Nasoni terá sido o autor do Solar de Mateus, palácio nos arredores de Vila Real.O estilo arquitetónico de Nicolau Nasoni inscreve-se no universo de um Barroco de aparato e cenográfico, influenciado pela arquitetura italiana da Toscânia e de Roma. De volumetrias sólidas, linhas túrgidas e movimentadas, o seu Barroco decorativista estabeleceu escola no Norte de Portugal, influenciando decisivamente os artistas portugueses coetâneos.Além da sua vertente de pintor-arquiteto, Nasoni idealizou diversos desenhos para peças de ourivesaria, modelos de escultura e ainda ornatos e retábulos em talha dourada, influenciando também assim os artistas do Barroco português.



Nicolau Nasoni

Torre dos Clérigos - Porto
Ficheiro:MateusPalace1.jpg
Palácio de Mateus - Vila Real

Poema de João de Deus


A vida é o dia de hoje,
A vida é ai que mal soa,
A vida é sombra que foge,
A vida é nuvem que voa;
A vida é sonho tão leve
Que se desfaz como a neve
E como o fumo se esvai:
A vida dura num momento,
Mais leve que o pensamento,
A vida leva-a o vento,
A vida é folha que cai!
A vida é flor na corrente,
A vida é sopro suave,
A vida é estrela cadente,
Voa mais leve que a ave:
Nuvem que o vento nos ares,
Onda que o vento nos mares,
Uma após outra lançou,
A vida – pena caída
Da asa da ave ferida
De vale em vale impelida
A vida o vento levou!

João de Deus

agosto 28, 2016

A 28 de agosto de 1749, nasce o poeta e dramaturgo alemão Johann Wolfgang Goethe, essência do Romantismo, autor de "Fausto" e "A Paixão do Jovem Werther"

Johann Wolfgang von Goethe nasceu de uma família nobre em Frankfurt-am-Main, no dia 28 de agosto de 1749, e morreu em Weimar, em 22 de março de1832. Tendo recebido uma educação multifacetada nos primeiros anos da sua vida, estudou Direito em Leipzig a partir de 1765. São dessa época as suas primeiras obras poéticas (canções e odes) e também o auto pastoril Caprichos do Apaixonado, que reflete o seu amor por Käthchen Schönkopf, filha de um estalajadeiro.
Doença grave obriga-o a regressar a Frankfurt em 1768, mas pouco depois retoma em Estrasburgo os seus estudos universitários, que completa em 1771.Influenciado pelo escritor e filósofo alemão Johann G. Herder (1744-1803), Goethe volta-se para o irracionalismo do movimento literário e artístico designado por Sturm und Drang, evidenciando especial interesse pela poesia popular, pelos poetas da Antiguidade (Homero, Píndaro, Ossian) e pela obra poética do dramaturgo inglês William Shakespeare (1554-1616), assim como pelo estudo da arte gótica.São dessa época os ensaios Shakespeare (1771) e Da Arte Alemã (1773).
Os seus amores pela filha do pároco de Sessenhein (Alsácia) foram a origem das poesias líricas Canção de Maio, Boas-Vindas e Despedida.
Também a ligação amorosa de Goethe com Charlotte Buff, noiva do secretário da embaixada, inspira poesias líricas, como Prometeu, Ganimedes e Cântico de Maomet; são também dessa época os poemas dramáticos Goetz von Berlichingen, Deuses, Heróis e Wieland, o poema épico O Judeu Errante, o poema dramático Clavigo (1774) e o romance epistolar e sentimental Os Sofrimentos do Jovem Werther, que é um espelho dos amores de Goethe com Charlotte Buff e que, em breve, alcança renome internacional.
A viagem à Suíça com os condes de Stolberg ocasiona o seu encontro com Carlos Augusto, o duque de Weimar, que convida Goethe para a sua corte, onde, a partir de 1776, passa a desempenhar as funções de conselheiro, e mais tarde, as de ministro de Estado.
Das relações de amizade que então trava com Charlotte von Stein, sete anos mais velha do que ele, e da influência poderosa que dela recebe no sentido do seu amadurecimento espiritual são prova as suas próximas obras, que incluem dramas para o teatro de amadores e os poemas líricos Ilmenau, Viagem de Inverno ao Harz, Cântico dos Espíritos sobre as Águas, A minha Deusa, O Cantor, À Lua, a versão em prosa de Ifigénia (1779) e o começo do romance Wilhelm Meister.
Nos anos de 1779 e 1780 acompanha o duque Carlos Augusto na segunda viagem à Suíça, de que nasceram as Cartas da Suíça.

agosto 26, 2016

Poema de Fernando Pessoa

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)

Álvaro de Campos (Fernando Pessoa), in "Poemas"


Foto: Fernando Pessoa


Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.

Há 227 anos,  a 26 de agosto de 1789, a Assembleia Nacional Constituinte de França aprovou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.

A 26 de agosto de 1743, nasce o cientista Antoine Lavoisier, fundador da Química moderna

Considerado o fundador da ciência química moderna, Antoine Laurent de Lavoisier nasceu a 26 de Agosto de 1743, em Paris, e faleceu na mesma cidade, a 8 de Maio de 1794, após ter sido condenado à morte na guilhotina. Em 1768, apenas quatro anos depois de ter concluído os estudos, entrou para a Academia das Ciências. Veio a lançar os alicerces da Química como ciência sujeita a regras e princípios racionais, como acontecia já com outras disciplinas, por exemplo a Física. Apoiado no trabalho experimental, definiu a matéria pela propriedade de ter um peso determinado, noção que desenvolveu paralelamente a um aperfeiçoamento da balança. Além disso, descobriu a composição da água e enunciou a lei da conservação da massa nas reacções, essencial na História da Química, definindo o conceito de elemento como a substância que não pode ser decomposta pela ação de processos químicos. Na obra Traité Élémentaire de Chimie (1789), propôs uma nomenclatura química sistemática e racional.
Ao mesmo tempo que se dedicava aos seus estudos científicos, Lavoisier empenhava-se na intervenção política, que era, naquele momento (a Revolução Francesa), um campo de acção particularmente atraente. Foi suplente de deputado nos Estados Gerais de 1789, tendo sido depois nomeado, sucessivamente, membro da comissão incumbida de estabelecer o novo sistema de pesos e medidas, e secretário do Tesouro. O clima político e social da França era conturbado. A ligação de Lavoisier com a Ferme Générale (sistema criado para a cobrança de impostos) não eram bem visto pela população e trouxe-lhe a fama de corrupto. Caiu em desgraça na Revolução Francesa, iniciada em 1789. Lavoisier foi preso e acusado de desvio de dinheiro público. Julgado culpado, foi guilhotinado, aos 50 anos de idade.

agosto 24, 2016

Sabia que 70% do território mundial foi descoberto por Portugueses?



Algumas pessoas desconhecem que fomos precisamente nós, os portugueses, que em tempos desbravámos território indígena e deserto pelos quatro cantos do mundo, sendo esses sítios, agora, países, nações...

Há quem diga até que perdemos demasiado tempo nas descobertas e que, por isso, enquanto outros países se desenvolviam, nós ficámos um bocado parados no tempo e que isso ainda hoje se reflecte no estado em que está o nosso país.

territorio_portugues_descobrimentos

Os descobridores levaram com eles cultura e conhecimento, trouxeram de volta outras culturas e materiais exóticos de locais que naquele tempo eram considerados impossíveis de alcançar. O mundo mudou para sempre as suas fronteiras e configuração graças aos portugueses. Nasceram assim inúmeros países novos, os primeiros cidadãos do mundo que deixou entretanto de ser plano, como se acreditava ser naquele tempo. E mais houvesse para explorar, certamente os portugueses teriam lá ido!

Descobertas:

  • 1434 – Cabo Bojador

  • 1471 – Equador

  • 1488 – Cabo da Boa Esperança

  • 1498 – Índia

  • 1500 – Brasil

  • 1513 – China

  • 1522 – Austrália

  • 1542 – Califórnia

  • 1543 – Japão

  • 1550 – Nova Zelândia

Poema de Ruy Belo...


Ruy Belo

E TUDO ERA POSSÍVEL

Na minha juventude antes de ter saído
da casa de meus pais disposto a viajar
eu conhecia já o rebentar do mar
das páginas dos livros que já tinha lido.

Chegava o mês de maio era tudo florido
o rolo das manhãs punha-se a circular
e era só ouvir o sonhador falar
da vida como se ela houvesse acontecido.

E tudo se passava numa outra vida
e havia para as coisas sempre uma saída
Quando foi isso? Eu próprio não o sei dizer.

Só sei que tinha o poder duma criança
entre as coisas e mim havia vizinhança
e tudo era possível era só querer

Os famosos biombos Namban...

Os Portugueses vistos pelos Chineses e Japoneses

Chineses: "Pode dizer-se que o objectivo da vinda dos Fu-lang-Chi (portugueses) para a China foi o comércio (...). Estas gentes são altas e Têm grandes narizes. Os olhos são como os de gato e a forma da boca como o da águia. O pêlo cresce-les até nas costas das mãos e as suas barbas são vermelhas. Amam o comércio e, apoiados no seu poder militar, têm o hábito de invadir e oprimir os mais pequenos. Vão a qualquer sítio onde haja lucro (...) Sempre que surge uma disputa, apontam para o céu e juram dizer a verdade (...)."

Japoneses: "Estes homens são comerciantes (...) Bebem em copo sem o oferecerem aos outros. Comem com os dedos e não com pauzinhos como nós. São gente que passa a vida viajando de aqui para além, sem morada certa, e trocam os produtos que possuem pelos que não têm, mas no fundo não são má gente."

Pordata lança plataforma de estatísticas direcionada para crianças


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Chama-se Pordata Kids e tal como a base de dados ‘mãe’ pretende dar a conhecer Portugal e a Europa através de números, percentagens e muitos dados estatísticos. A organização por temas – população, saúde, cultura e deporto, educação, ambiente, etc. – repete-se tal como acontece no Pordata. Mas toda a linguagem, imagem, apresentação e seleção de indicadores foram trabalhados de forma a serem acessíveis a crianças entre os 8 e os 12 anos, que tipicamente estão no 3.º ao 6.º anos de escolaridade.

Ver em:   Pordata    
Aqui encontras jogos divertidos  sobre a Pordata Kids e o nosso país. Explora-os!  
Conteúdo relacionado: Novidade Pordata KIDS, área escolas Pordata lança plataforma de estatísticas direcionada para crianças

agosto 23, 2016

Poema de Álvaro de Campos


"..Aproveitar o tempo!
Ah, deixem-me não aproveitar nada!
Nem tempo, nem ser, nem memórias de tempo ou de ser!...
Deixem-me ser uma folha de árvore, titilada por brisa,
A poeira de uma estrada involuntária e sozinha,
O vinco deixado na estrada pelas rodas enquanto não vêm outras,
O pião do garoto, que vai a parar,
E oscila, no mesmo movimento que o da alma,
E cai, como caem os deuses, no chão do Destino."


Álvaro de Campos

 

Três grandes escritores portugueses...


Fernando Namora,Miguel Torga e David Mourão-Ferreira

 Foto de Mário Ribeiro Caiado.

agosto 21, 2016

SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN

SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN, in OBRA POÉTICA (Ed. Caminho, 2010; Assírio & Alvim, 2015)

O MAR NOS MEUS OLHOS

Há mulheres que trazem o mar nos olhos
Não pela cor
Mas pela vastidão da alma
E trazem a poesia nos dedos e nos sorrisos
Ficam para além do tempo
Como se a maré nunca as levasse
Da praia onde foram felizes
Há mulheres que trazem o mar nos olhos
pela grandeza da imensidão da alma
pelo infinito modo como abarcam as coisas e os Homens...
Há mulheres que são maré em noites de tardes
e calma



Foto de Quem lê Sophia de Mello Breyner Andresen.

Poema de Fernando Namora

Terra

Onde ficava o mundo?
Só pinhais, matos, charnecas e milho
para a fome dos olhos.
Para lá da serra, o azul de outra serra e outra serra ainda.
E o mar? E a cidade? E os Rios?
Caminhos de pedra, sulcados, curtos e estreitos,
onde chiam carros de bois e há poças de chuva.
Onde ficava o mundo?
Nem a alma sabia julgar.
Mas vieram engenheiros e máquinas estranhas.
Em cada dia o povo abraçava outro povo.
E hoje a terra é livre e fácil como o céu das aves:
a estrada branca e menina é uma serpente ondulada
e dela nasce a sede da fuga como as águas dum rio.


Fernando Namora

 Foto de Mário Ribeiro Caiado.

agosto 20, 2016

O cérebro que trabalha 24horas, após 24 horas...


Dear Mind, please stop thinking so much at night... I need to sleep...

Lignino....sabe onde se encontra?

Sabe porque o cheiro dos livros antigos atraem tanta gente?
Por causa da lignino que os livros tem aquele cheiro maravilhoso de baunilha.
A lignina, é uma substância que impede que todas as árvores se curvem, é um polímero feito de unidades que são proximamente relacionadas à vanilina. Quando transformada em papel e conservada por anos, ela cheira bem. E essa é a maneira como a Divina Providência organizou as coisas para que os donos de sebos possam ter cheiro de baunilha, dando uma fome de conhecimento a todos nós.
Curioso, não é verdade?

Em homenagem a António Ramos Rosa


"Não há segredo mais supremo nem mais simples do que esta relação
vital entre o corpo e o espaço, entre o alento e a paisagem, entre o olhar
e o ser."

António Ramos Rosa, in "O Aprendiz Secreto"

Simplesmente verdade....

agosto 18, 2016

POema de António Ramos Rosa

À sombra de uma árvore
o tempo já não é o tempo
mas a magia de um instante que começa sem fim
a árvore apazigua-nos com a sua atmosfera de folhas
e de sombras interiores
nós habitamos a árvore com a nossa respiração
com a da árvore
com a árvore nós partilhamos o mundo com os deuses


António Ramos Rosa

Poema de Miguel Torga...

Miguel Torga

Não saibas: imagina...
Deixa falar o mestre, e devaneia...
A velhice é que sabe, e apenas sabe
Que o mar não cabe
Na poça que a inocência abre na areia.
Sonha!
Inventa um alfabeto
De ilusões...
Um a-bê-cê secreto
Que soletres à margem das lições...
Voa pela janela
De encontro a qualquer sol que te sorria!
Asas? Não são precisas:
Vais ao colo das brisas,
Aias da fantasia...

agosto 17, 2016

A leitura é sempre a melhor opção....


Some days, getting lost in a book, is by far the best option.

Guerra Junqueiro e EÇA DE QUEIROZ


«Vida!... punhado de areia!Morte!... rajada de vento!» - Guerra Junqueiro

«A vida é sonho para quem vela: será realidade para quem dorme?» - Oliveira Martins
«O amigo Oliveira Martins diz que a vida é um sonho; o amigo Guerra Junqueiro diz que é um punhado de areia... Se é sonho, é o único que vale a pena sonhar; se é areia, é a única sobre que vale a pena edificar.»
EÇA DE QUEIROZ

17 de Agosto de 1987: Morre o escritor brasileiro Carlos Drummond de Andrade

Escritor brasileiro, Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira, Minas Gerais, em 1902. Estudou em Belo Horizonte e diplomou-se em Farmácia, carreira que não exerceu, e fez a sua vida no Rio de Janeiro, entregando-se às letras. Aderiu ao Modernismo, no qual se distinguiu. Como poeta, estreia-se em 1930 com Alguma Poesia, obra à qual se seguem outras que estão reunidas em Poesia até Agora e Fazendeiro do Ar (1955). Aí se encontram: Alguma Poesia, Brejo das Almas (1934), Sentimento do Mundo (1940), José (1942), A Rosa do Povo (1945), Novos Poemas (1948), Claro Enigma (1951) e Fazendeiro do Ar, apenas com exclusão da poesia circunstancial de Viola de Bolso (1952). Escreve ainda Ciclo (1957), Poesias (1959) e Lição de Loiras (1962), reunindo, então, toda a sua produção literária em Obras Completas (1965).
Na sua poesia, caldeiam-se o sarcasmo, a ironia, o humor, mas há lirismo puro e profundo, a pesquisa do «sentimento do mundo», por vezes a revelação do seu mundo interior, do seu povo, da sua paisagem, atingindo a verdadeira serenidade e pureza clássicas em muitas composições. Foge do sentimental, do patético, mas afirma uma poesia séria, de sentimento límpido e acentuado sentido trágico, transmitidos com discrição e delicadeza. É, então, uma poesia séria, meditada, que se insere no Modernismo brasileiro. É evidente a sua preocupação formal e a abordagem dos temas numa atitude anti-lírica. Tem para ele um grande relevo o mistério da palavra que considera relevadora de poesia. É evidente a sua progressiva depuração quanto ao tema. Como ficcionista, escreve Contos de Aprendiz (1951); como cronista e crítico, é autor de Confissões de Mimas (1944), O Gerente (1945), Passeios na Ilha (1952), Fal, Amendoeira (1957). Na prosa há humor e ceticismo, por vezes uma certa ironia e graça sem esconder a sua natural preocupação com o homem e com o autêntico. Carlos Drummond de Andrade faleceu em 1987 no Rio de Janeiro. No ano de 2002 comemorou-se o centenário do nascimento do poeta.

Ciência Viva regressa a Anadia com “Astronomia no Verão”


Ciência Viva > "Astronomia no Verão"
Anadia > Biblioteca Municipal
Ciência Viva regressa a Anadia com “Astronomia no Verão”
No próximo dia 17 de agosto, pelas 22h00, Anadia acolherá, na Biblioteca Municipal, uma sessão de “Astronomia no Verão”, dinamizada pela Associação de Física da Universidade de Aveiro e integrada no projeto “Ciência Viva”, uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, apoiada localmente pela Câmara Municipal de Anadia.
Aproveitando as noites de Verão para conhecer o Universo, esta atividade visa permitir a observação das estrelas, da Lua e dos planetas do sistema solar, com a ajuda de um telescópio e a orientação do astrónomo José Matos.
Aberta a toda a população, com idade superior a seis anos, a sessão terá início com uma palestra intitulada “Excursões marcianas”, dedicada a Marte, o planeta vizinho que está visível nesta altura do ano. Em seguida, será realizada uma sessão de observação com telescópio no exterior da Biblioteca Municipal, em que os participantes terão a oportunidade de contemplar a Lua, Marte e Saturno. A entrada é livre.

agosto 16, 2016

A decorrer em Anadia...

2016.09.16 e 17
Festival Anadia Jovem
Anadia > Vale Santo (recinto da Feira da Vinha e do Vinho)
E é este o cartaz completo da edição 2016 do Festival Anadia Jovem.
Contamos convosco!

16 de Agosto de 1900: Morre o escritor e diplomata português José Maria Eça de Queiroz, autor de "Os Maias"

Escritor português, José Maria Eça de Queirós nasceu a 25 de novembro de 1845, na Póvoa de Varzim, filho de um magistrado, também ele escritor, e morreu a 16 de agosto de 1900, em Paris. É considerado um dos maiores romancistas de toda a literatura portuguesa, o primeiro e principal escritor realista português, renovador profundo e perspicaz da nossa prosa literária.
Entrou para o Curso de Direito em 1861, em Coimbra, onde conviveu com muitos dos futuros representantes da Geração de 70, já então aglutinados em torno da figura carismática de Antero de Quental, e onde acedeu às recentes ou redescobertas correntes ideológicas e literárias europeias: o Positivismo, o Socialismo, o Realismo-Naturalismo, sem, contudo, participar ativamente na que seria a primeira polémica dessa geração, a Questão Coimbrã (1865-1866).
Terminado o curso, iniciou a sua experiência jornalística como redator do jornal O Distrito de Évora (1866) e como colaborador na Gazeta de Portugal, onde publicou muitos dos textos - indiciadores de uma nova estilística imaginativa - postumamente reeditados no volume das Prosas Bárbaras. Em 1867 fundou o jornal O Distrito de Évora. No final desse ano, formou-se o "Cenáculo", de que viriam a fazer parte, nesta primeira fase, além de Eça, Jaime Batalha Reis, Ramalho Ortigão, Oliveira Martins e Salomão Saragga, entre outros. Após uma viagem pelo Oriente, para assistir à inauguração do canal de Suez como correspondente do Diário Nacional, regressou a Lisboa, onde participou, com Antero de Quental e Jaime Batalha Reis, na criação do poeta satânico Carlos Fradique Mendes e escreveu, em 1870, em parceria com Ramalho Ortigão, o Mistério da Estrada de Sintra. No ano seguinte, proferiu a conferência "O Realismo como nova expressão da Arte", integrada nas Conferências do Casino Lisbonense e produto da evolução estética que o encaminha no sentido do Realismo-Naturalismo de Flaubert e Zola, com influência das doutrinas de Proudhon e Taine. No mesmo ano, iniciou, novamente com Ramalho, a publicação de As Farpas, crónicas satíricas de inquérito à vida portuguesa. Em 1872, iniciou também a sua carreira diplomática, ao longo da qual ocuparia o cargo de cônsul sucessivamente em Havana (1872), Newcastle (1874), Bristol (1878) e Paris (1888). O afastamento do meio português - aonde só ia muito espaçadamente - não o impediu de colaborar na nossa imprensa, com crónicas e contos, em jornais como A Atualidade, a Gazeta de Notícias, a Revista Moderna, o Diário de Portugal, e de fundar a Revista de Portugal (1889), dando-lhe um critério de observação mais objetivo e crítico da sociedade portuguesa, sobretudo das camadas mais altas. Aliás, foi em Inglaterra que Eça escreveu a parte mais significativa da sua obra, através da qual se revelou um dos mais notáveis artistas da língua portuguesa. Foi, pois, com o distanciamento crítico que a experiência de vida no estrangeiro lhe permitiu que concebeu a maior parte da sua obra romanesca, consagrada à crítica da vida social portuguesa, de onde se destacam O Primo Basílio (1878), O Crime do Padre Amaro (2.ª edição em livro, 1880), A Relíquia (1887) e Os Maias (1888), este último considerado a sua obra-prima. Parte da restante obra foi publicada já depois da sua morte, cuja comemoração do seu centenário teve lugar no ano 2000.
Na obra deste vulto máximo da literatura portuguesa, criador do romance moderno, distinguem-se usualmente três fases estéticas: a primeira, de influência romântica, que engloba os textos posteriormente incluídos nas Prosas Bárbaras e vai até ao Mistério da Estrada de Sintra; a segunda, de afirmação do Realismo, que se inicia com a participação nas Conferências do Casino Lisbonense e se manifesta plenamente nos romances O Primo Basílio e O Crime do Padre Amaro; e a terceira, de superação do Realismo-Naturalismo, espelhada nos romances Os Maias, A Ilustre Casa de Ramires e A Cidade e as Serras.
Bibliografia: Da imensa bibliografia de Eça de Queirós salientam-se O Mistério da Estrada de Sintra, 1870 (romance); O Primo Basílio, 1878 (romance); O Crime do Padre Amaro, 2.ª ed., 1880 (romance); O Mandarim, 1880 (conto); A Relíquia, 1887 (romance); Os Maias, 1888 (romance); Uma Campanha Alegre, 1890-1891 (crónicas); A Correspondência de Fradique Mendes, 1900 (romance, edição póstuma); A Ilustre Casa de Ramires, 1900 (romance, edição póstuma); Prosas Bárbaras, 1903 (crónicas, edição póstuma); Cartas de Inglaterra, 1905 (folhetins, edição póstuma); Ecos de Paris, 1905 (folhetins, edição póstuma); Notas Contemporâneas, 1909 (crónicas, edição póstuma); Últimas Páginas, 1912 (crónicas, edição póstuma); A Capital (romance, edição póstuma)

Eça de Queirós, c.1882
Ficheiro:Os Maias Book Cover.jpg
Capa da primeira edição do volume I, em 1888

Poema de Jorge de Sena


Jorge de Sena
O poema:
Sobre esta praia me inclino.

Praias sei:
Me deitei nelas, fitei nelas, amei nelas
com os olhos pelo menos os deitados corpos
nos côncavos da areia ou dentre as pedras
desnudos em mostrar-se ou consentir-se
ou em tombar-me intentos como o fogo
do sol em dardos que se chocam brilham
em lâminas faíscas de aço róseo e duro.
Do Atlântico ondas rebentavam plácidas
e o delas ruído às vezes tempestade
que em negras sombras recurvava as águas
me ouviram não dizer nem conversar
mais do que os gestos de tocar e ter
na tépida memória as flutuantes curvas
de ancas e torsos, negridáo de pêlos,
olhos semicerrados, boca entreaberta,
pernas e braços se alongando em dedos.
Aqui é um outro oceano.
Um outro tempo.
Miro dois vultos na silente praia
pousada rente à escarpa recortada abrupta
que só trechos de areia lhes consente:
dois corpos lado a lado como espadas frias.
Ainda que desça a perpassar recantos
onde se acolherão mais corpos nus,
é um outro oceano, um outro tempo em outro
diverso em gente organizado mundo.
Ambíguos corpos, sexos vacilantes,
um cheiro de cadáver, que ao amor não feito
concentra de tristeza e de um anseio
de matar ou ser morto sem prazer nem mágoa.
Aqui mesmo de olhar-se um qual pavor gelado
pinta de palidez o rosto que sorria,
o corpo que se adiante ao gesto desenhado.
E nem mesmo de outrora e de outros mares
se atrevem a deitar-se imagens soltas
que uma vez alegria acaso tenham sido.
Se aqui nasceram deuses, nada resta deles
senão a luz mortal de corpos como máquinas
de um sexo que se odeia no prazer que tenha
e mais é de ódio ao ver-se desejado. (...)

agosto 11, 2016

Poema de Sophia de Mello Breyner Andresen

Não te chamo para te conhecer
Eu quero abrir os braços e sentir-te
Como a vela de um barco sente o vento
Não te chamo para te conhecer
Conheço tudo à força de não ser

Peço-te que venhas e me dês
Um pouco de ti mesmo onde eu habite

Sophia de Mello Breyner Andresen

11 de Agosto de 1897: Nasce a escritora britânica Enid Blyton,criadora das aventuras dos Cinco e dos Sete.

Escritora inglesa nascida a 11 de agosto de 1897, em Londres, e falecida a 28 de novembro de 1968, em Hampstead. Com apenas alguns meses de vida, a sua família deixou Londres e mudou-se para uma zona rural de Kent.
Enid teve no seu pai uma forte influência, que este se dedicava a diversas artes, como a pintura, a escrita e a fotografia. Em criança era uma grande apreciadora da leitura, embora isso desagradasse à mãe.
com os pais separados, Enid foi estudar para um colégio privado, onde desenvolveu o seu gosto pela escrita. Aos 20 anos, publicou pela primeira vez um poema seu, intitulado Have You?, que apareceu na revista Nash's Magazine. Em 1922, Enyd Blyton publicou o primeiro dos seus livros, uma coletânea de poemas chamada Child Whispers. Entretanto, tornou-se professora e, a partir de 1929 e até 1945, teve uma página semanal numa revista de professores dedicada a crianças.
Em 1938, editou o seu primeiro livro de aventuras com crianças por protagonistas: The Secret Island. Quatro anos mais tarde, em 1942, criou a série "The Famous Five" ("Os Cinco"), que tinha por protagonistas três irmãos (Julian, Dick e Anna) e uma prima, Georgina, uma maria-rapaz que gostava de ser tratada por George. O quinto elemento do grupo era um cão chamado Timmy. Em Portugal os heróis chamavam-se Júlio, David, Ana e a e o cão Tim.
Até 1963, à cadência de um por ano, Enid Blyton, escreveu 21 livros de "Os Cinco", que foram todos editados em Portugal. O primeiro chamava-se Five on a Treasure Island (Os Cinco na Ilha do Tesouro), mas houve outros como Five on Kirrin Island (Os Cinco Voltam à Ilha), Five Go to Smuggler's Top (Os Cinco e os Contrabandistas), Os Cinco e o Comboio Fantasma, Os Cinco na Casa do Mocho, Os Cinco no Lago Negro, Five on the Demon's Rock (Os Cinco na Torre do Farol) e Os Cinco e a Torre do Sábio. As histórias de "Os Cinco" deram origem a duas séries de televisão, uma em 1957 e outra em 1995.
Em 1949 Enid Blyton publicou Noddy Goes to Toyland, criando uma personagem que ainda hoje em dia é muito apreciada pelas crianças, nomeadamente através de séries de televisão difundidas em todo o mundo, um filme, banda desenhada e jogos.
Um ano mais tarde, lançou a série "Os Sete", também muito popular, mas não tanto quanto "Os Cinco".
Morreu vítima da doença de Alzheimer, depois de ter escrito mais de 600 livros.
As suas obras foram traduzidas para cerca de 70 línguas, tendo vendido mais de 60 milhões de exemplares em todo o mundo.

Análise da obra:"O Homem Vitruviano", de Leonardo da Vinci

O nome “Homem vitruviano” deriva de um trabalho realizado pelo arquitecto romano  Marcus Vitruvius Pollio que apresentou um estudo matemático no século I a. C. Nesse estudo Vitruvius descreve, num Tratado de Arquitectura, as proporções ideais do corpo humano masculino. As proporções são perfeitas e expressam o ideal clássico da beleza. As posições dos braços e pernas expressam quatro posturas diferentes, inseridas num círculo e num quadrado, ao mesmo tempo. Expressa o conceito da “Divina Proporção” que se fundamenta numa das leis que regem o equilíbrio dos corpos, a harmonia das formas e dos movimentos. E esse conceito pode ser estendido ao Universo como um todo. Isso pode ser observado no mundo que nos cerca. Assim, quando achamos algo bonito, harmonioso, significa que essas formas obedecem a uma regra geométrica especial chamada proporção áurea.
 Marcus Vitruvius Pollio descreve no terceiro livro de sua série de dez livros intitulados De Architectura as proporções do corpo humano masculino. Eis algumas:
  • O comprimento dos braços abertos de um homem (envergadura dos braços)  é igual à sua altura.
  • A distância entre a linha de cabelo na testa e o fundo do queixo é um décimo da altura de um homem.
  • A distância entre o topo da cabeça e o fundo do queixo é um oitavo da altura de um homem.
  • A distância entre o fundo do pescoço e a linha de cabelo na testa é um sexto da altura de um homem.
  • O comprimento máximo nos ombros é um quarto da altura de um homem.
  • A distância entre a o meio do peito e o topo da cabeça é um quarto da altura de um homem.
  • A distância entre o cotovelo e a ponta da mão é um quarto da altura de um homem.
  • A distância entre o cotovelo e a axila é um oitavo da altura de um homem.
  • O comprimento da mão é um décimo da altura de um homem.
  • A distância entre o fundo do queixo e o nariz é um terço do comprimento do rosto.
  • A distância entre a linha de cabelo na testa e as sobrancelhas é um terço do comprimento do rosto.
  • O comprimento da orelha é um terço do da face.
  • O comprimento do pé é um sexto da altura.
O redescobrimento das proporções matemáticas do corpo humano, no século XV, por Leonardo e outros, é considerado como uma das grandes realizações que levam ao Renascimento italiano.
Homem Vitruviano de Leonardo Da Vinci é usado como referência estética de simetria e proporção em todo o  mundo. Mas não pode ser qualquer homem, ele deverá ter proporções bem específicas:
  • Face - do queixo ao topo da testa = 1/10 da altura do corpo.
  • Palma da mão - do pulso ao topo do dedo médio = 1/10 da altura do corpo.
  • Cabeça - do queixo ao topo = 1/8 da altura do corpo.
  • Base do pescoço às raízes do cabelo = 1/6 da altura do corpo.
  • Meio do peito ao topo da cabeça = 1/4 da altura do corpo.
  • Pé = 1/6 da altura do corpo.
  • Largura do peito = 1/4 da altura do corpo.
  • Largura da palma da mão = quatro dedos.
  • Largura dos braços abertos = altura do corpo.
  • Umbigo = centro exacto do corpo.
  • Base do queixo à base das narinas = 1/3 da face.
  • Nariz - da base às sobrancelhas = 1/3 da face.
  • Orelha = 1/3 da face.
  • Testa = 1/3 da face.
O desenho original do Homem Vitruviano faz parte da “Gallerie dell’Accademia” em Veneza, Itália.

O Homem Vitruviano
Retrato de Leonardo da Vinci -Francesco Melzi 

agosto 09, 2016

Análise da obra "O Guarda-Sol" de Francisco Goya

O Guarda-Sol ou A sombrinha verde é uma das primeiras obras-primas de Francisco Goya. Óleo sobre tela, encontra-se no Museu do Prado, em Madrid. A pintura foi executada com toda a probabilidade entre 3 de Março e 12 de Agosto de 1777, a julgar pela data da entrega da obra acabada.
No verão de 1777, o artista fez de uma série de obras que estavam destinadas a decorar a sala de jantar do Príncipe das Astúrias e da sua esposa a princesa Maria Luísa. Goya criou esta imagem de uma jovem, elegante senhora, descansando depois de um passeio, sob a sombra leve de um guarda-sol chinês de cor verde. A obra iria dar lugar a uma tapeçaria que seria colocada na sala de jantar dos príncipes das Astúrias, no Mosteiro do Escorial.
A pintura exibe uma diversificada e atraente paleta de cores, realçada pelo amarelo fulminante da saia da senhora e o verde da vegetação e da sombrinha.
Goya tinha, até à altura, o hábito de apresentar os seus modelos vestidos segundo a moda francesa. Só depois começou a interessar-se pela figura das majas e dos majos. Em O Guarda-Sol, sentada no chão, está uma jovem rica, elegante, vestida ao estilo francês. Supomos que descansa de um passeio ao ar-livre, com um pequeno cão repousando no seu colo. O seu rosto, de pele rosada, encontra-se coberto pela sombra do guarda-sol que um jovem segura. Não se sabe se este rapaz era um simples criado ou um cortejo, um acompanhante do mesmo estrato social a quem foi dada permissão para fazer companhia a tão digna jovem.
A jovem sabe como adoptar uma pose atraente, e, embora não envergue o traje de uma maja, parece ter a mesma segurança feminina desta última. Entretanto, a mulher exibe igualmente uma grande delicadeza, reforçada pelo seu olhar tímido e encantador, que parece examinar o observador com algum à-vontade.
A delicadeza e elegância do seu traje denunciam a sua posição social elevada. A capa debruada a pele. A casaca de cetim, realçada pelos lenços de seda branca e rendas da mesma cor. A longa saia em amarelo-torrado e o cabelo preso por um lenço vermelho. Tudo isto sob a elegante sombra de um guarda-sol verde.
A jovem senhora, que segura um leque na mão direita, com o seu olhar assombroso, seduz o mais sagaz e satírico dos observadores.
Alguns autores referem que O Guarda -Sol de Goya terá sido influenciado por algumas obras francesas de estilo Rococó, em concreto Concerto no Parque de François Boucher, Près de vous belle Iris, de Nicolas Lancret e Alegoría de Europa, de Joseph Parrocel
A obra Vertumno e Pomona de Jean Ranc, um quadro de estilo Neoclássico, é o que mais aparece citado como influência em O Guarda-sol.

IV Concurso Municipal de Fotografia "Olhar Anadia"

Até 2016.10.29
IV Concurso Municipal de Fotografia "Olhar Anadia"
Tema: Anadia, Capital do Espumante

Reading is my favourite sport...

"De mão em mão!" - 2016



"De mão em mão!” é um projeto promovido pela Câmara Municipal de Anadia, através da Divisão de Desenvolvimento Humano, Cultural e Social, (serviço da Biblioteca Municipal de Anadia), e que consiste no encorajamento da partilha e da reutilização de manuais escolares, com vista à sua rentabilização.
Consulte as Normas de Participação, e colabore neste projeto oferecendo os Manuais Escolares que já não usa!

Para mais informações, contacte a Biblioteca Municipal de Anadia
(telef.: 231 519 090 / geral@bm-anadia.pt).
Normas e ficha em:
http://www.cm-anadia.pt/inde…/2014-04-02-14-22-30/atividades

Citação de Albert Einstein

Mulheres na História (LXXX) D. Constança Manuel, consorte de D. Pedro I

Infanta de Castela, filha de D. Constança de Aragão e do duque da localidade castelhana de Penafiel, D. João Manuel, D. Constança Manuel terá nascido em 1320 e falecido em 1345. Foi casada com o infante D. Pedro - que seria o futuro rei D. Pedro I, o Cruel (também cognominado o Justiceiroo Bravo ou o Vingativo). Por alturas do seu casamento, D. Afonso IV, pai de D. Pedro, doou-lhe Viseu, Alenquer e Montemor-o-Novo.
D. Pedro casou-se com D. Branca de Castela em 1328, em consequência do acordo entre Afonso IV de Portugal e Afonso XI de Castela. Porém, Branca foi repudiada no ano seguinte, devido a ter debilidades físicas e mentais.D. Pedro (que somente seria rei em 1357) casou-se posteriormente com D. Constança por procuração a 28 de fevereiro de 1336, em Évora. No entanto D. Constança só chegou a Portugal a 7 de julho de 1340, pois Afonso XI de Castela, a quem estava prometida, reteve-a prisioneira na povoação castelhana de Toro. Este facto originou uma guerra que terminou com a vitória de Portugal e a vinda de D. Constança.
Como dama de companhia trouxe Inês de Castro, uma fidalga galega, pela qual D. Pedro se apaixonou e da qual acabaria por ter quatro filhos. D. Constança apercebeu-se da atração do marido pela dama galega e para impedir que alguma ligação surgisse entre eles pediu a Inês de Castro para ser madrinha de D. Luís, seu segundo filho. Assim, além da condenação do adultério pelo Direito Canónico, havia também o impedimento da ligação carnal entre compadres, unidos por laços de sangue. No entanto, a morte de D. Luís, uma semana depois, deitaria por terra estes planos.
D. Pedro e D. Constança tiveram três filhos: D. Maria, nascida a 6 de abril de 1342 em Évora, que se casou em 1354 com D. Fernando de Aragão e morreu depois de 1363 em Aveiro, sendo sepultada no Mosteiro de Santa Clara em Coimbra; D. Luís, afilhado de Inês de Castro e que morreu uma semana depois de ter nascido, em 1344; e D. Fernando (futuro rei D. Fernando I), nascido em Coimbra a 1 de outubro de 1345 e falecido em 1383. 
D. Constança morreu em 1345 (alguns advogam a data de 1349), pouco tempo após o nascimento do seu último filho.  Não chegaria a ver o seu marido subir ao trono português.O seu túmulo encontra-se no Museu do Carmo, em Lisboa.
D. Constança Manuel
D. Pedro I de Portugal

D. Inês de Castro
Chegara a Portugal D. Constança
E com ela a formosa Inês de Castro
De olhos verdes em rosto de alabastro
Gentil colo de garça e loira trança.

É a esposa esquecida e sem tardança
D. Pedro segue, fascinado, esse astro
De amor fatal cujo sangrento rastro
Ficou na História em trágica lembrança.

E não sei qual foi mais desgraçada,
Se a zelosa esposa desdenhada
Se a desditosa e sedutora amante…

Mas Constança, acredito, preferia
Ter a morte de Inês – morte sombria
E ser amada ao menos um instante!
Luís de Camões - Sonetos