julho 25, 2015

Definição de LIVRO....


Eu estou no livro.
O livro é o meu universo, o meu país, o meu telhado, o meu enigma.
O livro é o meu lar, o meu descanso....

As coisas simples da vida...como a leitura....


"Eu aprendi que são os pequenos acontecimentos diários que tornam a vida espetacular!”

William Shakespeare

julho 21, 2015

"Os livros" de Manuel António Pina

Manuel António Pina


Os livros 

É então isto um livro,
este, como dizer?, murmúrio,
este rosto virado para dentro de
alguma coisa escura que ainda não existe
que, se uma mão subitamente
inocente a toca,
se abre desamparadamente
como uma boca
falando com a nossa voz?
É isto um livro,
esta espécie de coração (o nosso coração)
dizendo “eu” entre nós e nós?

Aula de Geografia...


Crescimento efectivo da população europeia após milénio (2001-2011) à escala municipal.

Legenda: AZUL ESCURO=Despovoamento com queda populacional anual média de 2 por cento ou mais; AMARELOS=Municípios sem alteração estatisticamente significativa; VERMELHO ESCURO=Crescimento da população com aumento populacional anual média de 2 por cento ou mais

julho 20, 2015

Poema de ALEXANDRE O'NEILL

ALEXANDRE O'NEILL, in NO REINO DA DINAMARCA (Guimarães Ed., 1959)

AMIGO

Mal nos conhecemos
Inaugurámos a palavra «amigo».

«Amigo» é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!
«Amigo» (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
«Amigo» é o contrário de inimigo!
«Amigo» é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado,
É a verdade partilhada, praticada.
«Amigo» é a solidão derrotada!
«Amigo» é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
«Amigo» vai ser, é já uma grande festa!
*
Óleo s/ tela: Friends, por ©Liz Gribin
*
(LT)

Tabela do hífen...

O maior dos capitais - a inteligência...


“Um ladrão rouba um tesouro, mas não furta a inteligência.
Uma crise destrói uma herança, mas não uma profissão.
Não importa se não tem dinheiro, pois é uma pessoa rica desde que possua o maior de todos os capitais: a sua inteligência. 
Invista nela.”

Augusto Cury

Imagem da Quinta de Tormes onde viveu Eça de Queirós...


Fundação Eça de Queiroz

Quinta de Tormes, em Baião

Calouste Gulbenkian

A 20 de julho de 1955, morre em Lisboa, Calouste Gulbenkian, mecenas e coleccionador de arte

Calouste Gulbenkian nasceu em Scutari, Istambul, a 23 de Março de 1869, filho de Sarkis e Dirouhie Gulbenkian, membros de uma ilustre família arménia cujas origens remontam ao século IV. 
Calouste Gulbenkian começou os seus estudos em Kadikoy (Calcedónia), primeiro na escola Aramyan-Uncuyan, depois na escola francesa de St. Joseph. Esteve em Marselha, a aprofundar os conhecimentos de francês. Foi no King's College de Londres, que se diplomou, com distinção, em engenharia (1887). 
Aos 22 anos, Calouste Gulbenkian viajou pela Transcaucásia e visitou os campos petrolíferos de Baku. Corria o ano de 1891. A jornada inspirou a escrita de um livro - «La Transcaucasie et la Péninsule d'Apchéron - Souvenirs de Voyage» - do qual alguns capítulos foram reproduzidos na «Revue des Deux Mondes» com o título «Le pétrole, source d' énergie». Detentor de uma fortuna colossal, o bem sucedido homem de negócios tornara-se num dos mais notáveis coleccionadores de arte do século XX.
A paixão de Calouste Gulbenkian pela arte revela-se cedo. É acima de tudo a beleza dos objectos que lhe interessa. Junta ao longo da vida, ao sabor das viagens e conduzido pelo seu gosto pessoal, por vezes após longas e laboriosas negociações com os melhores peritos e comerciantes especializados, uma colecção muito eclética, única no mundo. São hoje mais de 6000 peças, desde a Antiguidade até ao princípio do sec. XX. O seu apego às obras que vai adquirindo é tal que as considera suas filhas. 
 Em busca de tranquilidade, chegou a Lisboa em Abril de 1942, tendo passado os últimos treze anos da sua vida no Hotel Aviz, onde viria a morrer a 20 de Julho de 1955. 
Reconhecido pela boa hospitalidade “que nunca havia sentido em mais lado nenhum”, presenteou, entre 1949 e 1952, o Museu Nacional de Arte Antiga de Lisboa com um importante núcleo de azulejos oriundos do Médio Oriente, uma escultura egípcia do período ptolomaico, um torso grego do século V a.C., bem como um notável conjunto de arte europeia com obras de Lucas Cranach, o Velho, Van Dyck, Largillière, Hubert Robert, Reynolds, Hoppner, Dupré, Courbet e Rodin.

julho 19, 2015

Citação de Jorge Mendes....


'Não possuímos direito maior e mais inalienável do que o direito ao sonho. O único que nenhum ditador pode reduzir ou exterminar'

Jorge Amado

julho 17, 2015

Ao Volante de Álvaro de Campos


Ao Volante

Álvaro de Campos, in "Poemas"

Ao volante do Chevrolet pela estrada de Sintra,
Ao luar e ao sonho, na estrada deserta,
Sozinho guio, guio quase devagar, e um pouco
Me parece, ou me forço um pouco para que me pareça,
Que sigo por outra estrada, por outro sonho, por outro mundo,
Que sigo sem haver Lisboa deixada ou Sintra a que ir ter,
Que sigo, e que mais haverá em seguir senão não parar mas seguir?

Vou passar a noite a Sintra por não poder passá-la em Lisboa,
Mas, quando chegar a Sintra, terei pena de não ter ficado em Lisboa.
Sempre esta inquietação sem propósito, sem nexo, sem conseqüência,
Sempre, sempre, sempre,
Esta angústia excessiva do espírito por coisa nenhuma,
Na estrada de Sintra, ou na estrada do sonho, ou na estrada da vida...

Sou um guardador de rebanhos de Alberto Caeiro

Sou um guardador de rebanhos

O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.

Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto,
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz.

Alberto Caeiro in "O Guardador de Rebanhos"
(heterónimo de Fernando Pessoa)

[Desenho: "Retrato de Fernando Pessoa", de Almada Negreiros, 1935]

julho 15, 2015

English time...

Poema de Álvaro de Campos....


Ao Volante

Álvaro de Campos, in "Poemas"

Ao volante do Chevrolet pela estrada de Sintra,
Ao luar e ao sonho, na estrada deserta,
Sozinho guio, guio quase devagar, e um pouco
Me parece, ou me forço um pouco para que me pareça,
Que sigo por outra estrada, por outro sonho, por outro mundo,
Que sigo sem haver Lisboa deixada ou Sintra a que ir ter,
Que sigo, e que mais haverá em seguir senão não parar mas seguir?

Vou passar a noite a Sintra por não poder passá-la em Lisboa,
Mas, quando chegar a Sintra, terei pena de não ter ficado em Lisboa.
Sempre esta inquietação sem propósito, sem nexo, sem conseqüência,
Sempre, sempre, sempre,
Esta angústia excessiva do espírito por coisa nenhuma,
Na estrada de Sintra, ou na estrada do sonho, ou na estrada da vida...

julho 14, 2015

Citação de Cervantes...

"A liberdade é um dos dons mais preciosos que o céu deu aos homens. Nada a iguala, nem os tesouros que a terra encerra no seu seio, nem os que o mar guarda nos seus abismos. Pela liberdade, tanto quanto pela honra, pode e deve aventurar-se a nossa vida."

Cervantes

É mesmo muito fundamental....

Uma ótima sugestão de reinventar os velhos cacifos nasEscola...

Teachers Decorate School Lockers To Look Like Gigantic Bookshelf

julho 12, 2015

"COM QUE VOZ..." de LUIS VAZ DE CAMÕES


LUIS VAZ DE CAMÕES, in LÍRICA COMPLETA (Imprensa Nacional, 1986)

COM QUE VOZ...

Com que voz chorarei meu triste fado,
que em tão dura paixão me sepultou.
que mor não seja a dor que me deixou
o tempo, de meu bem desenganado.
Mas chorar não estima neste estado
aonde suspirar nunca aproveitou.
triste quero viver, poi se mudou
em tisteza a alegria do passado.
Assim a vida passo descontente,
ao som nesta prisão do grilhão duro
que lastima ao pé que a sofre e sente.
De tanto mal, a causa é amor puro,
devido a quem de mim tenho ausente,
por quem a vida e bens dele aventuro

Poema de Pablo Neruda


Pablo Neruda

É proibido

É proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer
Ter medo de suas lembranças.

É proibido não rir dos problemas
Não lutar pelo que se quer,
Abandonar tudo por medo,
Não transformar sonhos em realidade.
É proibido não demonstrar amor
Fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor.
É proibido deixar os amigos

julho 11, 2015

Poema de SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN



SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN, in POESIA (Coimbra, ed. autora, 1944; 7ª ed, Assírio & Alvim, 2013)

PAISAGEM

Passavam pelo ar aves repentinas,
O cheiro da terra era fundo e amargo,
E ao longe as cavalgadas do mar largo
Sacudiam na areia as suas crinas.

Era o céu azul, o campo verde, a terra escura,
Era a carne das árvores elástica e dura,
Eram as gotas de sangue da resina
E as folhas em que a luz se descombina.
Eram os caminhos num ir lento,
Eram as mãos profundas do vento
Era o livre e luminoso chamamento
Da asa dos espaços fugitiva.
Eram os pinheirais onde o céu poisa,
Era o peso e era a cor de cada coisa,
A sua quietude, secretamente viva,
E a sua exalação afirmativa.
Era a verdade e a força do mar largo,
Cuja voz, quando se quebra, sobe,
Era o regresso sem fim e a claridade
Das praias onde a direito o vento corre.

julho 09, 2015

Uma aula ao vivo de Geologia....


"PEDRAS PARIDEIRAS"

Fenómeno geológico só observável nesse local preciso do planeta: a aldeia da Castanheira, na freguesia de Albergaria, no topo da serra da Freita, perto de Arouca..

Padrão dos Descobrimentos em Belém em Lisboa...



Um cantinho que todos desejamos ter...


Um "cantinho" de leitura bem especial....

Poema de Almeida Garrett


Beleza

Vem do amor a Beleza,
Como a luz vem da chama.
É lei da natureza:
Queres ser bela? - ama.

Formas de encantar,
Na tela o pincel
As pode pintar;
No bronze o buril
As sabe gravar;
E estátua gentil
Fazer o cinzel
Da pedra mais dura...
Mas Beleza é isso? - Não; só formosura.
Sorrindo entre dores
Ao filho que adora
Inda antes de o ver
- Qual sorri a aurora
Chorando nas flores
Que estão por nascer –
A mãe é a mais bela das obras de Deus.
Se ela ama! - O mais puro do fogo dos céus
Lhe ateia essa chama de luz cristalina:
É a luz divina
Que nunca mudou,
É luz... é a Beleza
Em toda a pureza
Que Deus a criou.

Almeida Garrett, in 'Folhas Caídas'

Alunos do 9.º ano regressam a médias negativas a Matemática

A média das notas nas provas finais de 9.º ano a Matemática voltaram a terreno negativo (48%). Já a Português a média subiu três pontos, para os 58%. Ministério fala em "dificuldades significativas".

A média a Matemática na primeira fase das provas finais do 3.º ciclo desceu, este ano, três pontos percentuais, fixando-se nos 48%, voltando assim a terreno negativo. Já a Português, os alunos do 9.º ano melhoraram ligeiramente a média, que chegou aos 58%, três pontos acima da registada em 2013/2014.
Na prova de Português, 77% dos alunos obtiveram uma classificação positiva. Já a Matemática, apenas metade dos alunos obtiveram classificação igual ou superior a 50%, segundo os resultados divulgados, esta quinta-feira, pelo Ministério da Educação e Ciência .
Verificou-se também, em ambas as disciplinas, uma elevada proximidade entre as classificações internas dos alunos e as classificações obtidas nas provas finais.
O Ministério da Educação e Ciência salienta que estes resultados mostram ainda a existência de uma percentagem elevada de alunos com dificuldades significativas nestas disciplinas estruturantes”, refere o ministério em comunicado.
O MEC sublinha ainda que houve mais alunos a obterem notas altas (acima de 70%) tanto a Português como a Matemática.
As provas finais do 3.º ciclo do ensino básico de 2015 foram realizadas em 1.279 escolas e estiveram envolvidos nestas provas cerca de 10 mil professores vigilantes e pertencentes aos secretariados de exames, bem como 4.557 professores classificadores.

Poema LIBERDADE de Fernando Pessoa...

Liberdade

Ai que prazer 
Não cumprir um dever, 
Ter um livro para ler 
E não fazer! 
Ler é maçada, 
Estudar é nada. 
Sol doira 
Sem literatura 
O rio corre, bem ou mal, 
Sem edição original. 
E a brisa, essa, 
De tão naturalmente matinal, 
Como o tempo não tem pressa... 

Livros são papéis pintados com tinta. 
Estudar é uma coisa em que está indistinta 
A distinção entre nada e coisa nenhuma. 

Quanto é melhor, quanto há bruma, 
Esperar por D.Sebastião, 
Quer venha ou não! 

Grande é a poesia, a bondade e as danças... 
Mas o melhor do mundo são as crianças, 

Flores, música, o luar, e o sol, que peca 
Só quando, em vez de criar, seca. 

Mais que isto 
É Jesus Cristo, 
Que não sabia nada de finanças 
Nem consta que tivesse biblioteca... 

Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"


 
 

julho 07, 2015

MANUEL ANTÓNIO PINA


MANUEL ANTÓNIO PINA, in TODAS AS PALAVRAS - POESIA REUNIDA (Assírio & Alvim, 2012)

LUGAR

Quem está aqui
cada vez mais longe?
O que fala foge
para dentro de si.

Quanto tempo passou
pelo que já não sou
em que doutro lugar
onde não estou a estar?
Alguém brinca infinitamente
num jardim e em mim
lembrando-se de isto em mim,
imaterial e ausente.
E sinto em alguém
que tudo é tudo
e eu também,
vasto e profundo

Faz hoje cinco anos que morreu Matilde Rosa Araújo, com 89 anos.


Nasceu em Lisboa a 20 de Junho de 1921, numa quinta dos avós em Benfica. Após estudos secundários ministrados em casa por professores particulares, em 1945 licenciou-se em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, tendo feito, pela primeira vez em Portugal, uma tese sobre jornalismo. Foi professora do ensino secundário técnico-profissional em várias cidades do país (do Barreiro a Portalegre e do Porto a Elvas). Foi também professora do primeiro curso de Literatura para a Infância, na Escola do Magistério Primário de Lisboa.
A sua estreia na literatura teve lugar em 1943 com a história "A Garrana", com a qual venceu o concurso "Procura-se um Novelista", promovido pelo jornal O Século e pelo Rádio Clube Português. Para o público adulto escreveu também "Estrada Sem Nome", "Praia Nova", "O Chão e a Estrela" e "Voz Nua".
Na literatura para crianças, o primeiro título publicado foi "O Livro da Tila" (1957). Seguiram-se "O Palhaço Verde", "História de um Rapaz", "O Sol e o Menino dos Pés Frios", "O Reino das Sete Pontas", "História de uma Flor", "O Gato Dourado", "As Botas de Meu Pai", "As Fadas Verdes", "Segredos e Brincadeiras", "A saquinha da flor" e "Lucilina e Antenor", entre muitos outros títulos. Com ela colaboraram várias gerações de ilustradores portugueses, de Maria Keil a Gémeo Luís, de João Fazenda a Manuela Bacelar.
Dedicou-se intensamente à defesa dos direitos das crianças através da publicação de livros e de intervenções em organismos com actividade nesta área, como a UNICEF em Portugal.
Recebeu importantes prémios literários. O primeiro, em 1943, do jornal O Século; posteriormente o Grande Prémio Gulbenkian de Literatura Infantil (1980) pelo conjunto da sua obra, e novamente, em 1996, o Grande Prémio Gulbenkian de Literatura para Crianças e Jovens, pelo livro "As Fadas Verdes". Em 1994 e em 2006, foi candidata ao Prémio Hans Christian Andersen, um dos mais importantes do mundo.

Língua portuguesa, uma língua para o futuro...

No âmbito dos 725 anos da sua fundação, a Universidade de Coimbra organizará um Congresso Internacional que encerra as comemorações, cujo propósito central será refletir sobre a língua portuguesa como idioma do futuro, em vários aspetos que essa visão prospetiva envolve.

Toda a comunidade científica, em Portugal, nos restantes países de língua oficial portuguesa, noutros países em que a língua portuguesa é estudada e ainda na diáspora portuguesa, está convidada a participar no congresso internacional "A Língua Portuguesa: uma Língua de Futuro", a realizar no Convento de S. Francisco, em Coimbra, de 2 a 4 de dezembro de 2015.

Atenção a este evento em Coimbra....

Citação de Mega Ferreira....


"Há livros que nos prendem desdes as primeiras páginas, porque é como se tivessem sido escritos para nós.
Não é que o mundo não tenha direito a conhece-los, apenas, enquanto o lemos, o resto do mundo deixa de existir para nós"

António Mega Ferreira

julho 06, 2015

7º aniversário da Biblioteca Municipal de Anadia e entrega de prémios aos alunos

BIBLIOTECA MUNICIPAL DE ANADIA CELEBROU SETE ANOS NA NOVA CASA
A Câmara Municipal de Anadia comemorou o 7º aniversário da sua Biblioteca Municipal durante a tarde de sábado, na sala polivalente desse espaço cultural com um bolo que assinalou a efeméride.
A partir das 15h00, na sala polivalente da Biblioteca,  procedeu-se à entrega de prémios aos vencedores de diversas iniciativas que a autarquia, através da Biblioteca Municipal de Anadia, levou a cabo no âmbito da promoção das literacias: o concurso escolar "Ler e Aprender", o concurso de poesia "Letras da Primavera" e o concurso municipal de fotografia "Olhar Anadia". No âmbito deste aniversário, foram ainda distinguidos os “Utilizadores do Ano”, em diferentes categorias que correspondem aos utilizadores mais assíduos.

Destacamos aqui os nossos queridos alunos vencedores que muitos nos honram e a quem  renovamos os nossos parabéns!

2ºCEB/ GÉNERO LIRÍCO/ "Lembro-me" Inês Silva
                GÉNERO NARRATIVO/ "Encontro inesquecível" Gonçalo Ferreira

3ºCEB/ GÉNERO NARRATIVO / Amor separado e recuperado* Raquel Seiça
* Texto distinguido com uma menção honrosa pela sua extensão e complexidade, pois contém 150  páginas!!!

Vejam as imagens, por favor!









 

Poema de Fernando Pessoa...


Gradual, desde que o calor

Teve medo,
A brisa ganhou alma, à flor
Do arvoredo.
Primeiro, os ramos animaram
As folhas que há,
Depois, cinzentos, oscilaram,
E depois já
Toda a árvore era um movimento
E o fresco viera.
Medita sem ter pensamento!
Ignora e ‘spera!

Fernando Pessoa, 31 - 7 - 1930
In Poesia 1918-1930 , Assírio & Alvim

julho 03, 2015

Expressões que usamos frequentemente...

Se sempre teve curiosidade em conhecer porque é que “A Maria que vai com as outras”, este livro é “Ouro sobre azul” para si. Andreia Vale sabia que, para que a sua existência tivesse significado, teria de plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro. Começou pelo meio, seguiu para o último objetivo e talvez passe para a botânica em breve. Mas entretanto publicou o “Puxar a Brasa à Nossa Sardinha”.
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“Puxar a Brasa à Nossa Sardinha” foi escrito por Andreia Vale e publicado pela editora Manuscrito. A ilustração da capa é da autoria de Sofia Ramos.
Publicado pela editora Manuscrito, a jornalista  explica a origem de 271 expressões idiomáticas que a História e os estrangeiros puseram na boca dos portugueses. O livro pode ser adquirido a partir de 3 de julho por 13,99€: “É trigo limpo farinha Amparo”.
Seleccionámos oito das mais de 200 expressões idiomáticas utilizadas pelos portugueses à grande e à francesa selecionados pela autora. Ora leia que “Nunca é tarde para aprender”:.
Nem disse água vai nem água vem.
É uma das expressões que entrou na boca dos portugueses depois do terramoto de 1755, explica Andreia Vale. Quando Sebastião José de Carvalho e Melo – o Marquês de Pombal – ficou responsável pela reconstrução da capital após o abalo, decidiu que ia implementar um sistema de esgotos.
Na altura foi uma revolução… e uma esperança na higiene da cidade. É que até aquele momento, a água suja de casa (sim, essa que inclui até mesmo as da casa de banho) eram atiradas pela janela para a rua. Diziam as empregadas “Água vai!” e toda a gente sabia que o melhor era sair das proximidades.
A expressão “Nem disse água vai, nem água vem” surgia sempre que alguém fazia algum desses despejos sem avisar. E ficou para exemplificar exatamente a ideia de que alguém não fez o devido alerta ou aviso do que devia.
Há mar e mar, há ir e voltar.
Há frases que todos usamos que nasceram da publicidade. Alguns dos anúncios têm que se lhe diga, pois foram criados por grandes poetas. Basta lembrar o “Primeiro estranha-se, depois entranha-se” que Fernando Pessoa criou para a Coca-Cola quando estava ao serviço da agência Hora nos finais dos anos 20.
Já o “Puxar a Brasa à Nossa Sardinha”, segundo Andreia Vale, foi criada por Alexandre O’Neill, um dos autores que mais expressões criou para o mundo publicitário, nos anos 60. O Instituto de Socorros a Náufragos estava preocupado com os afogamentos nas praias e decidiu lançar uma campanha de segurança. O poeta português ajudou e lançou esta frase, que agora é usada como alerta para diversas situações.
Mas a primeira ideia do poeta era outra, marcada pelo seu humor negro: “Passe um verão desafogado”, propôs ele, mas não foi aceite. Nem desta vez, nem com a proposta que mandou à marca de colchões Lusopuma: “Com colchões Lusopuma você dá duas que parecem uma”. E como não há duas sem três, a ironia de Alexandre O’Neill, que quase pôs em causa o seu trabalho no Jornal de Letras, ficou bem patente no slogan para o Metropolitano de Lisboa: “Vá de metro, Satanás”. Um  criativo, como se vê.
Deixámos isso em banho-maria.
A expressão que usamos quando deixamos em suspenso ou adiamos um determinado assunto, cuja resolução ainda pode demorar a concretizar-se. Mas a verdade é que “deixar algo em banho-maria” remonta ao tempo da panelas de cobre e das velhas colheres de pau.
Durante o banho-maria, cozinham-se os alimentos dentro de um recipiente colocado num outro cheio de água quente. O método saiu dos laboratórios químicos que produziam produtos para as farmacêuticas ou criavam cosméticos, processos extremamente lentos.
Mas quem era Maria? Diz-se que era uma judia alquimista de Alexandria. Viveu trezentos anos antes do nascimento de Jesus de Nazaré e é a ela que se atribui a descoberta do “aquecimento lento e gradual através da água como alternativa à manipulação das substâncias diretamente no fogo”, escreve Andreia Vale no livro sobre expressões do dia-a-dia.
Mas Marias há muitas que utilizaram – e utilizam ainda hoje – esta técnica.
Quebrar o gelo.
Fazer algo que quebre o gelo é sempre boa ideia numa “situação de impasse”, garante Andreia Vale, porque serve para “criar empatia” ou terminar com um silêncio tenso.
A expressão está relacionada com os barcos que são utilizados para abrir caminho por entre o gelo polar, uma operação que custa 24 mil euros. O maior barco para esse fim é o NS 50 Let Pobedy, um navio russo movido a energia nuclear.
É preciso um grande jogo de cintura.
É preciso tê-lo em situações delicadas ou mais árduas. E onde é que pode haver confrontos mais complicados do que no pugilismo? Andreia Vale explica que “jogo de cintura” é o que todos os atletas desta modalidade precisam de ter para sobreviver no ringue.
A parte de baixo do corpo é importante para o movimento, enquanto a parte de cima é essencial para escapar às investidas do adversário. A cintura tem de ter reflexos rápidos para evitar acidentes.
Voltando à vaca fria…
A raíz desta expressão parece estar no teatro francês. “A Farsa do Advogado Pathelin” é uma peça da Idade Média de autor desconhecido. É uma crítica satírica dos comerciantes e dos homens da lei, que faziam parte da alta sociedade em França naquela época.
Pathelin é um advogado mentiroso que burla um comerciante chamado Guillaume Joceaulme. Entre uma fala e outra, descobre-se que um pastor roubou vacas a Guillaume. Mas quando vê que afinal é Pathelin que tem os animais, o comerciante acaba por misturar os dois assuntos – isto é, o roubo e a burla. Quando se quer concentrar no desaparecimentos dos animais, diz: “Voltemos às nossas vascas”.
Outra teoria leva-nos de novo para a cozinha. No século XV, havia o hábito de comer bifes de vaca grelhados ao jantar. À ceia comia-se de novo bife, mas dessa vez devia estar frio.
Isto não é a casa da Joana.
Estar à vontade não é estar “à vontadinha”, já diz o bom português. E há pessoas que não entendem onde está o limite quando se relacionam com alguém.
Joana foi uma mulher do século XIV, condessa da Provença e rainha de Nápoles. Em 1347, Joana tinha 21 anos e decidiu impor regras aos bordéis de Avignon, para onde fugiu quando se tornou suspeita da morte do marido ou – porque a história tem duas versões, alerta o livro – foi expulsa da Igreja devido à vida boémia que levava.
A regra da Joana: todos os estabelecimentos de prostituição tinham de ter uma porta (fechada) para bater antes de entrar.
Sangue, suor e lágrimas.
Como muitas outras, “sangue, suor e lágrimas” vem de uma declaração de guerra.
A 13 de maio de 1940, Winston Churchill fez a primeira declaração enquanto primeiro-ministro. Estava-se a viver a II Guerra Mundial e o político mostrou uma vez mais a capacidade para fazer discursos marcantes. Em plena Câmara dos Comuns, afirmou: “Não tenho nada a oferecer além de sangue, suor ou lágrimas”. A frase ficou para a História.
No entanto, a expressão seria do general italiano Giuseppe Garibaldi, que a proferira em 1849 e que voltou a ser usada por Georges Clemenceau, primeiro-ministro francês, em 1917. Ambos eram políticos de referência para Churchill.

A não perder de vista...

É já no próximo sábado e 3 dos nossos alunos irão ser premiados....


Deus quer, o homem sonha, a obra nasce....


MAR PORTUGUÊS

 O Infante

Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,
E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.
Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!

Fernando Pessoa, in 'Mensagem'