fevereiro 04, 2016

PÓRFIRO

Para os que não sabem e têm interesse em saber, o termo “pórfiro”, com tendência a desaparecer na actual nomenclatura petrográfica, foi usado na Antiguidade por gregos e romanos em referência a uma rocha bem conhecida e usada no Egipto antigo. O termo radica no grego, porphyreos, nome da concha de um molusco de onde se extrai a púrpura, corante vermelho desde sempre usado em tinturaria.
Nos primórdios da petrografia científica (2ª metade do séc. XIX) o pórfiro foi apresentado como uma rocha composta por uma pasta ou matriz afanítica vermelha semelhante ao jaspe, envolvendo fenocristais dispersos de quartzo e de feldspato. Esta descrição teve como padrão rocha de forte coloração vermelha com fenocristais esbranquiçados de quartzo e de feldspato, oriunda do Egipto, usada como pedra ornamental, celebrizada pelo túmulo de Napoleão, nos Invalides, em Paris, e, por isso, também conhecida por “pórfiro vermelho antigo” e por “pórfiro imperial”.
Actualmente o termo refere uma rocha hipabissal, sem qualquer referência à cor, com fenocristais de minerais, félsicos ou máficos, envolvidos numa matriz mais fina. Consideram-se, assim, pórfiros quártzicos, pórfiros andesíticos, etc.
NOTAS:
Afanítica – diz-se de uma textura só visível ao microscópio.
Andesíticos – relativo a andesite, um feldspato do grupo das plagioclases com sódio e cálcio.
Fenocristais - grãos de minerais visíveis a olho nu.
Félsico – termo resultante da contracção das palavras feldspato (fel) e sílica (si). Aplica-se a quartzo, feldspatos, feldspatóides, zeólitos e moscovite. no geral, claros.
Hipabissal – rocha magmática solidificada a pequena profundidade.
Máfico - termo resultante da contracção das palavras magnésio (ma) e ferro (f). Aplica-se aos minerais ferromagnesianos (biotite, anfíbolas, piroxenas), no geral, escuros.
Matriz – material de granularidade fina que, numa rocha magmática, envolve e suporta os cristais de maiores dimensões (fenocritais). O mesmo que pasta e mesostase.