fevereiro 04, 2016

Hilda Hilst.

Dez Chamamentos ao Amigo

«Se te pareço noturna e imperfeita
Olha-me de novo. Porque esta noite
Olhei-me a mim, como se tu me olhasses.
E era como se a água
Desejasse.

Escapar de sua casa que é o rio
E deslizando apenas, nem tocar a margem.
Te olhei. E há um tempo
Entendo que sou terra. Há tanto tempo
Espero
Que o teu corpo de água mais fraterno
Se estenda sobre o meu. Pastor e nauta
Olha-me de novo. Com menos altivez.
E mais atento.»

Foi uma poetisa, escritora e dramaturga brasileira.
Escreveu por quase cinquenta anos, tendo sido agraciada com os mais importantes prémios literários do Brasil. Em 1962, recebeu o Prémio PEN Clube de São Paulo, por Sete ”Cantos do Poeta para o Anjo” (1962).
Em 1969, a peça ”O Verdugo” arrebata o Prémio Anchieta, um dos mais importantes do país na época. Em 1984, a Câmara Brasileira do Livro concede o Prémio Jabuti, idealizado por Edgard Cavalheiro (1959) a ”Cantares de Perda e Predileção” (1983) e, no ano seguinte, a mesma obra recebe o Prémio Cassiano Ricardo (Clube de Poesia de São Paulo). ”Rútilo Nada”, publicado em 1993, leva o Prémio Jabuti como melhor conto. E, finalmente, em 9 de agosto de 2002, é premiada na 47.ª edição do Prémio Moinho Santista na categoria Poesia.
Alguns dos seus textos foram traduzidos para francês, inglês, italiano e alemão.
Quando passam 12 anos da sua morte, destacamos Hilda Hilst.