maio 16, 2016

Os autos de fé em Portugal

Os autos de fé eram cerimónias públicas nas quais se liam e se executavam as sentenças inquisitoriais dos presos. Os autos de fé eram realizados aos domingos e iniciavam-se com uma procissão. À frente desta procissão iam sempre os frades dominicanos. Estes frades transportavam a bandeira do Tribunal da Inquisição ou do Santo Ofício. Atrás dos frades dominicanos caminhavam, descalços, os penitentes. Os penitentes transportavam uma vela de cera. Nas vestes dos penitentes encontrava-se pintado o castigo. Vestes com chamas com pontas para cima significavam que o penitente iria ser queimado vivo (morte na fogueira); se as chamas se encontravam viradas para baixo, queria dizer que o penitente tinha uma outra oportunidade (não iria morrer na fogueira). Ao lado dos presos ou penitentes, caminhavam todas as pessoas que colaboravam com o Santo Ofício (os familiares do Santo Ofício). Esta colaboração para com este tribunal traduzia-se em privilégios. Seguiam-se os inquisidores e, por último, o inquisidor-geral que ia sempre acompanhado por nobres. Podemos caracterizar os autos de fé como "espetáculos" moralizantes e mórbidos que atraíam imensas pessoas. Nestas cerimónias o rei assistia, das janelas do Paço da Ribeira, às sentenças.