Assim que apareceu a palavra "adopted" no ecrã que projetava a proposta de Portugal, os chocalhos tocaram na Namíbia.
"Calma, ainda não declarei [os chocalhos património imaterial da Humanidade" disse entre sorrisos a presidente do comité, Trudie Amulungu, da Namíbia. E após uma pequeníssima pausa, lá disse o que a delegação portuguesa estava à espera: "Declaro que os chocalhos estão inscritos na lista. parabéns Portugal". E os chocalhos voltaram a tocar dentro da sala em que decorre até sexta-feira a 10.ª conferência da UNESCO dedicada ao Património Imaterial.
Restam 13 mestres chocalheiros no país, quase todos na zona de Viana do Alentejo, nove deles com mais de 70 anos. Os outros têm entre 30 e 40 anos, nenhum tem aprendizes.
O processo, coordenado pelo antropólogo Paulo Lima, é liderado pela Turismo do Alentejo e Ribatejo, em colaboração com a Câmara de Viana do Alentejo e a Junta de Freguesia de Alcáçovas, mas tem âmbito nacional. Paulo Lima contou ao DN que fizeram um levantamento que vai de Trás-os-Montes aos Açores.