"Em Portugal, os primeiros presépios públicos de que há memória datam do século XVI - há referência à existência de pelo menos dois em Lisboa. No século XVII estes começam a espalhar-se um pouco por todo o País, sendo, no entanto, no século XVIII que se realizam não só os maiores como também os mais bonitos presépios, alguns dos quais ainda hoje considerados autênticas obras de arte.
E é precisamente neste século, mais concretamente no reinado de D. João V, que o presépio barroco começa a desenvolver-se em Portugal, notabilizando-se a produção destes símbolos da Natividade pelas mãos de grandes barristas, nomeadamente Machado de Castro, António Ferreira, Barros Laborão ou ainda Manuel Teixeira.
De todos, é, no entanto, Machado de Castro que surge imediatamente conectado com a elaboração de presépios. Responsável pela construção de diversas obras emblemáticas como a Estátua de D. José I ou a fachada da Basílica da Estrela (ambas em Lisboa), é, todavia, como autor de presépios que viria a tornar-se famoso. O seu nome ou o da sua escola surgem associados a vários presépios que se encontram espalhados de norte a sul do País.
Mas é, de facto, em Lisboa que se podem observar aqueles que acabam por lhe dar maior projecção como artista. São eles o da Sé Patriarcal de Lisboa, construído em 1776, e o que está na Basílica da Estrela, datado do ano de 1782."
Imagem: Presépio da Basílica da Estrela
O Presépio da Estrela conta com cerca de 500 peças em terracota e terá sido uma encomenda da família real uma vez que, como é sabido, D. Maria I mandou igualmente construir a Basílica e o Convento
O Presépio da Estrela conta com cerca de 500 peças em terracota e terá sido uma encomenda da família real uma vez que, como é sabido, D. Maria I mandou igualmente construir a Basílica e o Convento