A segunda e última mulher a ocupar o trono de Portugal não gostava de estudar. Em criança D. Maria II, “A Educadora”, preferia passar os dias na cama em vez de se dedicar aos estudos. D. Pedro, seu pai, irritava-se ao ler as cartas que a petiza lhe escrevia quando este se encontrava ausente. Em algumas cartas, que chegaram até aos nossos dias, não só os erros de ortografia como as distrações e a letra que «não era boa, deixavam-no triste». Quando D. Pedro respondia às cartas da filha mostrava-lhe o seu desagrado e desilusão: «se em lugar de passares na cama as segundas-feiras tu estudasses, então ela (carta) não traria tantos erros (…) não posso deixar de te significar o quanto me custa a ver e saber que tu não estudas com gosto e que pouco aproveitas: eu espero que te emendes e para este fim tenho escrito à tua Mãe, a quem autorizo, ainda mais se é possível, para fazer o que entende que possa ser necessário para te obrigar, já que por bem tu não vais (…). Recebi a tua cartinha n.º 4 que devia ser a n.º 8, pois eu já tenho a n.º7. Se este engano foi por estares pensado na tua lição eu to relevo, senão muito sinto que não faças atenção ao que fazes» (Maria de Fátima Bonifácio, «D. Maria II», Mem Martins, Círculo de Leitores, 2005, pp.39, 52).
A menina pouco empenhada nos estudos cresceu e tornou-se rainha e mãe. Tal como o pai, D. Pedro, “ A Educadora” evidenciou uma enorme preocupação com a educação dos seus filhos. Diariamente, apesar das inúmeras obrigações reais, fazia de mestre-escola dos seus filhos ou da sua trupe como carinhosamente gostava de lhes chamar
