A 06 de abril de 1385, D. João I, Mestre de Avis, é aclamado rei de Portugal...
Monarca português, filho bastardo de D. Pedro I 
e de Teresa 
Lourenço, dama galega, 
nasceu em 1357, 
em Lisboa, onde faleceu em 
1433. Décimo rei 
de Portugal (1385-1433), foi o fundador 
da dinastia de 
Avis ou Joanina, 
sendo conhecido pelo 
cognome "de Boa 
Memória".Educado por 
um mestre da 
Ordem de Cristo, 
foi nomeado, com 
apenas seis anos, 
Mestre da Ordem 
de Avis por D. Pedro 
I e armado 
cavaleiro. Durante o 
reinado de D. Fernando, 
seu meio-irmão, começa 
a desempenhar papéis 
de certo relevo, 
como o da 
negociação do casamento 
de D. Beatriz 
com o rei 
de Castela. A rainha D. 
Leonor Teles 
vê no Mestre 
de Avis um obstáculo e um 
adversário na sua 
influência sobre D. 
Fernando, sendo D. 
João considerado o 
chefe dos que 
se opõem à acção de Leonor Teles e do Conde 
Andeiro. Após a 
morte de D. Fernando, em 
1383, entra-se num 
período de agitação 
e de crise 
na sucessão da 
Coroa, dado não 
haver herdeiro varão 
e D. Beatriz 
estar casada com 
o rei de 
Castela. Estava ainda 
em causa a 
independência nacional.Formam-se dois partidos, um a favor 
e outro contra 
D. Beatriz como 
rainha de Portugal, 
e D. João 
aceita a chefia 
do movimento popular 
que luta contra 
a hipótese de 
Portugal vir a 
ter um rei 
estrangeiro. Este movimento tem o apoio 
da burguesia. Assim, 
participa no assassínio 
do Conde Andeiro 
e é proclamado 
"regedor e defensor 
do Reino". Prevendo 
a invasão do 
país por Castela, 
que queria impor 
os direitos de 
D. Beatriz, começa 
a preparar a 
defesa, onde se 
vai destacar Nuno Álvares Pereira. Segue-se um 
período de lutas 
em que se 
salienta a Batalha 
de Atoleiros 
e o Cerco 
de Lisboa, por terra e 
mar, em 1384, 
durante vários meses. 
Em 6 de  Abril de 
1385 reúnem-se as 
Cortes em Coimbra, onde, 
pela acção e 
grande poder oratório 
do Dr. João das Regras, 
D. João é 
eleito rei. A 
luta contra Castela 
e seus partidários 
vai continuar, e, 
em 14 de Agosto de 1385, 
obtém-se uma grandiosa 
vitória na Batalha de Aljubarrota, a que 
se segue a 
vitória em Valverde. 
Pela vitória em 
Aljubarrota e 
em cumprimento de 
uma promessa, D. 
João I manda 
construir o Mosteiro 
da Batalha, um belo exemplar 
da arte gótica. 
A luta com 
Castela e seus 
partidários vai continuar, mas mais 
esporadicamente, até que em 1411 se 
estabelece em definitivo a paz. Entretanto, em 1387,no dia 2 de Fevereiro, 
D. João I 
casa com D. Filipa de Lencastre, na sequência 
do Tratado de 
Windsor, celebrado com 
a Inglaterra. Desta 
união nascerá a 
"Ínclita Geração" - D. Duarte, 
Infante D. 
Pedro, Infante D. Henrique, D. Isabel 
e Infante 
D. Fernando, 
o Infante Santo.D. João I, 
que subiu ao 
trono com o 
grande apoio que 
teve das massas 
populares e da 
burguesia, quando as 
lutas com Castela 
estabilizaram, começou uma política centralizadora 
do poder, reduzindo 
a influência do 
clero e da 
nobreza, apropriando-se dos bens dos que 
eram apoiantes de 
Castela, espaçando a 
reunião das Cortes, e 
procurando reaver algumas das terras doadas.É no reinado 
de D. João 
I que têm 
início as conquistas 
no Norte de 
África e que 
começa a gesta 
dos Descobrimentos, pela acção do Infante 
D. Henrique. 
Assim, em 1415 
dá-se a expedição 
a Ceuta, que 
é conquistada em 
21 de Agosto. 
Após a sua 
conquista são armados 
cavaleiros, na mesquita 
daquela praça-forte, os 
príncipes D. 
Duarte, D. 
Pedro e D. 
Henrique. Entretanto, na véspera da partida de Lisboa, falecera a 
rainha D. 
Filipa de Lencastre.Após o 
regresso de Ceuta, 
o infante D. 
Henrique vai dar 
início à epopeia 
dos Descobrimentos. No reinado 
de D. João 
I são descobertas 
as ilhas de 
Porto Santo (1418), 
da Madeira 
(1419) e dos 
Açores (1427), 
além de se 
fazerem expedições às 
Canárias. Tem início, 
igualmente, a colonização dos Açores e 
da Madeira.D. 
João I era 
um rei culto, 
dada a sua 
formação na Ordem 
de Avis, e, por isso, 
mandou redigir a 
Crónica Breve 
do Arquivo Nacional, mandou traduzir o Novo Testamento e vidas de santos, 
e escreveu o 
Livro da 
Montaria.
Em 1412 associou ao 
governo do reino 
o seu filho 
D. Duarte, que lhe sucederia. D. João I 
faleceu em 1433 
e encontra-se sepultado 
no Mosteiro da 
Batalha.
D. João I

Morte do Conde Andeiro (Museu Nacional Soares dos Reis, Porto).