dezembro 28, 2014

Sala do Rei e Sala Grande dos Actos na Universidade de Coimbra-a sala mais nobre em Portugal...


Antiga Sala do Rei, foi remodelado pelo mestre Marcos Pires durante a segunda década do século de quinhentos. Foi na Sala Grande dos Actos que ocorreram importantes episódios da vida da nação portuguesa, não fosse esta a Sala do Trono do Paço Real da Alcáçova, onde foi a aclamação de D. João I, Rei de Portugal. Esta alcáçova foi também o local onde viveram todos os Reis de Portugal durante a primeira Dinastia Portuguesa (1143-1383). Em meados do século XVII a Sala dos Capelos foi definitivamente transformada pelo mestre construtor António Tavares, mestre responsável por muitas outras obras da Universidade. Estas remodelações foram patrocinadas e levadas a efeito durante o reitorado de D. Manuel de Saldanha. No início do século XVIII a Sala voltou a ser submetida a obras, então dirigidas por Gaspar Ferreira que, entre outras coisas, renovou as coberturas e reforçou as paredes, fechando as janelas, varandas e portas manuelinas. A pintura dos painéis do teto é da autoria de Jacinto Pereira da Costa. Todas as obras gerais de pintura datam dos anos em torno de 1655, nas quais trabalharam em empreitadas de menor vulto Inácio da Fonseca e Luís Álvares. As grandes telas com as figuras dos Reis de Portugal, desde D. Afonso Henriques até D. João IV, são da autoria do pintor Carlos Falch, um dinamarquês radicado em Portugal. As restantes são da autoria de diversos artistas (como João Batista Ribeiro, Columbano), e foram sendo colocadas de acordo com a sucessão dos monarcas. O trabalho de carpintaria esteve a cargo de mestre Francisco de Morais, também responsável pelas molduras para os retratos pintados por Carlos Falch. As grades de madeira exótica foram executadas por Manuel da Costa e André de Almeida. Os azulejos com uma magnífica policromia e do tipo tapete foram fabricados em Lisboa. Das diversas cerimónias que aí têm lugar destaca-se como primeira e mais emblemática a defesa de tese do Doutoramento, prova obrigatória para a obtenção do grau de Doutor. O candidato deve apresentar-se devidamente trajado com o hábito talar (calça preta – ou saia, para as senhoras, batina, camisa branca, capa preta comprida e sapatos pretos) perante o júri, também envergando as vestes talares. Após a prova, o novo Doutor dirige-se de novo à Sala dos Capelos para solicitar ao Reitor as insígnias doutorais: a Borla (pequeno chapéu que simboliza a inteligência) e o Capelo (pequena capa curta de seda e veludo que simboliza a ciência), ambos da cor correspondente à Faculdade que concedeu o grau académico. Esta cerimónia solene, designada por Imposição de Insígnias , conta com a presença de todos os Doutores da Universidade, que se apresentam com as insígnias. Presente na cerimónia está igualmente a charamela (pequena orquestra que ocupa o estrado de madeira, ao fundo da sala, do lado direito) que termina a cerimónia tocando o Hino Académico. Outro tipo de cerimónia que acontece nesta sala é o chamado doutoramento honoris causa. A Universidade pode conceder o grau de Doutor a individualidades, nacionais ou estrangeiras, que se tenham distinguido na ciência, arte, literatura, economia, política, direitos humanos, etc... O protocolo observado nesta cerimónia é idêntico ao utilizado durante a imposição de insígnias doutorais