JOSÉ RÉGIO, in FILHO DO HOMEM (Portugália, 1961)
 PÉROLA SOLTA
 Sem que eu a esperasse,
 Rolou aquela lágrima
 No frio e na aridez da minha face.
 Rolou devagarinho...,
 Até à minha boca abriu caminho.
 Sede! o que eu tenho é sede!
 Recolhi-a nos lábios e bebi-a.
 Como numa parede
 Rejuvenesce a flor que a manhã orvalhou,
 Na boca me cantou,
 Breve como essa lágrima,
 Esta breve elegia.
