abril 09, 2014

Poema de Eugénio de Andrade


Até onde os dedos tocam
o quente do barro a mão sabe
antes de saber.
É um saber mais vivo, um saber
de ave: águia, cegonha, falcão,
animais quase no fim
como o lume destes dias.
Testemunhar a favor do lince
é nossa obrigação.
Por ser azul.



Eugénio de Andrade