Isabel
Allende Llona é uma jornalista e escritora chilena. Nasceu a 2 de
agosto de 1942, em Lima, no Peru, mas a sua família voltou logo para o
Chile. O presidente Salvador Allende era primo direito de seu pai.
Isabel Allende trabalhou infatigavelmente como jornalista e escritora,
desde os 17 anos. O seu primeiro romance, “A Casa dos Espíritos” (1982),
que principia por ser uma carta de despedida para o seu avô, patriarca
da família, deu-lhe reconhecimento mundial como uma voz feminina no
mundo literário latino-americano dominado pelos homens. Isabel Allende
escreveu este livro quando exilada na Venezuela, com o marido e os dois
filhos, depois do golpe militar de Augusto Pinochet, em 1973, que
derrubou o governo de Salvador Allende (1908-1973) e implantou a
ditadura no Chile.
Isabel Allende, que recebeu várias
distinções e prémios internacionais nos últimos trinta anos, descreve a
sua obra de ficção como “literatura realística” assente na sua vivência e
na mística que povoa a sua imaginação. Formalmente inspirada no
realismo mágico de Garcia Marquez mas sem perder de vista a realidade
social, a sua escrita dá especial relevo às mulheres que, sem terem o
poder, assumem um papel dominante no reforço dos laços famíliares. Os
seus romances mais conhecidos aliam enredos imaginativos a fatos
históricos e refletem as suas convicções de justiça social face à dura
realidade política que talhou o seu destino. Os cenários dos seus livros
retratam o Chile nos séculos quinze, dezanove e vinte, a corrida ao
ouro na Califórnia, o movimento de guerrilha na Venezuela nos anos
sessenta, a guerra do Vietname ou a revolta dos escravos no Haiti no
século dezoito.
Publicou os romances “A Casa dos
Espíritos” (1982), “Eva Luna” (1987), “De Amor e de Sombra” (1984), “O
Plano Infinito” (1991), “Filha da Fortuna”(1999), “Retrato a Sépia”
(2000), “A Cidade dos Deuses Selvagens” (2002), “O Reino do Dragão de
Ouro” (2003), “O Bosque dos pigmeus” (2004), “Zorro, o começo da lenda”
(2009), “Inês da minha alma” (2006),“A ilha debaixo do mar” (2009), “O
caderno de Maya” (2011) e o romance policial “O jogo do Ripper” (2014).
Escreveu alguns textos de teatro e contos, como os “Contos de Eva Luna”
(1998). Muitos dos seus livros foram adaptados ao cinema, teatro, ópera
e ballet. Como não-ficção escreveu “Afrodite” (1998), uma colecção de
receitas e ensaios e três livros de memórias “O Meu País Inventado”,
“Paula” (1995), best-seller que documenta a doença e morte da sua filha e
a sua própria vida e ““A soma dos dias” (2007). Tem mais de 20 livros
publicados, alguns deles traduzidos em mais de 30 idiomas.
Além da escrita, Allende dedica muito do
seu tempo à defesa dos direitos humanos. Depois da morte da sua filha,
em 1992, criou em sua honra uma fundação destinada a apoiar as mulheres e
as crianças de todo o mundo. Reside desde 1987 em São Rafael, na
Califonia com o seu segundo marido e a sua família alargada tendo-se
tornado cidadã americana em 1993.