abril 19, 2014

Carta de Despedida de Gabriel Gárcia Márquez...


 

























Saber viver a vida... o maior desafio que enfrentamos cada dia....
 Lindos ensinamentos... e nem sempre fáceis de seguir....

Ver em: 

http://www.youtube.com/watch?v=1HK3tkw0g5k&feature=youtu.be


O escritor colombiano e prémio Nobel da Literatura Gabriel García Márquez morreu nesta quinta-feira na Cidade do México aos 87 anos, noticiou o .jornal El País. Estava na sua casa, com a mulher Mercedes e os seus dois filhos.
Foi na carretera de Acapulco, no México, em 1965, quando viajava num Opel branco, com a sua mulher Mercedes e os filhos Gonzalo e Rodrigo, que o escritor Gabriel García Márquez soube como poderia acabar “uma história que não o tinha deixado em paz durante os últimos 20 anos”, “uma história que começou a escrever quando tinha 19 anos, a que chamou La Casa, mas que estava incompleta e ele não sabia por onde a começar”. Tratava-se, é claro, do romance Cem Anos de Solidão (Dom Quixote), que conta a história da família Buendía que vive no imaginário Macondo.
Foi durante essa viagem, a caminho de uns dias de férias com a família nas praias de Acapulco, e enquanto conduzia, que à memória do escritor colombiano veio o momento em que o seu avô lhe mostrou pela primeira vez um bloco de gelo, Gabriel tocou-lhe com o dedo e achou que estava quente. E assim nasceu o início deste romance, um clássico mundial da língua castelhana: “Muchos años después, frente ao pelotón de fusilamiento, el coronel Aureliano Buendía hábia de recordar aquella tarde remota en que su padre lo llevó a conocer el hielo.”
Esta obra foi traduzida em mais de 35 línguas e vendeu mais de 30 milhões de exemplares. A academia sueca quando lhe atribuiu o prémio Nobel em 1982 justificou-o por na sua obra "se aliarem o fantástico e o real na complexidade rica de um universo poético reflectindo a vida e os conflitos de um continente”.
Gabriel García Márquez estudou em Bogotá, começou a sua carreira de jornalista, apaixonou-se à primeira vista por Mercedes Barcha e muitas vezes sobreviveu graças à ajuda dos amigos e colegas escritores enquanto escrevia. Vivia no México desde 1961 mas passava temporadas em Cartagena (na Colombia), em Barcelona (Espanha, onde fica amigo de Carlos Fuentes, Mario Vargas Llosa e Julio Cortázar ) e em Havana, Cuba.Há anos que as suas aparições públicas eram raras e não costumava fazer declarações à imprensa.
Conta-se que Gabo (como lhe chamavam) foi surpreendido, em 1982, por um telefonema da Academia Sueca a comunicar-lhe que lhe tinha sido atribuído o Prémio Nobel da Literatura. Estava a dormir, atendeu o telefone e achou que era uma brincadeira.
Esta quinta-feira o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, escreveu na sua conta de Twitter : "Mil anos de solidão e tristeza pela morte do maior colombiano de todos os tempos! Solidariedade e condolências a Gabo e família". E acrescentou: "Os gigantes nunca morrem."
O primeiro a dar a notícia foi o jornalista da cadeia mexicana Televisa, Joaquin Lopez-Doriga, que também o anunciou na sua conta no Twitter.

Realismo Mágico
A editora Cecília Andrade, da D. Quixote (onde a sua obra está publicada em Portugal) sentiu esta perda como uma “Crónica de uma morte anunciada”, disse à agência Lusa parafraseando um dos muitos títulos do autor colombiano.
Lembrou também que o escritor “fez escola e muitos escritores seguem-lhe o estilo desde esse fabuloso romance que é Cem anos de solidão. Uma escola, a do realismo mágico, que não se restringe à América Latina ou ao universo da Língua Espanhola, e que tem seguidores em todo o mundo, incluindo Portugal”.
As Publicações D. Quixote começaram a publicar os títulos de Gabriel García Márquez na década de 1980, e a sua obra está actualmente “toda disponível”, confirmou a editora à Lusa. O autor de Amor em tempos de cólera não publicava desde 2010 quando foi dado à estampa Yo no vengo a decir un discurso (a frase com que costumava começar as suas conferências). Em 2012, o seu irmão Jaime García Márquez divulgou que lhe tinha sido diagnosticada uma demência e que por ter perdido a memória não voltaria a escrever.
 Memória das minhas putas tristes, editado em 2004, é o último livro de ficção que publicou. O romance sucedeu a Do Amor e outros demónios, publicado dez anos antes. Amor em tempos do cólera, Crónica de uma morte anunciada, O general no seu labirinto e Ninguém escreve ao coronel são outros títulos emblemáticos do escritor.  Há também a autobiografía, Viver Para Contá-la (D. Quixote), de 2002.  

Ver em:

http://www.publico.pt/cultura/noticia/morreu-gabriel-garcia-marquez-1632725#/0