março 18, 2013

SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN

SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN, in MAR NOVO (Guimarães Editores, 1958) in OBRA POÉTICA (Caminho, 2010)

CAIS

Para um nocturno mar partem navios,
Para um nocturno mar intenso e azul
Como um coração de medusa
Como um interior de anémona.
Naturalmente
Simplesmente
Sem destruição e sem poemas,
Para um nocturno mar roxo de peixes
Sem destruição e sem poemas
Assombrados por miríades de luzes
Para um nocturno mar vão os navios.
Vão
O seu rouco grito é de quem fica
No cais dividido e mutilado
E destruído entre poemas pasma.

Fotografia: Blue Blue Boat, de Mal Bray

DEIXEMOS PARTIR OS NAVIOS DA IMAGINAÇÃO
QUE A VIAGEM LHES SEJA SUAVE...
ATÉ AMANHÃ, AMIGOS!
LT e CC

SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN, in MAR NOVO (Guimarães Editores, 1958) in OBRA POÉTICA (Caminho, 2010)

CAIS

Para um nocturno mar partem navios,
Para um nocturno mar intenso e azul
Como um coração de medusa
Como um interior de anémona.
Naturalmente
Simplesmente
Sem destruição e sem poemas,
Para um nocturno mar roxo de peixes
Sem destruição e sem poemas
Assombrados por miríades de luzes
Para um nocturno mar vão os navios.
Vão
O seu rouco grito é de quem fica
No cais dividido e mutilado
E destruído entre poemas pasma.

*

Fotografia: Blue Blue Boat, de Mal Bray

*

(CC)