março 18, 2013

Camilo Castelo Branco

Revisitando CAMILO CASTELO BRANCO
(Lisboa, 16 de Março de 1825 - S. Miguel de Seide, 1 de Junho de 1890)

«OS AMIGOS

... Amigos cento e dez, e talvez mais,
eu já contei. Vaidades que eu sentia!
Pensei que sobre a terra não havia
mais ditoso mortal entre os mortais.

Amigos cento e dez, tão serviçais,
tão zelosos das leis da cortesia,
que eu, já farto de os ver, me escapulia
às suas curvaturas vertebrais.

Um dia adoeci profundamente.
Ceguei. Dos cento e dez, houve um somente
que não desfez os laços quase rotos.

- Que vamos nós (diziam) lá fazer?
Se ele está cego, não nos pode ver". .
- Que cento e nove impávidos marotos!»

Camilo Castelo Branco
Revisitando CAMILO CASTELO BRANCO 
(Lisboa, 16 de Março de 1825 - S. Miguel de Seide, 1 de Junho de 1890)

«OS AMIGOS

Amigos cento e dez, e talvez mais,
eu já contei. Vaidades que eu sentia! 
Pensei que sobre a terra não havia 
mais ditoso mortal entre os mortais. 

Amigos cento e dez, tão serviçais,
tão zelosos das leis da cortesia, 
que eu, já farto de os ver, me escapulia 
às suas curvaturas vertebrais. 

Um dia adoeci profundamente.
Ceguei. Dos cento e dez, houve um somente 
que não desfez os laços quase rotos. 

- Que vamos nós (diziam) lá fazer? 
Se ele está cego, não nos pode ver". . 
- Que cento e nove impávidos marotos!»

Camilo Castelo Branco