março 22, 2013

FLORBELA ESPANCA

FLORBELA ESPANCA, in LIVRO DE MÁGOAS (1919), in SONETOS (Ediclube, 1995)

EU

Eu sou a que no mundo anda perdida,
... Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada ... a dolorida ...

Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...

Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!



Escultura de Florbela Espanca no 'Parque dos Poetas' (Oeiras)

 
FLORBELA ESPANCA, in LIVRO DE MÁGOAS (1919), in SONETOS (Ediclube, 1995)

EU

Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada ... a dolorida ...

Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...

Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!

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Escultura de Florbela Espanca no 'Parque dos Poetas' (Oeiras)

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(CC)