novembro 02, 2015

Ainda o Terramoto de Lisboa..

Há 260 anos, Portugal e o Mundo foram surpreendidos com uma surpreendente catástrofe, com precedentes na História (1356 e 1531), mas que marcou de forma indelével a época e deu origem a inesgotáveis tratados da escrita, fervorosos estudos e exortações filosóficas...
Em pouco mais de 10 minutos, uma das principais capitais da Europa, Lisboa - outrora centro da diáspora e descoberta do Mundo - é totalmente arrasada. Ao Terramoto, seguem-se os incêndios e um temível tsunami...
Era dia 1 de Novembro, sábado, dia de Todos os Santos. Lisboa era uma capital povoada de Igrejas, Conventos e Mosteiros... A elevada religiosidade da população preenchia por completo as inúmeras igrejas, e foi ali, como que num castigo divino, que dezenas de milhares de pessoas acabariam por sucumbir...
Só a capacidade enérgica de Carvalho e Melo, conseguiu fazer desta triste fatalidade, a oportunidade para virar uma nova página e modernizar uma estagnado nação... Lisboa agora arrasada, serviu de exemplo a um novo urbanismo, arquitectura e inéditos estudos de sismologia.
Só a audácia do futuro Marquês de Pombal motivou a não transferência da Capital para Coimbra, como muitos defenderam...
Mas foi igualmente o Terramoto que nos legou curiosas expressões populares ainda hoje muito enraizadas na nossa língua:

- o caso da expressão: “Resvés, Campo de Ourique”.
Ao que parece, esta expressão surgiu pelo facto do mar, após o sismo, ter invadido Lisboa e chegado às imediações do Campo de Ourique.
- a expressão " Cai o Carmo e a Trindade". Durante o sismo, ouviu-se por toda a Lisboa um enorme estrondo: tinham caído os Conventos do Carmo e da Trindade.
- “Fazer tijolo” terá resultado do facto de ter sido usada, para a reconstrução de Lisboa, argila proveniente de antigos cemitérios árabes, sendo por vezes encontradas ossadas.