Adoração dos Reis Magos - 6 de janeiro
Neste dia comemora-se o evento que no cristianismo ocidental é conhecido como a festa da Epifania e que, originalmente, era a única festa cristã da manifestação de Deus ao mundo na pessoa de Jesus de Nazaré. Incluía a celebração do Nascimento de Jesus, a adoração dos Reis Magos e todos os acontecimentos da infância de Jesus, como a Circuncisão e a Apresentação no Templo, assim como o seu Batismo por São João, no Rio Jordão.
A adoração dos Reis Magos é o nome tradicionalmente dado ao tema no qual os três magos, representados como reis, seguiram a estrela de Belém até se encontrarem com o Menino Jesus recém nascido, colocando a seus pés presentes de ouro, incenso e mirra. Pretende-se, assim, salientar o reconhecimento de Jesus, desde o início, como rei de toda a terra.
É um dos temas mais importantes dos ciclos da Vida da Virgem e também da Vida de Cristo.
Nas primeiras representações do séc. IV, os magos aparecem trajando roupas persas e eram geralmente representados com a mesma idade. A partir do século XV, os magos passam a representar as três idades do homem, associando-se ainda a ideia de representarem as três partes conhecidas do mundo - Baltazar é geralmente mostrado como um jovem africano ou mouro; enquanto Gaspar, mais velho, é representado com traços ou, mais frequentemente, com roupas orientais; já Belchior é o Rei Mago que, nesta nova configuração, representa a Europa e tem meia-idade.
Adoração dos Reis Magos
Autor desconhecido
1580 - 1600
Escola de Anvers
A Virgem figura ao centro da composição e apresenta-se sentada com o Menino ao colo. A rodear as divinas personagens encontram-se os Reis Magos que exibem as suas oferendas. Do lado esquerdo, o Rei Mago Gaspar, aparentemente mais velho, com as mãos juntas, prostra-se humildemente diante do Menino, que se inclina para ele. No chão encontra-se um pequeno e ornamentado vaso de ouro. Ainda desse lado, de pé, o Rei Mago Belchior venera o Menino e segura um recipiente na mão. O terceiro Rei Mago, ou seja, Baltazar, do lado direito da composição, com o olhar distante, vestes orientais e turbante, segura na mão um cibórium com mirra, em forma de chifre. Por trás da Virgem e do Menino, São José, retirando o chapéu da cabeça em sinal de homenagem.
Trata-se de um quadro no qual o espetáculo, a ostentação de riqueza e luxo indumentário, prevalece sobre o símbolo da divindade de Jesus como "rex et regnum" (mais comum em representações de épocas anteriores).