maio 26, 2013

Poema de António Gedeão...

Pensar em ti é coisa delicada.
É um diluír de tinta espessa e farta
e o passá-la em finíssima aguada
com um pincel de marta.

... Um pesar grãos de nada em mínima balança
um armar de arames cauteloso e atento,
um proteger a chama contra o vento,
pentear cabelinhos de criança.

Um desembaraçar de linhas de costura,
um correr sobre lã que ninguém saiba e oiça,
um planar de gaivota como um lábio a sorrir,

Penso em ti com tamanha ternura
como se fosses vidro ou película de loiça
que apenas como o pensar te pudesses partir.

António Gedeão
Pensar em ti é coisa delicada.
 É um diluír de tinta espessa e farta
 e o passá-la em finíssima aguada
 com um pincel de marta.
 
Um pesar grãos de nada em mínima balança
 um armar de arames cauteloso e atento,
 um proteger a chama contra o vento,
 pentear cabelinhos de criança.
 
Um desembaraçar de linhas de costura,
 um correr sobre lã que ninguém saiba e oiça,
 um planar de gaivota como um lábio a sorrir,
 
Penso em ti com tamanha ternura
 como se fosses vidro ou película de loiça
 que apenas como o pensar te pudesses partir.
 
António Gedeão 

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(imagem: Elisa Lazo de Valdez)