O vento sacode as palmeiras.
Não tardará a chuva.
Tem chovido tanto nos meus versos
que a chuva se tornou insuportável.
... Apesar disso, os pássaros cantam.
São os melros de Messiaen.
Mesmo envelhecido
também o coração canta.
Acode-me aos lábios um nome.
É de noite: quando
a música cessa, o silêncio
como estrela brilha na boca.
Tenho pena das palmeiras
à chuva noite e dia, ao vento, ao sol.
Frente ao peso do mundo
são orgulhosamente lugar de amor.
Eugénio de Andrade
Cantus Firmus, In Os Lugares do Lume
foto ©Karah Hamos
O vento sacode as palmeiras.
Não tardará a chuva.
Tem chovido tanto nos meus versos
que a chuva se tornou insuportável.
... Apesar disso, os pássaros cantam.
São os melros de Messiaen.
Mesmo envelhecido
também o coração canta.
Acode-me aos lábios um nome.
É de noite: quando
a música cessa, o silêncio
como estrela brilha na boca.
Tenho pena das palmeiras
à chuva noite e dia, ao vento, ao sol.
Frente ao peso do mundo
são orgulhosamente lugar de amor.
Eugénio de Andrade
Cantus Firmus, In Os Lugares do Lume
foto ©Karah Hamos
Não tardará a chuva.
Tem chovido tanto nos meus versos
que a chuva se tornou insuportável.
... Apesar disso, os pássaros cantam.
São os melros de Messiaen.
Mesmo envelhecido
também o coração canta.
Acode-me aos lábios um nome.
É de noite: quando
a música cessa, o silêncio
como estrela brilha na boca.
Tenho pena das palmeiras
à chuva noite e dia, ao vento, ao sol.
Frente ao peso do mundo
são orgulhosamente lugar de amor.
Eugénio de Andrade
Cantus Firmus, In Os Lugares do Lume
foto ©Karah Hamos