CAMINHO
Eu sou o caminheiro
aquele que inventa
a rota
e segue o cheiro
do amor.
Aquele que traça
a estrada
e beija
lentamente
as pedras da calçada
como fosse
o ventre
da mulher amada
o claro e escuro ventre
do amor.
Eu sou o arquitecto
o incompleto
o sem juízo
o que caminha
de improviso
à margem do projecto
aquele que solta o riso
à beira do inferno
e bate dia a dia
à porta do secreto
paraíso
Eu sou o marinheiro
o que amorosamente
enfuna a vela
estende o mar
e faz a cama
do amor.
O que conhece
a mais profunda solidão
e nega
cais de pedra
ao coração.
Eu sou o que navega
sem temor
à vista
de uma ilh
onde é possível
aportar
e tocar
a maravilha do amor.
Eu sou o bandoleiro
impenitente
o trapesista
das mãos quentes
o alegre predador
aquele que rouba uma carícia
e solta com delícia
as águas livres
do amor.
Eu sou o cavaleiro
o que galopa
sobre um chão de nevoeiro
e bede de um só trago
o lume a seiva e olicor
aquele que passa
o pássaro do medo
e rompe a orla amena
do amor.
Eu sou o touro
sem arena nem toureira
o bicho sideral
a quem ninguém
faz a faena
o animal
que marra contra a cor
do próprio sangue
e ergue
o cálice da dor
caindo aos pés
do cravo
que pontua
a longa cabeleira do amor.
Foto: José Fanha fotografado por Jorge Ribeiro
o que amorosamente
enfuna a vela
estende o mar
e faz a cama
do amor.
O que conhece
a mais profunda solidão
e nega
cais de pedra
ao coração.
Eu sou o que navega
sem temor
à vista
de uma ilh
onde é possível
aportar
e tocar
a maravilha do amor.
Eu sou o bandoleiro
impenitente
o trapesista
das mãos quentes
o alegre predador
aquele que rouba uma carícia
e solta com delícia
as águas livres
do amor.
Eu sou o cavaleiro
o que galopa
sobre um chão de nevoeiro
e bede de um só trago
o lume a seiva e olicor
aquele que passa
o pássaro do medo
e rompe a orla amena
do amor.
Eu sou o touro
sem arena nem toureira
o bicho sideral
a quem ninguém
faz a faena
o animal
que marra contra a cor
do próprio sangue
e ergue
o cálice da dor
caindo aos pés
do cravo
que pontua
a longa cabeleira do amor.
Foto: José Fanha fotografado por Jorge Ribeiro