A Academia Sueca atribuiu hoje o Prémio Nobel da Literatura ao escritor francês Patrick Modiano,
destacando o modo como a sua “arte da memória evoca os mais inefáveis
destinos humanos e desvela o mundo da ocupação”. Isto é, da ocupação
alemã da França durante a Segunda Guerra, um tópico recorrente na obra
de Modiano, filho de uma actriz flamenga e de um judeu de origem
italiana.
Considerado
por alguns críticos o mais importante escritor francês vivo, Patrick
Modiano, nascido em Boulongne-Billancourt, nos arredores de Paris, em
1945, publicou o seu primeiro romance, La Place de l'Étoile, em 1968. Dez
anos após este livro de estreia, que foi bem acolhido pela crítica e
lhe valeu alguns prémios menores, recebeu o prestigiado prémio Goncourt
por Rue des Boutiques Obscures (1978), que foi também o seu primeiro livro editado em Portugal, pela Relógio D’Água, com o título Na Rua das Lojas Escuras.
Modiano já recebera em 1972 o Grande Prémio de Romance da Academia Francesa com Les Boulevards de Ceinture,
e ao longo dos últimos anos tem sido galardoado, pelo conjunto da sua
obra, com os mais importantes prémios literários franceses e europeus.
Este é o
quarto prémio atribuído pela Academia Sueca este ano depois do Nobel da
Medicina (John O'Keefe, May-Britt Moser, Edvard Moser), da Física
(Isamu Akasaki, Hiroshi Amano, Shuji Nakamura) e da Química (Eric
Betzig, Stefan Hell, William Moerner).