O Nobel da Paz é atribuído este ano à paquistanesa Malala Yousafzai e ao indiano Kailash Satyarthi pela luta pelo direito das mulheres e das crianças à educação. O Comité Nobel fez o anúncio esta manhã, em Oslo.
A jovem Malala Yousafzai foi atingida a tiro na cabeça, 2012, por dois homens, quando estava a caminho da escola. Ficou gravemente ferida e fez várias cirurgias. Numa delas teve de colocar uma placa de titânio na cabeça. Recuperou no Reino Unido, onde passou a residir com a família, e tornou-se num ícone da luta pelo direito à educação das mulheres.
Entre as muitas ações em que Malala participou, teve grande impacto internacional o seu discurso na ONU, em Nova Iorque, no qual apelou à tolerância entre os povos.
Malala Yousafzai, galardoada com o Prémio Sakharov em 2013, atribuído pelo Parlamento Europeu, tem actualmente 17 anos e é a mais jovem vencedora de sempre de um Prémio Nobel.
O ativista Kailash Satyarthi adotou os ensinamentos de Gandhi, dando voz a várias formas de protesto pacífico contra o trabalho infantil. Kailash Satyarthi tem lutado por causas como o fim do trabalho infantil. O indiano, de 60 anos, tem "liderado várias formas de protestos e manifestações, todas pacíficas, focando-se na exploração das crianças para ganhos financeiros", realçou o Comité.
Na Índia, Satyarthi organizou várias ações para tornar a educação num artigo constitucional. Graças à sua luta, foi aprovado em 2009 no seu país a Lei do Direito à Educação Gratuita e Obrigatória.
O Comité Nobel sublinhou também o facto do Nobel ser atribuído "a um hindu e a uma muçulmana, um indiano e uma paquistanesa, que se juntam numa luta comum pela educação e contra o extremismo".
O montante dos prémios foi fixado em 2012 em oito milhões de coroas suecas (equivalente a 883 mil euros).
Todos os Prémios Nobel serão entregues a 10 de dezembro, aniversário da morte do magnata sueco fundador do galardão, Alfred Nobel (1833-1896), químico e inventor da dinamite.