As origens de Coimbra prendem-se decerto a longínquos tempos. Os escritores clássicos da Península referem-se a Aeminium, topónimo de origem pré-romana, e a crítica histórica dos nossos dias esclareceu esses factos. A Aeminium romana do Itinerário de Antonino veio mais tarde a herdar de Conímbriga o nome que hoje tem. O facto deve-se à transferência para Aeminium do bispo de Conímbriga. A Civitas Aeminiensis passou a ser conhecida por Coimbra, depois das transformações sofridas pelo topónimo. Se não há no território da cidade dos nossos dias - à excepção dos achados da caverna dos Alqueves, na margem esquerda do Mondego - testemunhos pré-romanos, os monumentos romanos da cidade, e principalmente os epigráficos, os sepulcrais e sobretudo o célebre criptopórtico sobre que assentava o forum e hoje assenta o antigo Paço Episcopal, actual Museu de Machado de Castro, atestam clara e iniludivelmente a importância do velho oppidum na colina calcária entre o vale da «torrente de balneis regis» do século XII, onde se instalou a quinta e logradouros do Convento de Santa Cruz e hoje passa a Avenida de Sá da Bandeira, e o vale do ribeiro do Jardim Botânico e a sua mata. A longa e complexa história urbana da cidade de há muito que tem interessado os estudiosos. A cidade bárbara e mourisca terá tido cedo muralhas, e os mais autorizados, comparando com os factos semelhantes ocorridos em Conímbriga, não estão longe de imaginá-las iniciadas pelo menos no século IV, admitindo-se, porém, que tivesse havido várias reconstruções que explicariam as atribuições de outros autores ao século IX. Na imagem: Dos tempos medievais a cidade conserva, felizmente, embora alguns transformados, outros acrescentados e muito arruinados, monumentos muito significativos, como por exemplo a verdadeira jóia do estilo românico, a Sé Velha.