As Bibliotecas Escolares, além de promoverem a formação de utilizadores nos mais variados domínios, são espaços de lazer, onde os alunos podem usufruir da leitura por prazer e em “liberdade”. É-lhes reservado o direito de saltar páginas, de não acabarem de ler um livro, de lerem e relerem, de lerem em voz alta, de ficarem a contemplar um livro, ou, inclusivamente, de não lerem. O escritor Manuel António Pina defende que “obrigar a criança a ler é o contrário da relação literária de intimidade e prazer com a leitura”. A leitura na Biblioteca pode revestir-se de uma caça ao tesouro, onde as limitações são impostas pelo próprio “caçador”. A criança ou o jovem são livres de tomar a decisão de ler ou não ler. Nada lhes é imposto. Se pensarmos que a escola é, para muitos, o primeiro contacto com o livro e a leitura, as Bibliotecas Escolares são os locais de excelência para a promoção e mediação das comunidades leitoras. Passar sem Biblioteca Escolar é, hoje, impensável. A Biblioteca faz parte integrante da vida escolar e se, não existisse, a Escola sentir-se-ia mutilada. Seria semelhante a um ser humano sem braços nem pernas, incapaz de se deslocar autonomamente. A BE é cada vez mais um lugar familiar onde os alunos e professores se sentem bem; é um refúgio, um passatempo; e é, sobretudo, cada vez mais indispensável para a prática pedagógica e cultural da escola, promovendo a igualdade de oportunidades seja qual for a idade, raça, sexo, religião, nacionalidade, língua e estatuto profissional ou social dos seus utilizadores. A Rede de Bibliotecas Escolares (RBE) foi lançada em 1996 e, desde então, a biblioteca passou a ser sentida como a pedra angular da comunidade escolar. Graças à implementação de fortes recursos materiais e humanos, a RBE fez com que as BE nascessem, crescessem e amadurecessem. E elas aí estão, em todo o país, para usar. E aprender. E evoluir. Excertos retirados do site da RBE