Foi um sonho que eu tive: Era uma grande estrela de papel Um cordel E um menino de bibe. O menino tinha lançado a estrela Com ar de quem semeia uma ilusão; E a estrela ia subido, azul e amarela, Presa pelo cordel à sua mão. Mas tão alto subiu Que deixou de ser estrela de papel. E o menino, ao vê-la assim,sorriu E cortou-lhe o cordel. Miguel Torga, Diário I, 1941