setembro 13, 2014

Poeta Antero de Quental

Sonho Oriental

Sonho-me às vezes rei, n'alguma ilha,
Muito longe, nos mares do Oriente,
Onde a noite é balsâmica e fulgente
E a lua cheia sobre as águas brilha...

O aroma da magnólia e da baunilha
Paira no ar diáfano e dormente...
Lambe a orla dos bosques, vagamente,
O mar com finas ondas de escumilha...

E enquanto eu na varanda de marfim
Me encosto, absorto n'um cismar sem fim,
Tu, meu amor, divagas ao luar,

Do profundo jardim pelas clareiras,
Ou descansas debaixo das palmeiras,
Tendo aos pés um leão familiar.

Antero de Quental
P.D. 18/04/1842 - 11/09/1891

http://www.culturacores.azores.gov.pt/ficheiros/roteiros/2012130144119.pdf
 
Foto: Sonho Oriental 

Sonho-me às vezes rei, n'alguma ilha, 
Muito longe, nos mares do Oriente, 
Onde a noite é balsâmica e fulgente 
E a lua cheia sobre as águas brilha... 

O aroma da magnólia e da baunilha 
Paira no ar diáfano e dormente... 
Lambe a orla dos bosques, vagamente, 
O mar com finas ondas de escumilha... 

E enquanto eu na varanda de marfim 
Me encosto, absorto n'um cismar sem fim, 
Tu, meu amor, divagas ao luar, 

Do profundo jardim pelas clareiras, 
Ou descansas debaixo das palmeiras, 
Tendo aos pés um leão familiar. 

Antero de Quental   
P.D.  18/04/1842 - 11/09/1891

http://www.culturacores.azores.gov.pt/ficheiros/roteiros/2012130144119.pdf