dezembro 11, 2012

Manoel Cândido Pinto de Oliveira

Manoel Cândido Pinto de Oliveira

Nasceu no Porto, a 12 de Dezembro de 1908, no seio de uma família da burguesia industrial.
Interessou-se desde muito novo pelo cinema, graças a seu pai, que o levava a ver fitas de Charles Chaplin e Max Linder, despertando-lhe o interesse para a sétima arte. Fez os primeiros estudos no Colégio Universal, no Porto, e posteriormente, no Colégio Jesuíta de La Guardi...
a, Galiza. Mas foi como desportista de ginástica, natação, atletismo e automobilismo, que o seu nome ganhou notoriedade.
Com vinte anos, inscreveu-se na Escola de Actores de Cinema, fundada por Rino Lupo, participando com o irmão, Casimiro de Oliveira, como figurante num filme deste realizador, Fátima Milagrosa (1928). A revista Imagem pública em 1930 fotografias suas considerando-o "um dos mais fotogénicos cinéfilos portugueses". Por esta altura comprou uma máquina Kinamo com a qual começou a filmar Douro, Faina Fluvial, com um fotógrafo amador, António Mendes. Trabalho inspirado no filme de Walter Ruttman - Berlim, Sinfonia de uma Capital (1927). A 21 de Setembro de 1931 estreia a versão muda do Douro, Faina Fluvial no V Congresso Internacional da Crítica, o qual despertou violentas reacções dos nossos críticos e elogios dos estrangeiros. Críticas que nunca mais deixaram a obra de Oliveira. Por uns a sua obra é elogiada, por outros é fortemente crítica, mas Oliveira continua a filmar. As críticas são centradas na forma como estrutura os filmes e a lentidão com que se desenrola a acção. Dá mais importância às palavras e ao conteúdo do que aos actos. A câmara raramente se move, e quando o faz são movimentos subtis para mostrar um objecto, os movimentos corporais de um actor que fala. Tudo é encenado meticulosamente para o espectador não se distrair com pormenores superflúos, agarrando-o desta forma à história deste génio do cinema.

Em 1933, volta a ser actor, desta vez na Canção de Lisboa, de Cottinelli Telmo. Passado um ano estreou a versão sonora de Douro,..., além fronteiras, que o consagrou como cineasta. Todavia, na década de 30, não passaram de projectos Bruma, Miséria, Roda, Luz, Gigantes do Douro, A Mulher que Passa, Desemprego e Prostituição.
Em 1938, o Jornal Português faz manchete: "II RAMPA DO GRADIL GANHA POR MANUEL DE OLIVEIRA, NUM CARRO EDFORD". Em 1940, casou com Maria Isabel Brandão Carvalhais. Dois anos depois realizou a sua primeira longa-metragem: Aniki-Bóbó.

Na década de quarenta não passaram do papel Hino da Paz (documentário), Saltimbancos e Clair de Lune ( conto de Guy de Maupassant). Nos anos 50, Angélica, Pedro e Inez, Vilarinho da Furna (documentário etnográfico sobre a obra de Jorge Dias), A Velha Casa, As Monstruosidades Vulgares (de José Régio), O Bairro de Xangai, De Dois Mil Não Passarás, Palco dum Povo (multifilme), O Poeta, não chegaram a ser realizados devido a falta de apoio financeiro. Assim virou-se para a produção agrícola da família, na região do Douro, ocupando-se do cultivo do Vinho do Porto. Em 1955 foi à Alemanha - Leverkussen, fazer um estágio intensivo nos laboratórios da AGFA, para estudar a cor aplicada ao cinema, que veio mais tarde (1957) a aplicar no documentário, O Pintor e a Cidade.
Os anos sessenta consagram Manoel de Oliveira no plano internacional, a partir de Itália e de França: Homenagem no Festival de Locarno em 1964 e passagem da sua obra na Cinemateca de Henri Langlois - Paris 1965.