dezembro 02, 2017

Homenagem a Fernando Antônio Nogueira Pessoa


















Aqui fica  sentida homenagem a Fernando Antônio Nogueira Pessoa, poeta e escritor português, morre em Lisboa em 30 de novembro de 1935, aos 47 anos. Foi internado no dia anterior no Hospital de São Luís dos Franceses, vítima de uma crise no fígado. A suposta causa de seu falecimento se deve a uma cirrose hepática provocada pelo excesso de álcool ao longo da sua vida. Nos últimos momentos da sua vida pede os óculos e clama pelos seus heterônimos. Sua última frase é escrita no idioma no qual foi educado, o inglês: “I know not what tomorrow will bring” (“Eu não sei o que o amanhã trará”).
O próprio viver é morrer, porque não temos um dia a mais na nossa vida que não tenhamos, nisso, um dia a menos nela.
Se depois de eu morrer quiserem escrever a minha biografia, não há nada mais simples. Tenho só duas datas: a de minha nascença e a de minha morte. Entre uma e outra todos os dias são meus…
Tudo quanto vive, vive porque muda; muda porque passa; e, porque passa, morre. Tudo quanto vive perpetuamente torna-se outra coisa, constantemente se nega, se furta à vida.
Podemos morrer se apenas amámos.
Não me venham com conclusões! A única conclusão é morrer.
Os deuses amam os que morrem jovens porque o absoluto é a sua medida.
É considerado um dos grandes poetas da língua portuguesa e da literatura universal.O crítico literário Harold Bloom considerou a sua obra um "legado da língua portuguesa ao mundo". Na comemoração do centenário do seu nascimento em 1988, seu corpo foi transladado para o Mosteiro dos Jerônimos, confirmando o reconhecimento que não teve em vida.
Quem escreverá a história do que poderia ter sido o irreparável do meu passado; https://www.youtube.com/watch?v=eR19wbgIHsM (vídeo)
Este é o cadáver.
Se a certa altura eu tivesse me voltado para a esquerda, ao invés que para direita;
Se em certo momento eu tivesse dito não, ao invés que sim;
Se em certas conversas eu tivesse dito as frases que só hoje elaboro; Seria outro hoje, e talvez o universo inteiro seria insensivelmente levado a ser outro também."
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
 Fernando Pessoa