dezembro 29, 2016

Espaço ideal...

"Acho que o espaço ideal deve conter elementos de magia, serenidade e mistério."
 Barragán

Miguel Torga , "A Criação do Mundo"


S. Martinho de Anta, 24 de Dezembro de 1975

NATAL

Outro Natal.
Outra comprida noite
De consoada,
Fria,
Vazia,
Bonita só de ser imaginada.

Que fique dela, ao menos,
Mais um poema breve,
Recitado
Pela neve
A cair, ao de leve,
No telhado.

Diário XII

A 29 de dezembro de 1911, nasce o escritor Alves Redol em Vila Franca de Xira

Escritor português, natural de Vila Franca de Xira, António Alves Redol nasceu a 29 de Dezembro de 1911 e faleceu 29 de Novembro de 1969. Figura central do neo realismo português, foi autor de uma vasta obra ficcional, que inclui o teatro e o conto.
Filho de um pequeno comerciante ribatejano, obteve um curso comercial e, cedo, teve de se iniciar no mundo do trabalho. Ainda jovem, partiu para Angola à procura de melhores condições de trabalho, mas lá conheceu a pobreza e o desemprego. De regresso a Portugal, à capital, desenvolveu várias atividades profissionais e enveredou nos meandros da oposição ao Estado Novo ingressando no Partido Comunista. De início, tornou-se colaborador do jornal O Diabo, mas a sua veia literária acabaria por se manifestar em 1939. Empenhado na luta de resistência ao regime salazarista, compreendeu a literatura como forma de intervenção social e, nesse mesmo ano, surgiu o seu primeiro romance, Gaibéus, cujo assunto, relacionado com problemas sócio-económicos vividos pelos ceifeiros, fez desta obra o marco do aparecimento do neo realismo.
A sua literatura não se caracteriza pela escrita de histórias ficcionadas, mas essencialmente pela abordagem da realidade social e de experiências vividas.
Ao longo de uma longa e coerente produção literária, Alves Redol trouxe para o romance personagens, temas e situações, ignorados pela literatura, postura que lhe valeu, simultaneamente, o êxito junto de um grande público e o ataque impiedoso da crítica, que apontava como deficiências de escrita a linguagem simples da sua prosa e o esquematismo das tramas romanescas. Acusações que pareciam corroboradas pela despretensão e modéstia literárias manifestadas pelo autor nas epígrafes das suas obras, como sucede em Gaibéus, precedido do aviso de que "Este romance não pretende ficar na literatura como obra de arte. Quer ser, antes de tudo, um documentário humano fixado no Ribatejo. Depois disso, será o que os outros entenderem". No prefácio a Barranco de Cegos (Lisboa, 1970), Mário Dionísio compara o destino da obra de Redol ao dos romances de Zola, que ao escolher temas malditos como o operariado e os conflitos sociais, recebeu durante anos a aversão dos críticos, até ser redescoberto em leituras inovadoras que revelaram a estrutura épica dos seus romances e a reformulação de mitos contemporâneos nessa prosa chocante, intensa, por momentos quase surrealista.
De entre a sua obra destacam-se Gaibéus (1939), Fanga (1943), a trilogia do Ciclo Port-Wine (1949-1953) e Barranco de Cegos (1962), porventura o seu romance mais conseguido. Escreveu também as peças de teatro Forja (1948) e O Destino Morreu de Repente (1967).


dezembro 26, 2016

O poder da leitura....

Tão simples quanto isto...

Esperança para o ano de 2017

Ave da Esperança

Passo a noite a sonhar o amanhecer.
Sou a ave da esperança.
Pássaro triste que na luz do sol
Aquece as alegrias do futuro,
O tempo que há-de vir sem este muro
De silêncio e negrura
A cercá-lo de medo e de espessura
Maciça e tumular;
O tempo que há-de vir - esse desejo
Com asas, primavera e liberdade;
Tempo que ninguém há-de
Corromper
Com palavras de amor, que são a morte
Antes de se morrer.


Penas do Purgatório, 3. Edição

Miguel Torga

dezembro 23, 2016

Poema de Fernando Pessoa...

«Chove. É dia de Natal.
Lá para o Norte é melhor:
Há a neve que faz mal.
E o frio que ainda é pior.
E toda a gente é contente
Porque é dia de o ficar.
Chove no Natal presente.
Antes isso que nevar.
Pois apesar de ser esse
O Natal da convenção,
Quando o corpo me arrefece
Tenho o frio e Natal não.
Deixo sentir a quem quadra
E o Natal a quem o fez,
Pois se escrevo ainda outra quadra
Fico gelado dos pés.»

Fernando Pessoa





Citação de Sophia de Mello Breyner Andresen


"Há mulheres que trazem o mar nos olhos
Não pela cor
Mas pela vastidão da alma"

Sophia de Mello Breyner Andresen

"A escritora aos 25 anos."

Santo Natal

A BE deseja a todos um Feliz Natal repleto de saúde, paz, felicidade, ternura, amizade, tolerância, amor....







dezembro 20, 2016

Lindo poema de Natal da autoria de Luísa Ducla Soares

Eu queria ser Pai Natal
E ter carro com renas
Para pousar nos telhados
Mesmo ao pé das antenas.
Descia com o meu saco
Ao longo da chaminé,
Carregado de brinquedos
E roupas, pé ante pé.
Em cada casa trocava
Um sonho por um presente
Que profissão mais bonita
Fazer a gente contente!

Luísa Ducla Soares







dezembro 18, 2016

Poema de Miguel Torga

É o vento que me leva.
O vento lusitano.
É este sopro humano
Universal
Que enfuna a inquietação de Portugal.
É esta fúria de loucura mansa
Que tudo alcança
Sem alcançar.
Que vai de céu em céu,
De mar em mar,
Até nunca chegar.
E esta tentação de me encontrar
Mais rico de amargura
Nas pausas da ventura
De me procurar...


Miguel Torga

A magia de abrir um livro...


It’s truly magical; you can be transported to another world, another place or time. You can feel emotions that you’ve never experienced and gain insight into a life that you will never live. That's how it feels to open a book...

O Natal na BE

Oferta de canção natalícia em Inglês à BE logo pela manhã. ...obrigada e parabéns. ...adorámos a ideia....


dezembro 15, 2016

Os lindos postais natalícios na BE feitos pelos alunos de Inglês













O livro é uma excelente companhia....


"Stay low, stay quiet, keep it simple, don't expect too much, enjoy what you have."

Dean Koontz

Vinda dos alunos do 4º Ano à BE da EBSAnadia

Foi um êxito a visita dos alunos do 4º Ano à BE, hoje, com as suas Professoras. Efetuaram atividades natalícias e ouviram canções e poemas interpretados por alunas do Secundário.