julho 07, 2015

Faz hoje cinco anos que morreu Matilde Rosa Araújo, com 89 anos.


Nasceu em Lisboa a 20 de Junho de 1921, numa quinta dos avós em Benfica. Após estudos secundários ministrados em casa por professores particulares, em 1945 licenciou-se em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, tendo feito, pela primeira vez em Portugal, uma tese sobre jornalismo. Foi professora do ensino secundário técnico-profissional em várias cidades do país (do Barreiro a Portalegre e do Porto a Elvas). Foi também professora do primeiro curso de Literatura para a Infância, na Escola do Magistério Primário de Lisboa.
A sua estreia na literatura teve lugar em 1943 com a história "A Garrana", com a qual venceu o concurso "Procura-se um Novelista", promovido pelo jornal O Século e pelo Rádio Clube Português. Para o público adulto escreveu também "Estrada Sem Nome", "Praia Nova", "O Chão e a Estrela" e "Voz Nua".
Na literatura para crianças, o primeiro título publicado foi "O Livro da Tila" (1957). Seguiram-se "O Palhaço Verde", "História de um Rapaz", "O Sol e o Menino dos Pés Frios", "O Reino das Sete Pontas", "História de uma Flor", "O Gato Dourado", "As Botas de Meu Pai", "As Fadas Verdes", "Segredos e Brincadeiras", "A saquinha da flor" e "Lucilina e Antenor", entre muitos outros títulos. Com ela colaboraram várias gerações de ilustradores portugueses, de Maria Keil a Gémeo Luís, de João Fazenda a Manuela Bacelar.
Dedicou-se intensamente à defesa dos direitos das crianças através da publicação de livros e de intervenções em organismos com actividade nesta área, como a UNICEF em Portugal.
Recebeu importantes prémios literários. O primeiro, em 1943, do jornal O Século; posteriormente o Grande Prémio Gulbenkian de Literatura Infantil (1980) pelo conjunto da sua obra, e novamente, em 1996, o Grande Prémio Gulbenkian de Literatura para Crianças e Jovens, pelo livro "As Fadas Verdes". Em 1994 e em 2006, foi candidata ao Prémio Hans Christian Andersen, um dos mais importantes do mundo.