janeiro 11, 2013

Poema de Eugénio de Andrade...

Vê como de súbito o céu se fecha
sobre dunas e barcos,
e cada um de nós se volta e fixa
os olhos um no outro,
e como deles devagar escorre
... a última luz sobre as areias.

Q ue diremos ainda? Serão palavras,
isto que aflora aos lábios?
Palavras, não. Quem as sabia?
Foi apenas a lembrançadoutra luz.
Nem luz seria, apenas outro olhar.

Eugénio de Andrade, in Mar de Setembro
Vê como de súbito o céu se fecha
sobre dunas e barcos,
e cada um de nós se volta e fixa
os olhos um no outro,
e como deles devagar escorre
a última luz sobre as areias.

Q ue diremos ainda? Serão palavras,
isto que aflora aos lábios?
Palavras, não. Quem as sabia?
Foi apenas a lembrançadoutra luz.
Nem luz seria, apenas outro olhar.

Eugénio de Andrade, in Mar de Setembro

foto Rosa Miranda