fevereiro 27, 2017

Folhas de rosa de Florbela Espanca

Folhas de rosa
Todas as prendas que me deste, um dia,
Guardei-as, meu encanto, quase a medo,
E quando a noite espreita o pôr-do-sol,
Eu vou falar com elas em segredo...

E falo-lhes d'amores e de ilusões,
Choro e rio com elas, mansamente...
Pouco a pouco o perfume do outrora
Flutua em volta delas, docemente...
Pelo copinho de cristal e prata
Bebo uma saudade estranha e vaga,
Uma saudade imensa e infinita
Que, triste, me deslumbra e m'embriaga
O espelho de prata cinzelada,
A doce oferta que eu amava tanto,
Que reflectia outrora tantos risos,
E agora reflecte apenas pranto,
E o colar de pedras preciosas,
De lágrimas e estrelas constelado,
Resumem em seus brilhos o que tenho
De vago e de feliz no meu passado...
Mas de todas as prendas, a mais rara,
Aquela que mals fala à fantasia,
São as folhas daquela rosa branca
Que a meus pés desfolhaste, aquele dia...

Florbela Espanca

Foto de Eu, Nós e as Palavras.

Utilizar os média na educação...

Foto de Teresa Pombo.

Os nossos alunos responderam ao desfio....

A partir do dia 1 de Março, quarta-feira, MIÚDOS A VOTOS na Rádio Miúdos! Curiosos?
Oiçam em www.radiomiudos.pt
Entre as 9h45, às 15h45 e as 20h15 esta campanha eleitoral!
Iniciativa da Rede de Bibliotecas Escolares e da VISÃO Júnior, com o apoio da Rádio Miúdos!
A primeira rádio para crianças em português

fevereiro 24, 2017

CIL - Concurso Intermunicipal de Leitura > Fase Municipal > Pré-seleção

CIL - Concurso Intermunicipal de Leitura > Fase Municipal > Pré-seleção
Anadia > Biblioteca Municipal
Realizadas e corrigidas as provas de pré-seleção para a Fase Municipal do Concurso Intermunicipal de Leitura, foram apurados os seis finalistas e dois suplentes de cada categoria, a saber:

2.º CICLO
APURADOS
José Afonso Soares – CNSA
Daniela Figueiredo – SM
Ana Ganhito Fadiga – EBVB
Ana Schevchenco – EBSA
Inês Miguel Baptista Duarte – CNSA
Bernardo Campolargo Malaquias – CNSA
1.º Suplente
Sara Daniela Santos Rainho – EBVB
2.º Suplente
Rita Verdade – EBSA

3.º CEB
APURADOS
Verónica Moreira – SM
Maria de Carvalho Cara D’Anjo – CNSA
Henrique Seabra – EBSA
Joana Cardoso da Cruz – EBVB
Bárbara de Matos Gorgulho – CNSA
Maria Beatriz Santos - EBSA
1.º Suplente
Mariana Pereira Moniz – EBVB
2.º Suplente
Beatriz Maia – EBSA

ENSINO SECUNDÁRIO
APURADOS
Maria José Torres – CNSA
Vitória São José - CNSA
Aurora Cavaleiro – EBSA
Miguel Saldanha - EBSA

Marta Sofia Marques Baptista – EPA
Lília Maria Esteves Lourenço – EPA
1.º Suplente
Ana Carolina Silva Rodrigues dos Santos – CNSA
2.º Suplente
Irina Teixeira - EPA

Os alunos apurados irão prestar provas na Fase Municipal, que irá decorrer no Cineteatro Anadia, em 2017.03.10, na qual serão escolhidos os representantes de Anadia na Fase Intermunicipal / Final, a realizar em 2017.05.27, em Albergaria-a-Velha.



fevereiro 23, 2017

Camilo Castelo Branco

ccb.jpg
Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco foi um dos escritores mais profícuos do segundo Romantismo português. Poeta, panfletário, polemista, prefaciador, crítico, tradutor, romancista, dramaturgo, bibliografo, historiador, cultor de todos os géneros, o conjunto da sua obra literária é o mais vasto e diversificado de todo o século dezanove. No romance, género que mais versou (publicou cinquenta e quatro romances), Camilo escreveu na fronteira entre o idealismo romântico (mas já, de certo modo, sob a influência da corrente realista) e a tentativa de alcançar a estética da geração naturalista, primeiro na forma de pastiche estilístico, mais tarde como adesão (embora reactiva) ao movimento de que, no íntimo, desdenhava.

Nascido em Lisboa, cedo ficou órfão e passou a viver em Vila Real de Trás-os-Montes com a irmã, mais velha, e uma tia paterna. Depois do casamento da irmã, vai viver com ela para Vilarinho da Samardã onde o irmão do cunhado, o padre António José de Azevedo, o iniciou nos primeiros estudos. A vida aldeã e as recordações de infância perpassam pelas suas narrativas, todas elas, de uma forma ou outra, dotadas de um cunho autobiográfico ou do relato ficcionado de incidentes a que o escritor assistiu ou lhe foram narrados pelos próprios protagonistas. (...)

fevereiro 22, 2017

Os nossos alunos no Concurso Intermunicipal de Leitura,hoje, na Biblioteca Municipal de Anadia










Poema de António Gedeão

António Gedeão

O poema:

Os meus olhos são uns olhos,
e é com esses olhos uns
que eu vejo no mundo escolhos,
onde outros, com outros olhos,
não vêem escolhos nenhuns.
Quem diz escolhos, diz flores!
De tudo o mesmo se diz
Onde uns vêem luto e dores,
uns outros descobrem cores
do mais formoso matiz.
Pelas ruas e estradas
onde passa tanta gente,
uns vêem pedras pisadas,
mas outros gnomos e fadas
num halo resplandecente!!
Inutil seguir vizinhos,
querer ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos!
Onde Sancho vê moinhos,
D.Quixote vê gigantes.
Vê moinhos? São moinhos!
Vê gigantes? São gigantes!

fevereiro 20, 2017

Josefa de Ayala y Cabrera

A 20 de fevereiro de 1630 nasceu Josefa de Ayala y Cabrera. Mais conhecida como Josefa de Óbidos, herdou do pai, o pintor português Baltazar Gomes Figueira, a vocação para a pintura. Apadrinhada pelo pintor Espanhol Francisco Herrera, foi um dos raros, se não mesmo o mais significativo, caso de uma mulher a destacar-se na pintura antes da época contemporânea.
Foi uma mulher emancipada e culta, cuja fé reflete a espiritualidade do século XVII, com um longo percurso artístico, pintora de naturezas mortas e de notáveis composições de temática devocional. As suas representações humanas caraterizam-se pelos rostos ovalados, com grandes olhos e bocas pequenas, quase abonecados.
Este tipo fisionómico está presente no pormenor com que celebramos o seu nascimento, pertencente à obra ‘Lactação de São Bernardo’ (MNMC 2639), óleo sobre tela da segunda metade do século XVII, em exposição permanente na galeria de pintura portuguesa - piso 1 - do Museu Machado de Castro...


A Primavera começa a anunciar a sua chegada...

Começam a surgir dias que convidam a ler com prazer...

(Poemas Inconjuntos, heterónimo de Fernando Pessoa)

Alberto Caeiro

Quando Vier a Primavera

Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma
Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.
Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.

 
 
 
 
 

Poema de Fernando Pessoa

Fernando Pessoa

O poema:

Evasão
Sou um evadido.
Logo que nasci
Fecharam-me em mim,
Ah, mas eu fugi.
Se a gente se cansa
Do mesmo lugar,
Do mesmo ser
Por que não se cansar?
Minha alma procura-me
Mas eu ando a monte,
Oxalá que ela
Nunca me encontre.
Ser um é cadeia,
Ser eu não é ser.
Viverei fugindo
Mas vivo a valer.