abril 03, 2013

Fernando Assis Pacheco.....

Muitas vezes te esperei, perdi a conta,
longas manhãs te esperei tremendo
no patamar dos olhos. Que importa
que batam à porta, façam chegar
jornais, ou cartas, de amizade um pouco
... - tanto pó sobre os móveis tua ausência.

Se não és tu, que me importa?
Alguém bate, insiste através da madeira,
que me importa que batam à porta,
a solidão é uma espinha
insidiosamente alojada na garganta.
Um pássaro morto no jardim com neve.

Fernando Assis Pacheco

in «A Musa Irregular»,
Muitas vezes te esperei, perdi a conta,
 longas manhãs te esperei tremendo
 no patamar dos olhos. Que importa
 que batam à porta, façam chegar
 jornais, ou cartas, de amizade um pouco
 - tanto pó sobre os móveis tua ausência.
 
Se não és tu, que me importa?
 Alguém bate, insiste através da madeira,
 que me importa que batam à porta,
 a solidão é uma espinha
 insidiosamente alojada na garganta.
 Um pássaro morto no jardim com neve. 

Fernando Assis Pacheco 
in «A Musa Irregular»,

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