abril 04, 2015

Alguns dos mais belos poemas escritos em Língua Protuguesa...

1. O Monstrengo – Fernando Pessoa
O mostrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergueu-se a voar;
A roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar,
E disse: «Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tectos negros do fim do mundo?»
E o homem do leme disse, tremendo:
«El-Rei D. João Segundo!»
«De quem são as velas onde me roço?
De quem as quilhas que vejo e ouço?»
Disse o mostrengo, e rodou três vezes,
Três vezes rodou imundo e grosso.
«Quem vem poder o que só eu posso,
Que moro onde nunca ninguém me visse
E escorro os medos do mar sem fundo?»
E o homem do leme tremeu, e disse:
«El-Rei D. João Segundo!»
Três vezes do leme as mãos ergueu,
Três vezes ao leme as reprendeu,
E disse no fim de tremer três vezes:
«Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um povo que quer o mar que é teu;
E mais que o mostrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!»
monstrengo
2. Língua Portuguesa – Olavo Bilac
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela
Amo-se assim, desconhecida e obscura
Tuba de algo clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: “meu filho!”,
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
lacio
3. Quando – Sophia de Mello Breyner
Quando o meu corpo apodrecer e eu for morta
Continuará o jardim, o céu e o mar,
E como hoje igualmente hão-de bailar
As quatro estações à minha porta.Outros em Abril passarão no pomar
Em que eu tantas vezes passei,
Haverá longos poentes sobre o mar,
Outros amarão as coisas que eu amei.Será o mesmo brilho, a mesma festa,
Será o mesmo jardim à minha porta,
E os cabelos doirados da floresta,
Como se eu não estivesse morta.
4. Mar português – Fernando Pessoa
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
5. Amor é fogo que arde sem se ver – Camões
Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se e contente;
É um cuidar que ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Santa e Abençoada Páscoa...

A Biblioteca Escolar deseja a todos os queridos leitores uma

Santa e Abençoada Páscoa.....












Passa uma borboleta por diante de mim de Fernando Pessoa/Alberto Caeiro


Fernando Pessoa/Alberto Caeiro

Passa uma borboleta por diante de mim 

Passa uma borboleta por diante de mim
E pela primeira vez no universo eu reparo
Que as borboletas não têm cor nem movimento,
Assim como as flores não tem perfume nem cor.
A cor é que tem cor nas asas da borboleta,
No movimento da borboleta
o movimento é que se move,
O perfume é que tem perfume no perfume da flor.

abril 01, 2015

Viva o livro e a ilustração....

Catarina Sobral e António Jorge Gonçalves são os ilustradores destacados no stand da DGLAB em Bolonha.
Catarina Sobral foi a vencedora, em 2014, do Prémio da Feira de Bolonha - Fundação SM; António Jorge Gonçalves foi o vencedor do Prémio Nacional de Ilustração em 2014.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Temos vista privilegiada para o pavilhão da Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas (DGLAB), que este ano dá destaque ao trabalho da Catarina Sobral.
Os livros mais bonitos estão neste pavilhão!

Dia Internacional do Livro Infantil.

Amanhã é o Dia Internacional do Livro Infantil.
Veja o cartaz deste ano e as imagens dos anos anteriores em:
 http://livro.dglab.gov.pt/…/Dia-Internacional-do-Livro-Infa…

No dia 2 de abril comemora-se em todo o mundo o nascimento de Hans Christian Andersen.
A partir de 1967, este dia passou a ser designado por Dia Internacional do Livro Infantil, chamando a atenção para a importância da leitura e para o papel fundamental dos livros para a infância.
Para assinalar o Dia Internacional do Livro Infantil 2015, a DGLAB convidou o ilustrador António Jorge Gonçalves, vencedor do Prémio Nacional de Ilustração do ano passado, para ser o autor da imagem do cartaz.
http://livro.dglab.gov.pt/…/Dia-Internacional-do-Livro-Infa…

Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra



Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra guarda alguns dos livros mais raros do mundo

O primeiro livro que foi impresso em Portugal em 1487 em Faro é um dos muitos exemplares existentes na Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra.

 Ver em:

http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=815947&tm=4&layout=122&visual=61










Já vão 128 anos....

Há 128 anos...

A 1 de abril de 1887 foi inaugurado, na entrada principal do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra um monumento à memória de Avelar Brotero, da autoria do notável escultor Soares dos Reis.

MANUEL ANTÓNIO PINA, in O PÁSSARO DA CABEÇA, um dos livros de leitura obrigatória das Metas Curriculares de Português


MANUEL ANTÓNIO PINA, in O PÁSSARO DA CABEÇA e mais versos para crianças- Ilustrações de Ilda David (Assírio & Alvim, 2014)

A Ana quer

A Ana quer
nunca ter saído
da barriga da mãe.
Cá fora está-se bem,
mas na barriga também
era divertido.

O coração ali à mão,
os pulmões ali ao pé,
ver como a mãe é
do lado que não se vê.
O que a Ana mais quer ser
quando for grande e crescer
é ser outra vez pequena:
não ter nada que fazer
senão ser pequena e crescer
e de vez em quando nascer
e voltar a desnascer.

No dia 01 de abril, dia das mentiras..


Mentir, eis o problema:
minto de vez em quando
ou sempre, por sistema?

Carlos Drummond

Vários alunos da nossa Escola estarão presentes....

Vários alunos da nossa Escola estarão presentes, uns em concurso e outros em atuação com música e dança...

Concurso Intermunicipal de Leitura
Fase Municipal - Anadia
2015.04.10
21h00
Anadia > Cineteatro Anadia
Os alunos das escolas de Anadia participam, mais uma vez, no Concurso Intermunicipal de Leitura (CIL), estando a Câmara de Anadia a organizar a segunda fase do certame, com vista à realização da final municipal, que irá decorrer no próximo dia 10 de abril, no Cineteatro Anadia.
Trata-se da segunda edição de um concurso que nasceu no âmbito do trabalho colaborativo desenvolvido pela Rede de Bibliotecas da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA), e que conta com a participação de alunos do 1.º Ciclo do Ensino Básico ao Ensino Secundário, dos estabelecimentos das redes pública e privada dos 11 municípios que compõem esta comunidade intermunicipal. Em Anadia, participam nesta iniciativa os alunos do Agrupamento de Escolas de Anadia, do Colégio de Nossa Senhora da Assunção (Famalicão) e dos Salesianos de São João Bosco (Mogofores).
Estando já concluída a Fase de Escolas, ou seja, primeira etapa do concurso, cabe agora a cada autarquia organizar e promover a Fase Municipal, tendo a Câmara Municipal de Anadia aprovado, na sua reunião de 4 de março último, as regras gerais desta etapa intermédia do CIL. Estas preveem, entre outros aspetos, a tipologia e critérios de avaliação das provas a realizar e a atribuição de prémios aos alunos selecionados para representar o concelho de Anadia na Fase Intermunicipal, que terá lugar a 30 de maio, em Ílhavo.
Proporcionar à comunidade educativa uma oportunidade renovada de estimular, nos alunos, o gosto pelo livro e pela leitura, promovendo, simultaneamente, o desenvolvimento de competências, no âmbito da leitura, nos jovens, durante o seu percurso escolar, é o grande objetivo do CIL.