novembro 23, 2017

"Aprender para concretizar a promessa da educação"



"Os países em desenvolvimento estão longe das grandes metas da aprendizagem. Muitos não investem recursos financeiros suficientes e a maioria precisa de ser mais eficiente. Mas não é apenas uma questão de dinheiro; os países precisam também investir na capacidade das pessoas e instituições encarregadas de educar nossos filhos (...) A reforma da educação é urgente e requer persistência, bem como alinhamento político dos governos, média, empresários, professores, pais e estudantes. Todos têm que valorizar e exigir uma melhor aprendizagem."

Jaime Saavedra (ex-ministro da Educação do Perú, Diretor Sênior de Educação do Banco Mundial).

Foi recentemente publicado o World development report 2018: Learning to realize education's promise . Da responsabilidade do Banco Mundial, foi elaborado por uma vasta equipa coordenada por dois economistas.

Nele se afirma reiteradamente a existência de uma "crise de aprendizagem" à escala global: muitos milhões de alunos, sobretudo de países mais frágeis, não estão a ser educados "para terem sucesso na vida". Isso significa que, como adultos, as suas oportunidades laborais são menores e auferirão de salários mais baixos.

Ainda que podendo estar na escola vários anos, muitas crianças e jovens, sobretudo as mais desfavorecidas, saem sem conseguir ler e escrever bem como realizar operações matemáticas básicas. A escolarização não significa, portanto, aprendizagem.

Estabelecendo-se, no relatório, uma relação directa entre educação e riqueza, afirma-se que esta crise, acentua as diferenças sociais: é, nas palavras do presidente do Banco Mundial, de ordem "moral e económica":

O relatório apela, pois, aos poderes políticos para que assumam a "aprendizagem para todos" como prioridade nacional. Se isso acontecer, é certo que o problema será minimizado. Em sequência, apresenta três recomendações:
1) Avaliação da aprendizagem, com base em objectivos mensuráveis. Apenas metade dos países em desenvolvimento têm este procedimento que pode ajudar os professores a orientar os alunos, a melhorar a gestão dos sistemas educativos e a concentrar a atenção das sociedades na aprendizagem;
2) As escolas devem ser acolher, de modo igual, todas as crianças. É preciso assegurar as condições de desenvolvimento do cérebro, proporcionando-lhes uma alimentação equilibrada e estimulação precoce. É preciso também atrair professores excelentes e mantê-los motivadas bem como proporcionar-lhes uma formação adequada e facultar-lhes tecnologias que os ajudem a ensinar;
3) Mobilização todos os cidadãos. Envolver e aumentar a responsabilidade das partes interessadas, incluindo a comunidade empresarial, em todas as etapas da reforma da educação, desde a concepção à implementação.