abril 30, 2016
SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN
SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN, in CORAL (1950), in OBRA POÉTICA (Caminho, 2010)
Sacode as nuvens que te poisam nos cabelos,
Sacode as aves que te levam o olhar.
Sacode os sonhos mais pesados do que as pedras.
Porque eu cheguei e é tempo de me veres,
Mesmo que os meus gestos te trespassem
De solidão e tu caias em poeira,
Mesmo que a minha voz queime o ar que respiras
E os teus olhos nunca mais possam olhar.
abril 29, 2016
Miguel Torga....
Coimbra, 28 de Abril de 1953.
INSÓNIA
Cá estou de sentinela no meu posto.
Como não posso ver o inimigo,
Adivinho-lhe as formas e o poder.
Negra força que cerca o meu abrigo,
É um fantasma difuso a combater.
INSÓNIA
Cá estou de sentinela no meu posto.
Como não posso ver o inimigo,
Adivinho-lhe as formas e o poder.
Negra força que cerca o meu abrigo,
É um fantasma difuso a combater.
Por que razão quer triunfar, não sei.
Quando o senti no sono e acordei,
Já descera a viseira e arremetia...
Noite, sudário da desconfiança,
O véu que te protege a cobardia
É que tira grandeza à tua lança!
Diário VI
Quando o senti no sono e acordei,
Já descera a viseira e arremetia...
Noite, sudário da desconfiança,
O véu que te protege a cobardia
É que tira grandeza à tua lança!
Diário VI
MANUEL ANTÓNIO PINA, in O PÁSSARO DA CABEÇA
MANUEL ANTÓNIO PINA, in O PÁSSARO DA CABEÇA (Assírio & Alvim, 2014)
Coisas que não há que há
Uma coisa que me põe triste
é que não exista o que não existe.
(Se é que não existe, e isto é que existe!)
Há tantas coisas bonitas que não há:
coisas que não há, gente que não há.
bichos que já houve e já não há,
livros por ler, coisas por ver,
feitos desfeitos, outros feitos por fazer,
pessoas tão boas ainda por nascer
e outras que morreram há tanto tempo!
Tantas lembranças de que não me lembro,
sítios que não sei, invenções que não invento,
gente de vidro e de vento, países por achar,
paisagens, plantas, jardins de ar,
tudo o que eu nem posso imaginar
porque se o imaginasse já existia
embora num lugar onde só eu ia...
Coisas que não há que há
Uma coisa que me põe triste
é que não exista o que não existe.
(Se é que não existe, e isto é que existe!)
Há tantas coisas bonitas que não há:
coisas que não há, gente que não há.
bichos que já houve e já não há,
livros por ler, coisas por ver,
feitos desfeitos, outros feitos por fazer,
pessoas tão boas ainda por nascer
e outras que morreram há tanto tempo!
Tantas lembranças de que não me lembro,
sítios que não sei, invenções que não invento,
gente de vidro e de vento, países por achar,
paisagens, plantas, jardins de ar,
tudo o que eu nem posso imaginar
porque se o imaginasse já existia
embora num lugar onde só eu ia...
SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN- inédito sem data
Dai-me a casa vazia e simples onde a luz é preciosa. Dai-me a beleza
intensa e nua do que é frugal. Quero comer devagar e gravemente como
aquele que sabe o contorno carnudo e o peso grave das coisas.
Não quero possuir a terra mas ser um com ela. Não quero possuir nem dominar porque quero ser: esta é a necessidade.
Com veemência e fúria defendo a fidelidade ao estar terrestre. O mundo do ter perturba e paralisa e desvia em seus circuitos o estar, o viver, o ser. Dai-me a claridade daquilo que é exactamente o necessário. Dai-me a limpeza de que não haja lucro. Que a vida seja limpa de todo o luxo e de todo o lixo. Chegou o tempo da nova aliança com a vida.
Não quero possuir a terra mas ser um com ela. Não quero possuir nem dominar porque quero ser: esta é a necessidade.
Com veemência e fúria defendo a fidelidade ao estar terrestre. O mundo do ter perturba e paralisa e desvia em seus circuitos o estar, o viver, o ser. Dai-me a claridade daquilo que é exactamente o necessário. Dai-me a limpeza de que não haja lucro. Que a vida seja limpa de todo o luxo e de todo o lixo. Chegou o tempo da nova aliança com a vida.
abril 28, 2016
O português é a quarta língua europeia mais falada no mundo
Esta exposição, do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua e de uma equipa de investigadores do ISCTE/IUL – Instituto Universitário de Lisboa, tem como missão rentabilizar e projetar o valor de mercado da língua portuguesa através do Parlamento Europeu, em Bruxelas.
A exposição, que tem em conta os conteúdos do estudo realizado por investigadores do ISCTE, sob a coordenação de Luís Reto, está patente de 18 a 21 de fevereiro.
A língua portuguesa atingiu a sua plena identidade linguística no início dos Descobrimentos, no século XV, e hoje é usada por mais de 250 milhões de pessoas como idioma oficial.
Este universo de falantes representa mais de 7% da superfície continental da Terra. São oito os países de língua oficial portuguesa, Portugal, Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, todos eles países “plantados à beira-mar” e que representam 4% da riqueza mundial.
Tudo indica que em 2050, mais 100 milhões de pessoas se vão juntar ao número de falantes de português. 350 milhões vão manter a língua portuguesa no topo de idiomas mundiais, a terceira mais falada na Europa, depois do inglês e do espanhol.
O português é ainda uma das línguas que regista uma das taxas de crescimento mais elevadas nas redes sociais e na aprendizagem como língua estrangeira.
Aprender com a biblioteca escolar 2015-2016
As bibliotecas escolares são um espaço educativo integrador de muitas literacias - digital, da leitura, da informação,
dos media,… -, cada vez mais decisivo para as aprendizagens e a
capacitação plena das crianças e jovens que as utilizam formal ou
informalmente.
No início do ano letivo de 2015-16, prosseguindo este objetivo formativo no âmbito das literacias, a Rede de Bibliotecas Escolares decidiu, após o período experimental anterior, alargar a aplicação do referencial Aprender com a Biblioteca Escolar (AcBE) a todas as escolas que o desejem utilizar, tendo-lhes sido solicitado que procedessem ao registo, no Sistema de informação, do projeto ou atividades que se propõem realizar neste contexto.
Assim, vimos reforçar junto de todos os professores bibliotecários (PB) o pedido para que participem com os docentes neste trabalho, preenchendo diretamente ou através do respetivo Coordenador Interconcelhio de Biblioteca Escolar, consoante a gestão do processo no território, até ao dia 4 de abril, o(s) respetivo(s) formulário(s).
Para a implementação do referencial nas escolas, é também muito importante que as bibliotecas escolares preencham, em colaboração com os docentes, a(s) ficha(s) de planificação, semelhantes às usadas no Anexo “Atividades” do documento e amplamente experimentadas ao longo das formações realizadas.
No início do ano letivo de 2015-16, prosseguindo este objetivo formativo no âmbito das literacias, a Rede de Bibliotecas Escolares decidiu, após o período experimental anterior, alargar a aplicação do referencial Aprender com a Biblioteca Escolar (AcBE) a todas as escolas que o desejem utilizar, tendo-lhes sido solicitado que procedessem ao registo, no Sistema de informação, do projeto ou atividades que se propõem realizar neste contexto.
Assim, vimos reforçar junto de todos os professores bibliotecários (PB) o pedido para que participem com os docentes neste trabalho, preenchendo diretamente ou através do respetivo Coordenador Interconcelhio de Biblioteca Escolar, consoante a gestão do processo no território, até ao dia 4 de abril, o(s) respetivo(s) formulário(s).
Para a implementação do referencial nas escolas, é também muito importante que as bibliotecas escolares preencham, em colaboração com os docentes, a(s) ficha(s) de planificação, semelhantes às usadas no Anexo “Atividades” do documento e amplamente experimentadas ao longo das formações realizadas.
Da minha língua vê-se o mar .....
“com a língua portuguesa realizámos oito séculos de uma bela literatura, deixando nela a memória do que foi fundamental para a modernidade europeia. O orgulho não é um exclusivo dos grandes países porque ele não tem que ver com a extensão de um território mas com a extensão da alma que o preencheu. A alma do meu país teve o tamanho do mundo… Uma língua é o lugar donde se vê o mundo e em que se traçam os limites do nosso pensar e sentir. Da minha língua vê-se o mar. Da minha língua ouve-se o seu rumor, como da de outros se ouvirá a floresta ou o silêncio do deserto. Por isso a voz do mar foi a da nossa inquietação. Assim o apelo que vinha dele, foi o apelo que ia de nós…”
Vergílio Ferreira nasceu em Melo, uma pequena aldeia do concelho de Gouveia, no dia 28 de Janeiro de 1916.
Frequentou o Seminário do Fundão, que retratou no romance Manhã Submersa, e que Lauro António adaptou para o cinema, convencendo Vergílio Ferreira a participar no filme, no papel de Reitor do Seminário; e a Universidade de Coimbra, onde se licenciou em Filologia Clássica, e fazendo o estágio para professor no Liceu D. João III, atual Escola Secundária José Falcão.
Passou por Bragança, Évora e Faro, até ao Liceu Camões, em Lisboa, onde coincidiu com o aluno António Lobo Antunes que o descreve numa crónica (Retrato do Artista Quando Jovem) como “um professor de ruga atormentada na testa como se os rins da alma lhe doessem que atravessava o pátio do recreio torcido por incómodos metafísicos. Um colega mais instruído revelou-me que o professor se chamava Vergílio Ferreira e publicava livros”.
As cidades de Évora e Coimbra fazem parte do imaginário literário de Vergílio Ferreira, mas também a Serra da Estrela e a sua aldeia de Melo, que servem de cenário a densos e profundos textos do autor de Pensar e Conta Corrente, notas de um diário que vai publicando ao longo de duas décadas (1980-1994 ).
Aparição, Alegria Breve e Para Sempre são apenas três das obras que deviam estar presentes no ensino oficial da Literatura Portuguesa
Fase Municipal do Concurso Intermunicipal de Leitura
Os alunos apurados para a Fase Municipal do CIL, que decorrerá no Cineteatro
Anadia, no próximo dia 29/04, pelas 21h00.
2.º Ciclo
1º Daniela Figueiredo - C. Salesianos de Mogofores - 90 pontos
2º Miguel Rocha - C. Salesianos de Mogofores - 86 pontos
3º Maria de Carvalho Cara D'Anjo - CNSA - 86 pontos
4º Constança Seabra - CNSA - 82 pontos
5º César Andrade - EBS de Anadia - 80 pontos
6º Henrique Andrade - EBS de Anadia - 72 pontos
3º Ciclo
1º Maria Beatriz Santos - EBS de Anadia - 84 pontos
2º Joana Cruz - EB 2,3 Vilarinho do Bairro - 76 pontos
3º Pedro Fernandes - EBS de Anadia - 72 pontos
4º Bárbara Gorgulho - CNSA - 68 pontos
5º Matilde Gonçalves - C. Salesianos de Mogofores - 66 pontos
6º Mariana Moniz - EB 2,3 Vilarinho do Bairro - 64 pontos
Secundário:
Margarida Pereira EBS de Anadia
Beatriz Agante EBS de Anadia
Miguel Saldanha EBS de Anadia
Caso haja algum impedimento em participar na fase
final, por parte de algum dos seis apurados, ficam como suplentes os
alunos:
2.º CEB - SUPLENTES
1.º Diogo Duarte - EBS Anadia - 62 pontos
2.º Sara Capela - EBS Vilarinho do Bairro - 62
pontos
3.º CEB - SUPLENTES
1.º Sofia Fonseca - Colégio Salesianos de Mogofores -
62 pontos
2.º Maria Neves-
EB Vilarinho do Bairro - 62 pontos
Parabéns a todos os alunos!
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