O
laboratório alemão Dreser concluiu em 6 de Março de 1899 um processo de
fabrico da aspirina e depositou a patente em Berlim. Este avanço médico
é obra do químico Felix Hoffmann, que conseguiu sintetizar o derivado
acetila do ácido salicílico em 1893. Dotado de grandes propriedades
analgésicas, o produto tem também a faculdade de baixar a febre. A
empresa Bayer apressou-se a comercializar o medicamento, dando nascimento a um novo mercado: a indústria farmacêutica.
O
Departamento Imperial de Patentes em Berlim registou o nome Aspirina,
para o ácido acetilsalicílico, a favor da companhia farmacêutica alemã
Friedrich Bayer & Co.
O
medicamento mais comum dos armários domésticos de medicamentos,
das carteiras e bolsos das pessoas, das gavetas dos escritórios, o ácido
acetilsalicílico foi originalmente retirado de uma descoberta química
na casca de árvores como o salgueiro e o choupo e também nas folhas e
flores femininas do salgueiro.
Na
sua composição primitiva, o ingrediente activo, salicina, foi usado
durante séculos na medicina caseira, começando na Antiga Grécia quando
Hipócrates o utilizou para aliviar a dor e a febre. Conhecido dos
médicos desde meados do século XIX, foi usado parcamente em virtude do
seu gosto pouco agradável e a tendência de criar problemas estomacais.
Em
1897, um empregado da Bayer, Felix Hoffman, descobriu um uma forma mais
fácil e mais agradável de tomar a aspirina. Algumas evidências mostram
que o trabalho de Hoffman foi, na verdade, realizado pelo químico Arthur
Eichengrun, cujas contribuições foram encobertas durante a era nazi.
Após
obter os direitos de patente, a Bayer começou a distribuir a aspirina
em forma de pó aos médicos a fim de que prescrevessem a administração de
apenas uma grama por vez. A marca registada ‘Aspirina’ derivou de ‘a’
de acetila; ‘spir’ da planta ‘spirea’, uma fonte do salicina; e o sufixo
‘ina’ comumente usado para medicamentos. A aspirina tornou-se
disponível no formato tablete e sem necessidade de prescrição médica em
1915. Dois anos depois, quando a patente da Bayer expirou durante a
Primeira Guerra Mundial, a companhia perdeu os direitos da marca
registada da aspirina em vários países.
Após
a entrada dos Estados Unidos na Guerra contra a Alemanha em Abril de
1917, o Registo de Propriedade Estrangeira, uma agência governamental
que administra propriedades estrangeiras nos Estados Unidos, bloqueou os
activos da empresa Bayer-U.S.. Dois anos mais tarde, a Bayer – nome e
marca registada para os Estados Unidos e Canadá – foi arrematada em
leilão, sendo adquirida pela Sterling Products Company, depois Sterling
Winthrop, por 5,3 milhões de dólares.
A
Bayer na Alemanha tornou-se parte da IG Farben, o grande conglomerado
industrial químico que fazia parte do coração financeiro do regime nazi.
Após a Segunda Guerra Mundial, os Aliados separaram as duas companhias e
a Bayer emergiu novamente como uma empresa independente. A venda do
produto aspirina aos Laboratórios Miles em 1978, acrescentou ao
acetilsalicílico uma linha de produtos que incluiu o Alka-Seltzer e uma
série de comprimidos vitamínicos.
Em
1994, a Bayer comprou à Sterling Winthrop a linha de medicamentos sem
necessidade de receita médica retomando os direitos sobre a marca
registada, o nome e o logo permitindo-lhe negociar o seu mais famoso
produto em todos os quadrantes do planeta.