D. Pedro
casou-se com D. Branca de Castela em 1328, em consequência do acordo
entre Afonso IV de Portugal e Afonso XI de Castela. Porém, Branca foi
repudiada no ano seguinte, devido a ter debilidades físicas e mentais.D.
Pedro (que somente seria rei em 1357) casou-se posteriormente com D.
Constança por procuração a 28 de fevereiro de 1336, em Évora. No entanto
D. Constança só chegou a Portugal a 7 de julho de 1340, pois Afonso XI
de Castela, a quem estava prometida, reteve-a prisioneira na povoação
castelhana de Toro. Este facto originou uma guerra que terminou com a
vitória de Portugal e a vinda de D. Constança.
Como
dama de companhia trouxe Inês de Castro, uma fidalga galega, pela qual
D. Pedro se apaixonou e da qual acabaria por ter quatro filhos. D.
Constança apercebeu-se da atração do marido pela dama galega e para
impedir que alguma ligação surgisse entre eles pediu a Inês de Castro
para ser madrinha de D. Luís, seu segundo filho. Assim, além da
condenação do adultério pelo Direito Canónico, havia também o
impedimento da ligação carnal entre compadres, unidos por laços de
sangue. No entanto, a morte de D. Luís, uma semana depois, deitaria por
terra estes planos.
D.
Pedro e D. Constança tiveram três filhos: D. Maria, nascida a 6 de
abril de 1342 em Évora, que se casou em 1354 com D. Fernando de Aragão e
morreu depois de 1363 em Aveiro, sendo sepultada no Mosteiro de Santa
Clara em Coimbra; D. Luís, afilhado de Inês de Castro e que morreu uma
semana depois de ter nascido, em 1344; e D. Fernando (futuro rei D.
Fernando I), nascido em Coimbra a 1 de outubro de 1345 e falecido em
1383.
D. Constança morreu em 1345 (alguns advogam a data de 1349), pouco tempo após o nascimento do seu último filho. Não chegaria a ver o seu marido subir ao trono português.O seu túmulo encontra-se no Museu do Carmo, em Lisboa.
D. Constança Manuel
D. Pedro I de Portugal
D. Inês de Castro
Chegara a Portugal D. Constança
E com ela a formosa Inês de Castro
De olhos verdes em rosto de alabastro
Gentil colo de garça e loira trança.
É a esposa esquecida e sem tardança
D. Pedro segue, fascinado, esse astro
De amor fatal cujo sangrento rastro
Ficou na História em trágica lembrança.
E não sei qual foi mais desgraçada,
Se a zelosa esposa desdenhada
Se a desditosa e sedutora amante…
Mas Constança, acredito, preferia
Ter a morte de Inês – morte sombria
E ser amada ao menos um instante!
E com ela a formosa Inês de Castro
De olhos verdes em rosto de alabastro
Gentil colo de garça e loira trança.
É a esposa esquecida e sem tardança
D. Pedro segue, fascinado, esse astro
De amor fatal cujo sangrento rastro
Ficou na História em trágica lembrança.
E não sei qual foi mais desgraçada,
Se a zelosa esposa desdenhada
Se a desditosa e sedutora amante…
Mas Constança, acredito, preferia
Ter a morte de Inês – morte sombria
E ser amada ao menos um instante!
Luís de Camões - Sonetos