SONETO
Lusitânia querida! Se não choro
Vendo assim lacerado o teu terreno,
Não é de ingrata filha o dó pequeno;
... Rebeldes julgo os ais, se te deploro.
Admiro de teus danos o decoro.
Bebeu Sócrates firme seu veneno;
E em qualquer parte do perigo o aceno
Encontra e cresce o teu valor, que adoro.
Mais que a vitória vale um sofrer belo;
E assaz te vingas de opressões fatais,
Se arrasada te vês, sem percebê-lo.
Povos! a independência que abraçais
Aplaude, alegre, o estrago, e grita ao vê-lo:
"Ruína sim, mas servidão jamais!"»
MARQVESA DE ALORNA, POESIAS, Sá da Costa, 1941
![«SONETO
Lusitânia querida! Se não choro
Vendo assim lacerado o teu terreno,
Não é de ingrata filha o dó pequeno;
Rebeldes julgo os ais, se te deploro.
Admiro de teus danos o decoro.
Bebeu Sócrates firme seu veneno;
E em qualquer parte do perigo o aceno
Encontra e cresce o teu valor, que adoro.
Mais que a vitória vale um sofrer belo;
E assaz te vingas de opressões fatais,
Se arrasada te vês, sem percebê-lo.
Povos! a independência que abraçais
Aplaude, alegre, o estrago, e grita ao vê-lo:
"Ruína sim, mas servidão jamais!"»
MARQVESA DE ALORNA, POESIAS, Sá da Costa, 1941
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SONETO
Lusitânia querida! Se não choro
Vendo assim lacerado o teu terreno,
Não é de ingrata filha o dó pequeno;
... Rebeldes julgo os ais, se te deploro.
Admiro de teus danos o decoro.
Bebeu Sócrates firme seu veneno;
E em qualquer parte do perigo o aceno
Encontra e cresce o teu valor, que adoro.
Mais que a vitória vale um sofrer belo;
E assaz te vingas de opressões fatais,
Se arrasada te vês, sem percebê-lo.
Povos! a independência que abraçais
Aplaude, alegre, o estrago, e grita ao vê-lo:
"Ruína sim, mas servidão jamais!"»
MARQVESA DE ALORNA, POESIAS, Sá da Costa, 1941
Lusitânia querida! Se não choro
Vendo assim lacerado o teu terreno,
Não é de ingrata filha o dó pequeno;
... Rebeldes julgo os ais, se te deploro.
Admiro de teus danos o decoro.
Bebeu Sócrates firme seu veneno;
E em qualquer parte do perigo o aceno
Encontra e cresce o teu valor, que adoro.
Mais que a vitória vale um sofrer belo;
E assaz te vingas de opressões fatais,
Se arrasada te vês, sem percebê-lo.
Povos! a independência que abraçais
Aplaude, alegre, o estrago, e grita ao vê-lo:
"Ruína sim, mas servidão jamais!"»
MARQVESA DE ALORNA, POESIAS, Sá da Costa, 1941