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abril 21, 2016

90.º Aniversário da Rainha Isabel II

Soberana do Reino Unido, filha do rei Jorge VI (1895-1952) e de Elizabeth Bowes-Lyon (1900-2002), nasceu a 21 de abril de 1926, quando seus pais, casados em 1923, eram ainda duques de York e não esperavam jamais reinar. Mas em dezembro de 1936 tudo se modificou, quando o recém coroado rei Eduardo VIII abdicou do trono inglês para poder contrair matrimónio com uma senhora norte-americana, divorciada, chamada Wallis Simpson, o que fez com que seu irmão Alberto se tornasse no novo monarca sob o nome de Jorge VI, passando a sua sobrinha Isabel a ser a princesa herdeira.
Isabel foi educada no palácio de Buckingham e no castelo de Windsor por precetores privados (como a sua avó paterna, a rainha Maria), tendo recebido um conjunto de lições de História, Direito, Arte e Música. Em 1942 ascendeu ao posto de coronel do Corpo de Granadeiros e em 1944 substituiu seu pai no Conselho de Estado, que superintendia à guerra contra a Alemanha. Seu pai deslocou-se nesse ano a Itália para inspecionar a frente inglesa no ataque Aliado naquele país. Nem Isabel nem a sua irmã Margarida (1930-2002), apesar dos apelos para tal, abandonaram a Inglaterra como medida de precaução face aos bombardeamentos que a Luftwaffe alemã infligia sobre Londres. Como princesa herdeira que era e com uma consciência de Estado notável, ainda antes da maioridade Isabel assumiu responsabilidades públicas e humanitárias, como presidente do Hospital Infantil Queen Elizabeth, em Hackney, e da Sociedade Nacional para a Prevenção da Violência Infantil. Em 1945 integrou até, como subalterna, o Serviço de Auxílio Territorial (ATS).
Depois da Guerra, entre fevereiro e abril de 1947, deslocou-se à África do Sul na sua primeira viagem oficial ao estrangeiro. Em 20 de novembro desse mesmo ano casou com o tenente da Royal Navy Filipe de Mountbatten (1921- ), na abadia de Westminster. Filipe é filho do príncipe André da Grécia e da princesa Alice de Battenberg, sendo sobrinho do vice-rei da Índia Lord Louis Mountbatten e tetraneto da rainha Vitória. Primo afastado de Isabel, portanto, tinha renunciado aos seus direitos sobre o trono grego em 1944 e em fevereiro de 1947 ao título de príncipe da Grécia e da Dinamarca. O casal, que adotou o título de duques de Edimburgo e tinha a dignidade de pares do Reino, recebeu a Ordem da Jarreteira, a mais alta condecoração britânica. Tiveram quatro filhos: Carlos (Charles Philip Arthur George), nascido em 1948, duque da Cornualha e de Rothesay, conde de Chester e de Carrick, barão de Renfrew e desde julho de 1958 príncipe de Gales e herdeiro do trono (casou em 29 de julho de 1981 com Lady Diana Spencer, de que se divorciou em 1996, um ano antes da morte desta, tendo o casal tido dois filhos, Guilherme, futuro príncipe de Gales, n. 1982, e Henrique, n. 1984); Ana (Anne Elizabeth Alice Louise), nascida em 1950, princesa da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte e princesa real; André (Andrew Albert Christian Edward), príncipe da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte, duque de York, nascido em 1960; Eduardo (Edward Anthony Richard Louis), nascido em 1964, príncipe da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte e conde Wessex.
Com 25 anos de idade, Isabel foi proclamada rainha do Reino Unido, da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte, por ocasião da morte de seu pai em 6 de fevereiro de 1952. Achava-se a princesa com seu marido em visita oficial ao Quénia quando tomou conhecimento da notícia da morte de seu pai. Em 2 de junho de 1953 foi solenemente coroada na abadia de Westminster como a quarta soberana da Casa de Windsor. Em fevereiro de 1957 seu marido, Filipe, recebeu a dignidade de príncipe da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte. Apesar de ter recebido o apelido de Mountbatten pelo casamento, a conselho do Governo, Isabel, dois meses após a coroação, retomou legalmente o de Windsor.
São mais de 700 as organizações de todos os géneros que Isabel II apadrinha ou preside com carácter honorífico. Entre as suas prerrogativas reais, é a ela que cumpre, depois de eleições, a leitura do programa de governo do partido vencedor, receber em audiência o primeiro-ministro uma vez por semana (terças-feiras ao meio-dia), conceder as ordens da Jarreteira e do Cardo e nomear os Cavaleiros. É ainda a cabeça da Igreja de Inglaterra e comandante em chefe do Exército, da Armada e da Força Aérea reais, para além de ainda manter o posto de coronel em chefe de todos os regimentos da Guarda Real e do Corpo de Engenheiros Reais, para além de capitão general do Regimento de Artilharia Real.
É ainda a chefe máxima da Commonwealth e, no jubileu de ouro de 2002, passou a ser chefe de Estado nominal (simbolicamente) dos outros quinze países (para além do Reino Unido) pertencentes a esta estrutura pan-britânica que não instauraram o regime republicano (Antígua e Barbuda, Austrália, Baamas, Barbados, Belize, Canadá, Granada, Jamaica, Nova Zelândia, Papua-Nova Guiné, Ilhas Salomão, Saint Kitt's & Nevis, São Vicente e as Granadinas, Santa Lucia e Tuvalu). Ao longo deste meio século, em determinadas ocasiões, no trono britânico, Isabel II foi também chefe nominal de muitas outras antigas colónias inglesas, que se tornaram entretanto estados independentes, até que aboliram a monarquia e se transformaram em repúblicas (Fiji, Gâmbia, Ghana, Guiana, Quénia, Malawi, Malta, Maurícia, Nigéria, Paquistão, Zimbabwe, Serra Leoa, África do Sul, Sri Lanka, Tanzânia, Trinidad e Tobago e Uganda.
É considerada a mulher mais rica do mundo atualmente, sendo também o terceiro estadista em termos de longevidade no poder, apenas superada pelo rei Bhumibol Adulyadej, da Tailândia (desde 1946) e pelo príncipe Rainier III do Mónaco (desde 1949). É ainda conhecida pela sua capacidade de trabalho, que começa todas as manhãs ao tomar conhecimento do mundo e principalmente dos assuntos do seu país, que trata minuciosamente, com dignidade e elevado sentido de Estado nas suas reuniões com os primeiros-ministros que conheceu nestes cinquenta anos de reinado e em todas as suas visitas e aparições públicas.
1992 foi o seu anno horribilis, como ela própria comentou na sua mensagem de Natal desse ano: divórcios de seus filhos Carlos e André, envoltos em escândalos públicos e incêndio de parte do castelo de Windsor.
Dez anos depois, apesar da alegria do Jubileu, morriam a sua mãe e a sua irmã Margarida com poucos meses de intervalo. Mas uma vez mais Isabel II soube recompor-se e assumir a sua dignidade e postura de mulher de luta e de elevado sentido de Estado e capacidade de trabalho.
Isabel II. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012.