janeiro 22, 2016

Livro ilustrado sobre Antoine de Saint-Exupéry editado em Portugal


Publicação da nova editora Jacareca foi considerado um dos melhores livros para crianças de 2014 pelo "New York Times". "O piloto e o Principezinho" é uma biografia do autor de "O principezinho"
Texto de Lusa • 22/01/2016 - 11:35


O livro ilustrado "O piloto e o Principezinho", do autor checo Peter Sís, sobre Antoine de Saint-Exupéry, acaba de ser editado em Portugal pela Jacareca, uma nova chancela, de literatura para crianças, da editora independente Ítaca.

Considerado pelo "New York Times" um dos melhores livros para crianças de 2014, "O piloto e o Principezinho" chega agora a Portugal, apresentando uma biografia do piloto francês e autor da obra "O principezinho".

Num registo semelhante ao que já tinha feito sobre a vida e obra de Charles Darwin, em "A árvore da vida", Peter Sís conta a história de "um grande aventureiro" que nasceu em 1900, numa "época fervilhante de grandes descobertas em todo o mundo".

O texto é remetido para a parte inferior de cada página, ficando o restante espaço ocupado pela ilustração, profusamente detalhada, conjugando desenho e pequenos apontamentos enciclopédicos sobre Saint-Exupéry.

Este livro informativo de Peter Sís, Prémio Hans Christian Andersen 2012, inaugurou a Jacareca, fundada por Isabel Castro Silva. Outro dos títulos inaugurais da editora é "Escolhe a tua aventura — O astrocão e a gata galáctica", do autor norte-americano R. A. Montgomery, com ilustração de Keith Newton, uma história que obriga o leitor a escolher o rumo da mesma ao virar de cada página.

"Não tinha propriamente uma estratégia quando criei a Jacareca. Por um lado, procurava livros que estimulassem o olhar artístico, com várias camadas de significados, por outro, queria livros mais lúdicos, mais divertidos e também um prazer", explicou a editora à agência Lusa.

O catálogo da Jacareca, cujo nome remete para uma piada familiar e de infância de Isabel Castro Silva, irá guiar-se por esses dois critérios, abrangendo diferentes públicos na literatura para a infância e juventude. A "O piloto e o Principezinho", um livro "que suscita ao maravilhamento", como descreveu Isabel Castro Silva, a Jacareca juntará ainda este ano dois livros ilustrados do autor norte-americano Chris Van Allsburg, que já foram adaptados para cinema: "Jumanji" e "The Polar Express".

Está também prevista a edição de um segundo volume de "Escolhe a tua aventura", a série de seis histórias escritas por R. A Montgomery, autor que morreu em 2014. Isabel Castro Silva, que trabalhou na Relógio d'Água e na Sextante, fundou a editora independente Ítaca em 2015, ao publicar "Fénix Islâmica", de Loretta Napoleoni.


O papel da Poesia


 
A poesia imita e recria a realidade através da linguagem, do ritmo e melodia. 
Desperta sentimentos e sensibiliza. 
Foi assim que Aristóteles a definiu.

Vinte anos da RBE



Parabéns, RBE!

A chegada dos primeiros escravos a Portugal


Foi no ano de 1444 que chegaram a Lagos, no Algarve, os primeiros escravos vindos de África. Diz-se que eram cerca de 230, um valor considerado reduzido, em comparação com a média anual de 750 escravos, nos 5 anos que se seguiram.
Gomes Eanes de Zurara, o autor da obra intitulada "Crónica da Guiné", relatou a chegada dos primeiros escravos à região de Lagos da seguinte forma:
"Uns tinham as caras baixas e os rostos lavados com lágrimas, olhando uns contra os outros, outros estavam gemendo mui dolorosamente, outros feriam seu rosto com suas palmas, lançando-se tendidos no meio do chão, outros faziam suas lamentações em maneira de canto, segundo o costume da sua terra, nas quais, posto que as palavras de linguagem os nossos não pudessem ser entendidas, bem correspondiam ao grau da sua tristeza (...) Tanto que os tinham posto em uma parte, os filhos, que viam os pais na outra, alevantavam-se rijamente e iam-se para eles, as mães apertavam os mais pequenos nos braços (...) por não lhes serem tirados".

Escola dos EUA lança programa de ensino bilingue em português

Língua Portuguesa, Língua de Comunicação Internacional

Um grupo de alunos de uma escola primária de Brockton, em Massachusetts, nos Estados Unidos, será o primeiro a experimentar um programa de imersão em português, com disciplinas leccionadas em ambas as línguas, para promover o bilinguismo. A directora de educação bilingue para as escolas públicas daquela zona explicou que a iniciativa estará aberta “a qualquer família que queira desenvolver o bilinguismo e a biliteracia” e que “50% da instrução será dada em inglês e 50% será dada em português.”
Através de sorteio, 50 crianças cujos pais tenham concordado com a sua inclusão serão divididas em duas turmas e vão fazer parte do projecto até ao quinto ano. Dois professores vão estar responsáveis pelo planeamento do currículo para assegurar a transição entre as duas línguas.
Kellie Jones explicou ao jornal The Enterprise que a escolha recaiu sobre o português por ser a sexta língua mais falada no mundo, citando uma lista publicada pelo governo dos EUA com as línguas de que o país tem mais necessidade e nomeando a grande comunidade portuguesa, brasileira e cabo-verdiana que existe em Massachusetts.
O programa estará limitado a crianças com família de países de expressão portuguesa. “Podemos construir com base naquilo que já existe e ajudar a desenvolver capacidade importantes para o século XXI”, disse a responsável. Os pais poderão candidatar-se já em Fevereiro, quando matricularem os filhos para o próximo ano lectivo. O sorteio acontece em Maio

22 de Janeiro de 1901: Morre a Rainha Vitória , a "avó da Europa"

Alexandrina Vitória, filha de Vitória Maria Luísa, descendente do duque de Saxe-Coburgo-Saalfeld, e de Eduardo Augusto, duque de Kent, 4.° filho do rei Jorge III, nasceu no Palácio de Kensington, Londres, a 24 de maio de 1819.
A 20 de junho de 1837, com apenas 18 anos, Vitória ascendia ao trono de Inglaterra por morte do seu tio Guilherme IV, que não deixara descendência, dando início ao mais longo reinado da história da Inglaterra e um dos mais famosos, que inclusivamente deu nome a uma era britânica, a Vitoriana.
Quando subiu ao trono, Vitória era uma estranha para os seus súbditos, mas à sua morte tinha construído uma reputação e respeito que extravasava as fronteiras do mundo britânico. De início, Vitória foi guiada, política e socialmente, pelo Primeiro Ministro Whig, William Lamb (1834, 1835-41), 2.° visconde de Melbourne, que manteve sobre ela grande influência até se casar com o seu primo Alberto, Príncipe de Saxe-Coburgo-Gotha, a 10 de maio de 1840.
Até se tornar esposa deste Príncipe, Vitória foi educada pela sua governante de origem alemã, a Baronesa Lehzen, que aos 11 anos a advertira para o facto de ser uma presumível candidata ao trono de Inglaterra. O seu pai, Eduardo Augusto, duque de Kent, o irmão mais novo de Guilherme IV, morrera em 1820 quando ela era ainda uma criança, e a sua mãe, a alemã Vitória Maria Luísa, pouco habilitada a providenciar-lhe uma educação esmerada, deixou a criança entregue aos cuidados da governanta.
O casamento modificou completamente a sua vida, pois trouxe-lhe, ao que parece, mais alegria de viver, apesar de durar apenas até 1861. Nesse ano, o primeiro marido da rainha Vitória morria prematuramente, deixando 9 descendentes e um bom exemplo de vida familiar. O primeiro dos seus filhos, Vitória, veio a ser imperatriz alemã, e o segundo filho o futuro Eduardo VII.
A sua vida familiar repartia-se, para além de Londres, entre a Casa Osborne, na Ilha de Wight (mais para o inverno), e o Castelo de Balmoral (residência estival), na Escócia, comprado em 1852 e reconstruído segundo desenhos de Alberto.
O poder constitucional que detinha era limitado; embora as suas escolhas pessoais influenciassem as resoluções políticas e as escolhas de gabinete, ela não determinava a política. Alberto, que estava sempre a seu lado, particularmente em questões de política externa, usava a sua influência para persuadir Vitória a aceitar a sua versão do monarca ideal.
Os dois estavam em acordo na antipatia que nutriam por Lorde Palmerston e suas políticas, mas não contestaram a sua liderança. Ambos estavam preocupados com a política externa, sobretudo na questão que conduziu à Guerra da Criméia, tendo apoiado a intervenção das tropas britânicas no conflito. Em 1856, a soberana instituiu a condecoração Victoria Cross, para galardoar o militar mais valioso para o seu país, e em 1857 deu a Alberto o título de Príncipe Consorte.
Após a morte do seu marido, Vitória entrou num período de depressão e nervosismo, que deu azo a fortes críticas por parte da opinião pública e das autoridades. A rainha, no entanto, fez prevalecer o seu bom senso e manteve viva a monarquia britânica.
Vitória encontrou em Benjamim Disraeli, um Primeiro Ministro judeu e conservador que destituiu Robert Peel - um homem que o seu falecido muito admirava -, um líder que a encorajou. Foi este homem, Disraeli, que em 1876 convenceu o Parlamento, sobretudo a ala liberal, a passar o Royal Titles Act, conferindo à rainha o título de imperatriz da Índia.
Ao contrário de Benjamim Disraeli, a rainha não tinha grande apreço por um dos mais autoritários líderes liberais do século XIX, William Ewart Gladstone (1809-1898), com quem manteve diversos confrontos institucionais.
Em 1887, celebrou-se um dos mais importantes eventos do seu reinado: o jubileu, comemorativo dos seus 50 anos de reinado. Nesta cerimónia, a rainha compareceu em público, na missa da Acção de Graças na Abadia de Westminster, num evento que ajudou a organizar, e no qual estavam presentes representantes de todas as partes do império.
O Jubileu Dourado, celebrado 10 anos depois foi ainda mais grandioso. Na capela de S. Jorge, em Windsor, para celebrar o dia da Ação de Graças, foi cantado um Te Deum, com música da autoria do príncipe Alberto. Os festejos culminaram quando a rainha premiu um botão elétrico que telegrafou uma mensagem do jubileu para todo o império, tentando manter-se em contacto com as grandes mudanças do seu tempo, apesar de ser muito conservadora.
Entre 1897 e 1901 houve outra ocasião muito especial. Esta ocorreu aquando da visita da rainha à Irlanda em 1900, trinta e nove anos depois da sua última visita ao país. Esta porção europeia do império esteve no centro das políticas britânicas nos dias do Ministro liberal Gladstone. O assunto manteve a sua atualidade no novo século, e mantém-na ainda hoje.
A Guerra dos Bóeres, na África do Sul, iniciada a 12 de outubro de 1899, arrastou consigo uma cadeia de insucessos militares e a oposição da Europa. Tal como no passado, a rainha apoiou os seus exércitos e festejou triunfalmente a quebra do cerco de Ladysmith a 28 de fevereiro de 1900.
No ano de 1901, morreu na sua residência de Osborne, após prolongada doença. Uma das últimas pessoas a visitá-la foi o seu neto Guilherme II, o imperador germânico, que na Primeira Guerra Mundial lideraria a Alemanha contra a Inglaterra. O "kaiser" foi um dos familiares presentes nas pomposas cerimónias fúnebres. Fechava-se um ciclo da história britânica, o da "era vitoriana", e iniciava-se um novo capítulo.
Ficheiro:Queen Victoria 1887.jpg
Rainha Vitória -1887
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Vitória com 4 anos - Stephen Poyntz Denning
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Vitória na sua coroação 
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Vitória e Alberto 1861
File:Queen Victoria Prince Albert and their nine children.JPG

Vitória e Alberto e os seus nove filhos (da esquerda para a direita Alice, Arthur O Príncipe Consorte, O Príncipe de Gales, Leopold, Louise, Rainha  Vitória com Beatrice, Alfred,  Vitória e Helena

Os Descobrimentos Portugueses

Há cinco Séculos atrás Portugal atravessou fronteiras que estavam para lá da imaginação humana. O nosso passado inspira o nosso presente e futuro. A nossa história ensina-nos que a chave para o progresso implica criatividade e coragem. Excelentes 90 segundos de filme..

Realização & produção: Hugo de Almeida
 
Ver em:
 
http://portugalglorioso.blogspot.pt/2014/04/os-descobrimentos-portugueses-em-90-seg.html
 

22 de Janeiro de 1561: Nasce o ensaísta, filósofo e político inglês Francis Bacon

Filósofo inglês, nascido em Londres a 22 de janeiro de 1561 e falecido a 9 de abril de 1626, na Torre de Londres, era filho de Sir Nicholas Bacon (Guarda do Grande Selo) e de lady Anna Cook, sendo esta uma senhora rigorosamente puritana e seguidora de Calvino. Foi a sua mãe uma das grandes influências na sua forma de pensar e na escrita, contrabalançada pela família paterna, mais ligada ao mundo da corte. Dada a sua ascendência nobre, a partir dos quinze anos foi enviado para Cambridge, onde estudou Escolástica e Filosofia no Trinity College. Assim que a sua formação terminou, em 1577, começou a trabalhar no meio diplomático, concretamente em França e com o embaixador inglês Sir Amyas Paulet. Retornou pouco depois a Inglaterra, uma vez que a família passava por uma crise financeira, e iniciou a sua formação em Direito na Gray's Inn (onde lecionaria a partir de 1589). Concluiu a mesma em 1582 e dois anos depois foi deputado no Parlamento, seguindo-se a nomeação de Conselheiro da Coroa. O seu papel foi menos brilhante nas circunstâncias que levaram o conde de Essex à morte: o conde tinha protegido Bacon quando as críticas à política de impostos da rainha Isabel I o retiraram da cena pública, tendo inclusivamente dado ao advogado uma propriedade com um palacete. No entanto Essex foi acusado de traição, de apoiar o rival escocês que pretendia ocupar o trono onde se sentava a rainha, e Bacon, depois de tentar em vão que Essex desistisse da sua simpatia, acusou-o e, consequentemente, o conde foi condenado à morte. Bacon foi depois conselheiro do rei Jaime I, que lhe deu o título de "Sir", de barão de Verulamo e de visconde de Saint Alban, foi Guarda do Grande Selo, Lorde Protetor (1617) e, no seguinte ano, Lorde Chanceler. Com uma lealdade ao rei incontestável, acreditou no absolutismo monárquico, o que provocou uma onda de descontentamento por todo o reino, sobretudo no seio do Parlamento. O Chanceler foi então acusado de receber presentes da parte de pessoas interessadas em processos litigiosos sobre os quais ele opinava, sendo exonerado de todos os seus cargos em 1621 e encarcerado na Torre de Londres. Faleceu cinco anos depois. A face filosófica de Bacon baseou-se na tentativa de marcar um ponto de viragem e criar uma nova conceção, chamada Instauratio magna scientiarum, cuja passagem à escrita não foi concluída. Anti-escolástico e profundamente empirista, preconizava uma utilização do conhecimento científico que permitisse ao Homem dominar a Natureza. Para tal era necessário que determinados preconceitos ou "ídolos" (da tribo - como a alquimia e a astrologia -, da caverna - as imposições da sociedade -, da vida pública - utilização da linguagem - e da autoridade - submissão plena à mesma), como explica nas suas obras, fossem mitigados ou ultrapassados, diluindo a sua importância. O domínio do conhecimento científico passava pela superação desses ídolos. Assim sendo, criou um método para estudar os fenómenos da Natureza e chegar ao conhecimento verdadeiro através do empirismo. Além da Instauratio magna scientiarum (composta por seis partes, escreveu diversas obras no âmbito da filosofia, como Novum organum, Meditationes Sacrae, New Atlantis, De fluxu et refluxu, Cogitationes de natura rerum, Inquisitio de motu e De interpretatione naturae. Produziu igualmente escritos de teor jurídico (Cases of treason, The elements of de common lawes of England e The learned reading os Sir Francis bacon upon the statute of uses) e literário (Colours of good and evil, History of Henry VII, De sapientia veterum e Essays).

Ficheiro:Francis Bacon, Viscount St Alban from NPG (2).jpg
Sir Francis Bacon
File:Frontispiece to 'The History of the Royal-Society of London'.jpg

Frontispício  da História da Royal Society de Londres. Bacon surge à direita

janeiro 21, 2016

VARIAÇÕES SOBRE “O JOGADOR DO PIÃO” de Ruy Belo



Ruy Belo


VARIAÇÕES SOBRE “O JOGADOR DO PIÃO”

Faz rodar o pião redondo tudo em volta
Atira a primavera e recupera o verão
Terras e tempos tudo assume esse pião
que rodopia e rouba o chão à folha solta
Joga tudo no gesto ríspido de vida
Reergue o braço a prumo arrisca nessa roda
riscada entre parede e tronco a infância toda
Tudo é redondo e torna ao ponto de partida
O sol a sombra a cal os pássaros os pés
o adro a pedra o frio os plátanos... Quem és?
Voltas? rodas? regressas? rodopias? nada
Mão do breve pião levanta ao céu a enxada
e que esta vida extensa para sempre seja
– será? – tão bem coberta que nem Deus a veja

Sábia citação de Santo Agostinho

«Pouco importa quanto fazes, o que importa é quanto amas. Pouco importa quanto tens. O que importa é o que tu és.» 

Santo Agostinho