outubro 30, 2015

Aqui nasce o Rio Mondego, na Serra de Estrela....


Salvé a ilustração....








Poema de Cecília Meireles

Tu tens um medo: Acabar.

Não vês que acabas todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo o dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.

E então serás eterno.

Cecília Meireles

Poema de Fernando Pessoa...

É uma brisa leve
Que a hora um momento teve
E que passa sem ter
Quase que tido ser.
Quem amo não existe.
Vivo indeciso e triste.
Quem quis ser já me esquece
Quem sou não me conhece.
E em meio disto o aroma
Que a brisa traz me assoma
Um momento à consciência
Como uma confidência

Fernando Pessoa

Os nossos livros brilham lá fora....

IRMÃO LOBO

Carla Maia de Almeida e António Jorge Gonçalves acabam de ser publicados na Argentina, no Brasil e na Sérvia com o apoio da DGLAB, no quadro dos seus programas de apoio a autores e ilustradores portugueses publicados no estrangeiro.

A edição portuguesa é da Planeta Tangerina...

Anadia de outros tempos....


Citação de Mia Couto...

"Estar perdido é bom. Significa que há caminhos..."

Mia Couto


Fernando Pessoa...



REGRESSO AO LAR

Há quanto tempo não escrevo um soneto
Mas não importa: escrevo este agora.
Sonetos são infância e, nesta hora.
A minha infância é só um ponto preto

Que num imóbiI e fútil trajecto
Do comboio que sou me deita fora
E o soneto é como alguém que mora
Há dois dias em tudo que projecto.
Graças a Deus, ainda sei que há
Quatorze linhas a cumprir iguais
Para a gente saber onde é que está...
Mas onde a gente está, ou eu, não sei...
Não quero saber mais de nada mais
E berdamerda para o que saberei.
3/2/1935
Álvaro de Campos - Livro de Versos .
Fernando Pessoa. (Edição crítica. Introdução, transcrição, organização e notas de Teresa Rita Lopes.) Lisboa: Estampa, 1993.

A Fada Oriana, um belo livro das Metas Curriculares...


SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN, in FADA ORIANA (1958, Porto Editora, 2014)


A RAINHA DAS FADAS

Mal chegou à beira do rio, Oriana chamou: - Peixe, meu amigo, aqui estão as pérolas.
E o peixe trouxe do fundo do rio dez fios de prata e Oriana enfiou as pérolas e fez dez colares.
Enrolou um colar à volta do pescoço, enrolou um colar à volta de cada braço e entrançou nos seus cabelos os outros sete colares.
Depois debruçou-se nas águas. Era um dia de Inverno muito luminoso e transparente. E Oriana viu o seu reflexo mais claro e mais nítido do que nunca. E nunca se tinha achado tão bonita. O brilho redondo das pérolas rodeava o seu pescoço, reflectia-se na sua pele, iluminava o seu cabelo.
- Nunca, nunca vi nada tão bonito! - exclamava ela.
- Pareces a rainha do mar, a princesa da Lua, a deusa das pérolas - disse o peixe.
- Nunca mais me vou embora da margem do rio - disse Oriana. -
Quero passar o resto da minha vida a olhar para mim.
Mas de repente Oriana calou-se. Porque ouviu no ar um silêncio. E nesse silêncio levantou-se uma voz, uma voz alta, direita e severa que chamou:
- Oriana!
Oriana estremeceu e voltou-se. Ao seu lado, no ar, estava a Rainha das Fadas.

Véspera de Halloween na BE com trabalho e reuniões....

Ontem foi um dia de grande azáfama na Biblioteca Escolar...
exposições, reuniões, planificações, visita guiada, acolhimento aos nossos visitantes, lanche....