outubro 30, 2015
Poema de Cecília Meireles
Tu tens um medo: Acabar.
Não vês que acabas todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo o dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.
Não vês que acabas todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo o dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno.
Cecília Meireles
Cecília Meireles
Poema de Fernando Pessoa...
É uma brisa leve
Que a hora um momento teve
E que passa sem ter
Quase que tido ser.
Que a hora um momento teve
E que passa sem ter
Quase que tido ser.
Quem amo não existe.
Vivo indeciso e triste.
Quem quis ser já me esquece
Quem sou não me conhece.
E em meio disto o aroma
Que a brisa traz me assoma
Um momento à consciência
Como uma confidência
Fernando Pessoa
Vivo indeciso e triste.
Quem quis ser já me esquece
Quem sou não me conhece.
E em meio disto o aroma
Que a brisa traz me assoma
Um momento à consciência
Como uma confidência
Fernando Pessoa
Os nossos livros brilham lá fora....
Fernando Pessoa...
REGRESSO AO LAR
Há quanto tempo não escrevo um soneto
Mas não importa: escrevo este agora.
Sonetos são infância e, nesta hora.
A minha infância é só um ponto preto
Que num imóbiI e fútil trajecto
Do comboio que sou me deita fora
E o soneto é como alguém que mora
Há dois dias em tudo que projecto.
Graças a Deus, ainda sei que há
Quatorze linhas a cumprir iguais
Para a gente saber onde é que está...
Mas onde a gente está, ou eu, não sei...
Não quero saber mais de nada mais
E berdamerda para o que saberei.
3/2/1935
Álvaro de Campos - Livro de Versos .
Fernando Pessoa. (Edição crítica. Introdução, transcrição, organização e notas de Teresa Rita Lopes.) Lisboa: Estampa, 1993.
Do comboio que sou me deita fora
E o soneto é como alguém que mora
Há dois dias em tudo que projecto.
Graças a Deus, ainda sei que há
Quatorze linhas a cumprir iguais
Para a gente saber onde é que está...
Mas onde a gente está, ou eu, não sei...
Não quero saber mais de nada mais
E berdamerda para o que saberei.
3/2/1935
Álvaro de Campos - Livro de Versos .
Fernando Pessoa. (Edição crítica. Introdução, transcrição, organização e notas de Teresa Rita Lopes.) Lisboa: Estampa, 1993.
A Fada Oriana, um belo livro das Metas Curriculares...
SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN, in FADA ORIANA (1958, Porto Editora, 2014)
A RAINHA DAS FADAS
Mal chegou à beira do rio, Oriana chamou: - Peixe, meu amigo, aqui estão as pérolas.
E o peixe trouxe do fundo do rio dez fios de prata e Oriana enfiou as pérolas e fez dez colares.
Enrolou um colar à volta do pescoço, enrolou um colar à volta de cada braço e entrançou nos seus cabelos os outros sete colares.
Depois debruçou-se nas águas. Era um dia de Inverno muito luminoso e transparente. E Oriana viu o seu reflexo mais claro e mais nítido do que nunca. E nunca se tinha achado tão bonita. O brilho redondo das pérolas rodeava o seu pescoço, reflectia-se na sua pele, iluminava o seu cabelo.
- Nunca, nunca vi nada tão bonito! - exclamava ela.
- Pareces a rainha do mar, a princesa da Lua, a deusa das pérolas - disse o peixe.
- Nunca mais me vou embora da margem do rio - disse Oriana. -
Quero passar o resto da minha vida a olhar para mim.
Mas de repente Oriana calou-se. Porque ouviu no ar um silêncio. E nesse silêncio levantou-se uma voz, uma voz alta, direita e severa que chamou:
- Oriana!
Oriana estremeceu e voltou-se. Ao seu lado, no ar, estava a Rainha das Fadas.
Véspera de Halloween na BE com trabalho e reuniões....
Ontem foi um dia de grande azáfama na Biblioteca Escolar...
exposições, reuniões, planificações, visita guiada, acolhimento aos nossos visitantes, lanche....
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