Cosmógrafo e matemático português, nasceu em 1502, em Alcácer do Sal, e morreu a 11 de Agosto de 1578, em Coimbra. A
infância de Pedro Nunes é pouco conhecida. Estudou na Universidade de
Salamanca talvez de 1521 a 1522, e na Universidade de Lisboa onde
obteve a graduação em medicina .
No século
XVI a
Medicina recorria à Astrologia,
vindo assim a dominar as disciplinas de Astronomia e Matemática.
Posteriormente prosseguiu os seus estudos de Medicina, mas também leccionou
várias disciplinas na Universidade de Lisboa, incluindo Moral, Filosofia, Lógica e Metafísica.
Quando, em 1537, a universidade retornou para Coimbra, ele transferiu-se para a
refundada Universidade de Coimbra para leccionar Matemática, cargo que manteve
até 1562. À época, esta era uma disciplina nova naquela instituição, tendo sido
criada com o intuito de fornecer as instruções técnicas necessárias para
a navegação,
que se tornara um tópico vital no país, à época. A Matemática tornou-se uma
disciplina independente em 1544.
Além de se dedicar ao
ensino, foi nomeado Cosmógrafo Real em 1529 e tornou-se o
primeiro Cosmógrafo-mor do Reino em 1547, cargo que exerceu até seu
falecimento.
Em 1531, João III de
Portugal encarregou-o da educação dos seus irmãos mais novos, Luís e Henrique.
Anos depois, foi também responsável pela educação do neto do rei (e futuro
rei), Sebastião.
É possível que durante a
sua estadia em Coimbra, Christopher Clavius tenha assistido às aulas de Pedro
Nunes, sendo assim influenciado pelo seu trabalho.
A mais original das suas obras intitula-se De Crepusculis (1542), onde descreve a sua invenção conhecida como nónio. Este invento é uma pequena régua que desliza ao longo de outra e permite avaliar fracções da menor divisão desta última. O nónio circular é uma pequena peça circular que desliza ao longo da circunferência de um círculo graduado e cuja construção e uso são análogos ao do nónio retilíneo. Inventou também as linhas de rumo, mais tarde designadas loxodromias. A obra científica de Pedro Nunes coloca-o entre os maiores matemáticos do seu século.
De erratis Orontii
Finaei,
1546
Nónio original de Pedro Nunes