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junho 11, 2017

Quem és tu Luís Vaz de Camões?

 

Nasceu em Chaves? Passou por Coimbra? Viveu em Constância? Lutou em Marrocos? Os registos não existem e a genialidade da obra deixa o mito crescer e consolidar-se. Quem foi então Camões, o homem? Que vida terrena teve este deus das letras portuguesas?

Na biografia incessantemente revolvida e pesquisada de Luis de Camões as certezas são muito poucas. A passagem pela Universidade de Coimbra infere-se de uma cultura literária profunda que perpassa a obra escrita e também do parentesco com D. Bento de Camões, que terá sido chanceler na academia.
Registos, esses, não os há.  Como não existem os que provem o sítio onde nasceu, as casas onde viveu ou os sítios por onde passou e terá vivido aventuras, mas onde nem sempre, quase nunca, terá sido bem-aventurado.
Da provável origem galega da família Camões estabelecida em Chaves  até Ceuta, onde a rua mais importante detém ainda o seu nome, Luis de Camões é a figura central deste documentário onde a obra se confunde obrigatoriamente com a vida perdida na falta de registos formais.
Aqui se tenta reconstruir o percurso sinuoso de um homem que, mesmo sabendo reconhecer o seu próprio talento até ao limite de não abdicar dele, nunca o viu reconhecido na dimensão que lhe é e será devida por séculos vindouros.
Luis de Camões morreu sem poder dar-se conta de que ainda mais ínclita do que a geração real sobre a qual escreveu é a obra que deixou com “Lusíadas”. Um reconhecimento que  atravessou já séculos  e continuará a elevar a Língua Portuguesa num exemplo máximo de mestria, talento e genialidade.