ESPERANÇA
Espremo o sol num poema, e bebo o sumo.
Pode muito esta humana fantasia!
Navegava a direito no meu rumo,
Quando nisto,
A monção
Desvia-me as velas da ilusão
E atola-me num mar de calmaria!
Espremo o sol num poema, e bebo o sumo.
Pode muito esta humana fantasia!
Navegava a direito no meu rumo,
Quando nisto,
A monção
Desvia-me as velas da ilusão
E atola-me num mar de calmaria!
Mas resisto,
Embebedo-me assim na solidão,
E aguardo que renasça a ventania...
(Coimbra, 18 de Março de 1953)
Miguel Torga
Diário VI
(Sete Cidades- Açores)
Embebedo-me assim na solidão,
E aguardo que renasça a ventania...
(Coimbra, 18 de Março de 1953)
Miguel Torga
Diário VI
(Sete Cidades- Açores)