A primeira
travessia aérea do Atlântico Sul foi concluída com sucesso pelos
aeronautas portugueses Gago Coutinho e Sacadura Cabral, a 17 de Junho de
1922, no contexto das comemorações do Primeiro Centenário da
Independência do Brasil. A
épica viagem teve início em Lisboa, ao largo da Torre de Belém, às
16:30h de 30 de Março de 1922, empregando um hidroavião mono motor
Fairey F III-D MkII, especialmente concebido para a viagem e equipado
com motor Rolls-Royce. Sacadura Cabral exercia as funções de piloto e
Gago Coutinho as de navegador. Este último havia criado, e empregaria
durante a viagem, um horizonte artificial adaptado a um sextante a fim
de medir a altura dos astros, invenção que revolucionou a navegação
aérea à época. Embora
a viagem tenha consumido setenta e nove dias, o tempo de voo foi de
apenas sessenta e duas horas e vinte e seis minutos, tendo percorrido um
total de 8.383 quilómetros.
Em
1991, um monumento da autoria dos arquitectos Martins Bairrada e
Leopoldo Soares Branco e do escultor Domingos Soares Branco, é
inaugurado próximo da Torre de Belém. Consiste numa réplica exacta em
inox de um dos hidroaviões que fez a viagem, o Santa Cruz, tendo no seu
interior os bustos, em tamanho natural, dos dois aviadores.
Gago Coutinho (dir.) e Sacadura Cabral (esq.) a bordo do "Lusitânia", 1922
Rota da primeira travessia aérea do Atlântico Sul
Homenagem à travessia: réplica em aço do "Santa Cruz" (Belém, Lisboa)