fevereiro 28, 2016

Poema de Fernando Namora

CAIS

Ténue é o cais
no Inverno frio.
Ténue é o voo
do pássaro cinzento.
Ténue é o sono
que adormece o navio.
No vago cais
do balouço da bruma
ténue é a estrela
que um peixe morde.
Ténue é o porto
nos olhos do casario.
Mas o que em fora nos dilui
faz-nos exactos por dentro. 


Fernando Namora

Apontamentos de Geografia...

fevereiro 27, 2016

Poema de Fernando Pessoa

Chove. Que fiz eu da vida?
Fiz o que ela fez de mim...
De pensada, mal vivida...
Triste de quem é assim!
Numa angústia sem remédio
Tenho febre na alma, e, ao ser,
Tenho saudade, entre o tédio,
Só do que nunca quis ter...
Quem eu pudera ter sido,
Que é dele? Entre ódios pequenos
De mim, estou de mim partido.
Se ao menos chovesse menos!

Fernando Pessoa

Universidade de Coimbra comemora 726 anos


Dia 1 de março a Universidade de Coimbra (UC) comemora 726 anos desde a sua fundação.
As comemorações agendadas para esse mesmo dia incluem a iniciativa "Há festa no Colégio de Jesus" (com visitas gratuitas ao Gabinete de Física e Zoologia), a inauguração da obra de reabilitação da Capela de S. Miguel, e a habitual Sessão Solene do Dia da Universidade, que decorrerá pela primeira vez na Sala dos Capelos

Opinião da escritora Alice Vieira...

"Não é pelo facto de as crianças estarem mais horas na escola que elas aprendem mais ou que elas são mais felizes.
O que a casa e a família dá—nenhuma escola pode dar.
Instrução—é com a escola.
Educação—é com a família.
Ou deveria ser.

Não empurrar as pessoas numa escada, ajudá-las quando é preciso, dizer obrigada, desculpe, com licença, se faz favor, ter um discurso mais ou menos inteligível e não apenas grunhidos, deixar o telemóvel (smartphone, iphone, etc…) no descanso enquanto se está com outras pessoas, aprender a gostar de ler, de ouvir música, de ver uma exposição, de ir ao teatro – e mais uma data de etc que todos nós conhecemos—é em casa e com a família que se aprende.
Se nós hoje já nos queixamos…imaginem se as crianças estivessem mais horas na escola!
Há uns anos fui com a Maria Keil a uma escola. E a professora falava de uma série de actividades complementares que as crianças tinham…ATL’s disto e daquilo, para isto e para aquilo, o tempo todo preenchido. Até que a Maria, naquela sua vozinha mansa, perguntou : “e quando é que elas ouvem as moscas?”
Eu sei que é difícil para os pais arranjarem tempo de qualidade para os filhos. Aí é que reside o problema : é aí que se tem de trabalhar para encontrar soluções e resolver o problema.
Nunca fazendo da escola um armazém onde se deposita a carga incómoda."
Alice Vieira | Mais Família Menos Escola

Auguste Rodin

“O mundo não será feliz a não ser quando todos os homens tiverem alma de artista, isto é, quando todos tirarem prazer do seu trabalho.”

Auguste Rodin (1840-1917), escultor francês

http://www.rodinmuseum.org/

A primeira impressão portuguesa terá ocorrido em Chaves

Sacramental.

 A primeira impressão portuguesa terá ocorrido em Chaves em 1488, mas não existem provas concretas que suportem esta tese. O incunábulo do Sacramental impresso em Chaves é considerado por alguns «o primeiro livro em língua portuguesa impresso em Portugal».
O Sacramental é um depositário da forma como deve viver o homem medieval, tratando a alimentação, as relações familiares, as relações sociais, a relação com Deus, o trabalho, o descanso, a saúde, a doença e a sexualidade, o que faz dele um documento indispensável para o estudo da sociedade medieval portuguesa.

fevereiro 25, 2016

2 grandes escritores portugueses

Gonçalo Manuel de Albuquerque Tavares, mais conhecido por Gonçalo M. Tavares, é um dos mais citados e adaptados escritores da atualidade. A sua obra já inspirou inúmeras peças de teatro, objetos artísticos, vídeos de arte, óperas entre outros. Ficou célebre o comentário de José Saramago aquando da atribuição (2005) do Prémio com o seu nome ao romance Jerúsalem: “é um grande livro, que pertence à grande literatura ocidental. Gonçalo M. Tavares não tem o direito de escrever tão bem apenas aos 35 anos: dá vontade de lhe bater!”. A sua mais recente obra “O Torcicologologista, Excelência — Diálogos, Cidade” (2015) será adaptada pela companhia de teatro da Benedita “Os Gambuzinos” numa atuação que contará com a presença do escritor.



 
 

Concurso de Poesia “Letras da Primavera”

até 2016.03.31
Concurso de Poesia > Letras da Primavera (8ª ed.)
A Câmara Municipal de Anadia promove, pelo oitavo ano consecutivo, o Concurso de Poesia “Letras da Primavera”, decorrendo o prazo para entrega dos trabalhos até ao próximo dia 31 de março.
Realizado no âmbito da celebração do Dia Mundial da Poesia (21 de março), o concurso visa consolidar hábitos de leitura e de escrita, bem como promover e valorizar a poesia enquanto expressão literária. A edição deste ano tem como tema “Anadia, Capital do Espumante”, e destina-se a autores maiores de 16 anos de idade.
Apenas serão admitidos a concurso trabalhos inéditos e não publicados, escritos em português, subordinados ao tema “Anadia, Capital do Espumante”, com um limite de um poema por autor. Os trabalhos poderão ser enviados por correio normal ou eletrónico, ou entregues pessoalmente na Biblioteca Municipal de Anadia, até 31 de março, sendo expostos no átrio da biblioteca, de 4 a 30 de abril. Durante este período, os poemas serão avaliados e sujeitos a votação pelos visitantes, mediante preenchimento de impresso próprio facultado pela biblioteca. O resultado da votação será tornado público nos websites do Município de Anadia (www.cm-anadia.pt) e da Biblioteca Municipal de Anadia (www.bm-anadia.pt), bem como através da comunicação social e da página de Facebook do Município.
Os três trabalhos mais votados receberão prémios pecuniários no valor de 100 euros (1º lugar), 75 euros (2º lugar) e 50 euros (3º lugar), devendo a cerimónia de entrega dos prémios realizar-se em julho, no âmbito do oitavo aniversário da Biblioteca Municipal de Anadia.

Normas e ficha de inscrição em:
www.cm-anadia.pt (Serviços > Biblioteca > Atividades / Notícias)
http://www.cm-anadia.pt/inde…/2014-04-02-14-22-30/atividades
LISBOA
A luz vinha devagar
Através do firmamento...
Vinha e ficava no ar,
Parada por um momento,
A ver a terra passar
No se térreo movimento.
Depois caía em toalha
Sobre as dobras da cidade;
Caía sobre a mortalha
De ambições e de poalha,
Quase com brutalidade.
O rio, ao lado, corria
A querer fugir do abraço;
Numa vela que se abria,
E onde um sorriso batia,
O mar já era um regaço.
Mas a luz podia mais,
Voava mais do que a vela;
E o Tejo e os areais
Tingiam-se dos sinais
De uma doença amarela.
Ardia em brasa o Castelo,
Tinha febre o casario;
Cada vez mais nosso e belo,
O profeta do Restelo
Punha as sombras num navio...
Nas casas da Mouraria,
Doirada, a prostituição
Era só melancolia;
Só longíqua nostalgia
De amor e navegação.
Os heróis verdes da História
tinham tons de humanidade;
No bronze da sua glória
Avivava-se a memória
Do preço da eternidade.
Nas ruas e avenidas,
Enluaradas de espanto
Penavam, passavam vidas,
Mas espectrais, diluídas
Na cor maciça do encanto.
E a carne das cantarias,
Branca já de seu condão,
Desmaiava em anemias
De marítimas orgias
De um fado de perdição.

Miguel Torga
Diário III
Lisboa, 20 de Fevereiro de 1946.

E a primavera que aí vem...






JOGO

Abro a caixa do inverno. Tiro os ventos,
as rajadas de chuva, os bancos de neve de onde
fugiram todos os pássaros. Desenrolo à minha
frente os pântanos do inverno. Ando à volta
deles para desentorpecer as pernas; sacudo
o frio das mãos; limpo a chuva que se me colou
aos cabelos. Depois volto a lançar os dados
– e avanço até à primavera.


Nuno Júdice

20 anos de RBE

A  Biblioteca Escolar gostaria de parabenizar e agradecer a Rede de Bibliotecas Escolares pelos seus 20 anos de excelente trabalho!
Parabéns a todos e a todas!
Parabéns e os nossos sinceros agradecimentos!

fevereiro 24, 2016

Google Earth na Sala de Aula....


"O ciclo d'água" para crianças. Fonte: http://water.usgs.gov/edu/

Português é a segunda língua mais falada nas escolas em Genebra

Turistas desfrutam o sol na costa do Lago de Genebra em Lutry Beach perto de Lausanne, Suíça. LAURENT GILLIERON/LUSA.
Genebra, 22 fev  – A língua portuguesa é a segunda mais falada pelos alunos do ensino primário, com 3.783 falantes contabilizados no ano letivo 2014 e 2015 em Genebra, indica hoje o jornal suíço Tribune de Genève.
As línguas principais dos alunos do ensino primário em Genebra são respetivamente o francês, com 18.757 falantes, o português com 3.783 e o espanhol com 2.030.
Entre 2014 e 2015, o ensino primário público em Genebra contabilizou 33.056 alunos, dos quais 20.238 suíços e 12.818 estrangeiros.
Com mais de 40% de alunos que falam mais de uma língua, as autoridades de Genebra querem reforçar o conhecimento da língua de origem dos alunos estrangeiros. O objetivo é duplo: favorecer a aprendizagem de um segundo idioma e facilitar a integração.
“Uma boa integração é possível se desenvolvemos vínculos com a língua e a cultura de origem”, disse o conselheiro de Estado Pierre Maudet, responsável do Departamento de Segurança e de Economia, citado pelo jornal suíço.
Neste momento, 4118 alunos em Genebra seguem cursos na sua língua de origem. Os alunos portugueses, espanhóis e italianos são os principais beneficiados deste tipo de cursos pelo facto de serem financiados pelos respetivos consulados e representaram as maiores comunidades estrangeiras do cantão suíço.
Entre 2015 e 2016, 1.175 alunos do ensino primário e 621 alunos do ensino secundário obrigatório seguiram aulas do Ensino português no estrangeiro (EPE) em Genebra, enquanto 74 seguiram aulas de português oferecidas pela associação brasileira Raízes.
De acordo com a conselheira de Estado Anne Emery-Torracinta, responsável do Departamento da Instrução, citada pelo jornal suíço, os pais de alunos estrangeiros preferem privilegiar a aprendizagem da língua francesa.
No entanto, segundo o Gabinete para a Integração de Genebra, as crianças bilingues vão aprender novos idiomas com mais facilidade. “O nosso objetivo é aumentar o número de línguas ensinadas”, disse a conselheira.
O cantão de Genebra contabiliza mais de 150 línguas faladas pela sua população.
Esta semana, a cidade suíça acolhe um fórum sobre a heterogeneidade da escola e os alunos bilingues.

Uma questão de género: «Portugueses», ou «Portuguesas e Portugueses»?

A República
Uma língua é uma visão do mundo: mencionam-se com frequência as palavras saudade e jeito ou o contraste entre ser e estar, como marcas culturais do mundo de língua portuguesa.
Vem, assim, a propósito a polémica gerada em Portugal por uma crónica publicada no jornal Público (12/02/2016), na qual o autor, o escritor Miguel Esteves Cardoso (MEC), critica acerbamente o uso recente de «as Portuguesas e os Portugueses» (em lugar do plural «os Portugueses»).
Para MEC, a referida inovação «não é apenas um erro e um pleonasmo: é uma estupidez […]», porque «quando alguém fala em “portugueses e portuguesas” está a falar duas vezes das mulheres portuguesas».
Ao que a professora e política Edite Estrela contrapõe o ideal de língua inclusiva, em comentário: «A língua portuguesa promove a igualdade? Umas vezes sim, outras vezes não, porque a língua reflete os valores, usos e costumes da sociedade.
Promove a desigualdade se usarmos uma linguagem que consagra a ideia do masculino como universal […].»
Perante tudo isto, recorde-se que as gramáticas descrevem o masculino plural como forma referente não só ao género masculino mas também ao género feminino; por exemplo, o predicativo do sujeito toma a forma de masculino plural quando os sujeitos da frase são realizados por substantivos de géneros diferentes: «o livro e a caneta são novos» (Celso Cunha e Lindley Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo, 1984, pág. 276).
Poderá a reivindicação da igualdade de género alterar alguma vez a gramática?

As Sete Idades do Homem – De William Shakespeare


As peças de Shakespeare foram escritas em versos, mas, nesta tradução para o português coloquial, abandono a ideia de rimas. O trecho a seguir, da comédia “As You Like It” (“Como Você Quiser”), é um exercício irônico de meditação sobre a passagem da vida humana, e um estímulo para que não percamos muito tempo com o eu inferior, a casca, mas busquemos viver em nosso eu superior, Atma-Buddhi, a alma imortal. O trecho pertence à Cena Sete do Ato II. Poucas falas antes, um personagem da comédia afirma:
“Agora são dez horas e você pode ver como o mundo oscila; há uma hora eram nove, dentro de uma hora serão onze; a cada hora que passa nós amadurecemos; a cada hora apodrecemos; nisso há toda uma história”.
No entanto, o desânimo em Shakespeare é aparente: a lição prática está em viver com plena atenção cada instante da vida”. Carlos Cardoso Aveline – Tradutor
As sete idades do homem
O mundo inteiro é um palco,
E todos os homens e mulheres são meros atores:
Eles têm suas saídas e suas entradas;
E um homem cumpre em seu tempo muitos papéis.
Seus atos se distribuem por sete idades.
 No início a criança
Choraminga e regurgita nos braços da mãe.
2ª E mais tarde o garoto se queixa com sua mochila,
E seu rosto iluminado pela manhã, arrastando-se como uma lesma
Sem vontade de ir à escola.
3ªE então o apaixonado,
Suspirando como um forno, com uma balada aflita,
Feita para os olhos da sua amada.
 4ªDepois o soldado,
Cheio de juramentos estranhos, com a barba de um leopardo,
Zeloso de sua honra, rápido e súbito na briga,
Buscando a bolha ilusória da reputação
Até mesmo na boca de um canhão.
5ª E então vem a justiça,
Com uma grande barriga arredondada pelo consumo de frangos gordos,
Com olhos severos e barba bem cortada,
Cheio de aforismos sábios e argumentos modernos.
E assim ele cumpre seu papel.
6ª A sexta idade o introduz
Na pobre situação de velho bobo de chinelos,
Com óculos no nariz e a bolsa do lado,
Suas calças estreitas guardadas, o mundo demasiado largo para elas,
Suas canelas encolhidas, e sua grande voz masculina
Quebrando-se e voltando-se outra vez para os sons agudos,
Os sopros e assobios da infância.
7ª A última cena de todas,
Que termina sua estranha e acidentada história,
É a segunda infância e o mero esquecimento,
Sem dentes, sem mais visão, sem gosto, sem coisa alguma.

As You Like It”, Ato II, Cena VII, em “The Complete Works of William Shakespeare”, Edited by W. J. Craig, M.A., Magpie Books, London, 1992, 1142 pp.

Jogos educativos para alunos de todos os ciclos

Jogos educativos para alunos de todos os ciclos

Biblioteca Nacional da Bielorrússia


Apresentamos a Biblioteca Nacional da Bielorrússia, situada em Minsk , foi fundada em 15 de setembro de 1922 tendo sido completamente reformada em 2006.
O seu espólio conta com cerca de 8.600.000 livros.

24 de Fevereiro de 1927: Nasce David Mourão-Ferreira, escritor e pedagogo, autor de "Entre a Sombra e o Corpo" e de "Um Amor Feliz"

Escritor português, nasceu em Lisboa, em 1927 e morreu, também nesta cidade, em 1996. Licenciou-se em Filologia Românica em Lisboa, onde chegou a ser professor catedrático, organizando e regendo, entre outras, a cadeira de Teoria da Literatura. Foi secretário de Estado da Cultura, entre 1976 e 1979; diretor do diário A Capital; diretor do Boletim Cultural do Serviço de Bibliotecas Itinerantes e Fixas da Fundação Calouste Gulbenkian, entre 1984 e 1996; diretor da revista Colóquio/Letras; presidente da Associação Portuguesa de Escritores (1984-86) e vice-Presidente da Association Internationale des Critiques Littéraires. A sua obra reparte-se pela poesia; pela crítica literária, como Os Ócios do OfícioVinte Poetas ContemporâneosHospital das Letras ou Lâmpadas no Escuro (de Herculano a Torga); pelo ensaio; pela tradução; pelo teatro; pelo romance; e também pelo jornalismo. Embora os seus primeiros poemas datem de meados dos anos 40, a sua atividade poética começou a ganhar relevo quando foi codiretor, a par com António Manuel Couto Viana e Luís de Macedo, da revista Távola Redonda (1950-1954), que, sem apresentar programa ou manifesto, se orientava para uma alternativa poética à poesia social, baseada na "revalorização do lirismo", exigindo ao poeta "autenticidade e um mínimo de consciência técnica, a criação em liberdade e, também, a diligência e capacidade de admirar, criticamente, os grandes poetas portugueses de gerações anteriores a 1950. Sem reservas ideológicas ou preconceitos de ordem estética" (VIANA, António Manuel Couto - "Breve Historial" in As Folhas Poesia Távola Redonda, Boletim Cultural da F. C. G., VI série, n.º 11, outubro de 1988), atributos a que acresciam como exigências a reação contra a "imediatez da inspiração e contra o impuro aproveitamento da poesia para fins sociais", através do equilíbrio "entre os motivos e a técnica, entre os temas e as formas" (cf. MOURÃO-FERREIRA, David - "Notícia sobre a Távola Redonda" in Estrada Larga 3, p. 392). Foi no primeiro volume da Coleção de Poesia das Edições "Távola Redonda" que publicou a sua primeira obra poética, A Secreta Viagem, onde se encontram reunidos alguns dos traços que distinguiriam a sua poética posterior, nomeadamente a preferência pela temática amorosa, o rigor formal, a continuidade e renovação da lírica tradicional como, por exemplo, a de inspiração camoniana, ou a abertura a experiências poéticas estrangeiras. No poema "Dos Anos Quarenta", relembra leituras nessa etapa de iniciação poética: Proust, Thomas Mann, Rilke, Apollinaire, a "constelação pessoana", Álvaro de Campos, "E Régio Miguéis Nemésio", bem como as circunstâncias que rodearam essa descoberta, como o "despertar do deus Eros", a guerra, a queda dos fascismos e a perseverança da ditadura salazarista.
Da sua obra poética, cuja poesia se distingue pelo lirismo culto, depurado e subtil, destacam-se os seguintes livros: A Secreta ViagemDo Tempo ao CoraçãoCancioneiro do NatalMatura Idade e Ode à Música.
A obra de David Mourão-Ferreira foi várias vezes reconhecida com prémios literários, como, por exemplo: Prémio de Poesia Delfim Guimarães, 1954, paraTempestade de verão; Prémio Ricardo Malheiros, 1960, para Gaivotas em Terra; Prémio Nacional de Poesia, 1971, para Cancioneiro de Natal; Prémio da Crítica da Associação Internacional dos Críticos Literários para As Quatro Estações; e, para Um Amor Feliz , os prémios de Narrativa do Pen Clube Português, D. Dinis, de Ficção do Município de Lisboa e o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores. Ao autor foi ainda atribuído, em 1996, o Prémio de Consagração de Carreira da Sociedade Portuguesa de Autores.

Uma imagem muito sugestiva

fevereiro 23, 2016

Tertuliando na BE...

Ontem foi assim na BE...
Um fim de tarde animado e esclarecedor...
Seguido de lanche...









fevereiro 22, 2016

FERNANDO PESSOA

'DORMIR A SORRIR E SEJA ISTO O FIM.' ATÉ AMANHÃ, AMIGOS!

FERNANDO PESSOA, in CARTAS DE FERNANDO PESSOA A ARMANDO CÔRTES-RODRIGUES (Confluência, 1944; Livros Horizonte, 1983)
COMO A NOITE É LONGA!
Como a noite é longa!
Toda a noite é assim...
Senta-te, ama, perto
Do leito onde esperto.
Vem pr'ao pé de mim...
Amei tanta coisa...
Hoje nada existe.
Aqui ao pé da cama
Canta-me, minha ama,
Uma canção triste.
Era uma princesa
Que amou... Já não sei...
Como estou esquecido!
Canta-me ao ouvido
E adormecerei...
Que é feito de tudo?
Que fiz eu de mim?
Deixa-me dormir,
Dormir a sorrir
E seja isto o fim.
(4-11-1914)

Dia Internacional da Língua Materna celebra educação de qualidade

Data foi criada pela Unesco em 1999 e é celebrada em 21 de fevereiro; o tema deste ano enfatiza a importância do idioma materno nos primeiros anos escolares da criança.
O Dia Internacional da Língua Materna é comemorado este domingo, 21 de fevereiro. A data foi criada durante a Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, em novembro de 1999.
O tema deste ano envolve qualidade de educação e está em sintonia com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 4, que trata especificamente desse assunto na Agenda 2030.
Importância
A questão enfatiza a importância do uso apropriado da linguagem para instruir as crianças nos seus primeiros anos de estudo. Geralmente, o idioma utilizado é o materno.
Segundo a Unesco, ele facilita o acesso à educação para populações que falam línguas e dialetos de minorias e indígenas, especialmente meninas e mulheres.
Além disso, o uso do idioma materno eleva a qualidade da educação e do aprendizado ao dar ênfase à compreensão e à criatividade em vez da memorização.
Preservação e Proteção
Há quase uma década, a Assembleia Geral da ONU aprovou resolução pedindo aos Estados-membros que "promovessem a preservação e proteção de todas as línguas faladas no mundo inteiro".
Nesta mesma resolução, 2008 foi proclamado o "Ano Internacional dos Idiomas" com o objetivo de promover "união na diversidade e compreensão global através do multilinguismo e multiculturalismo".
A Unesco afirma que "os idiomas representam os instrumentos mais fortes na preservação e no desenvolvimento da herança cultural tangível e intangível.
Para a agência da ONU, "todas as ações feitas para disseminar os idiomas maternos vão servir não apenas para encorajar a diversidade e a educação multilinguística, mas também propagar as tradições culturais através do mundo".
A meta é "inspirar solidariedade tendo como base a compreensão, a tolerância e o diálogo".

Dia Internacional da Língua Materna


No dia 21 de fevereiro, comemoramos o Dia Internacional da Língua Materna. A data foi instituída pela UNESCO em 1999 e visa promover a diversidade cultural linguística e a reflexão sobre a preservação das tradições linguísticas e culturais.
Compreender as mudanças na fala e na escrita, ocorridas naturalmente ou por causa de leis, é sentir de perto o idioma em movimento.
Veja mais sobre o tema em: http://abr.ai/1UaRECe

fevereiro 21, 2016

Umberto Eco

«Depois da queda do Muro de Berlim, a geografia política da Europa e da Ásia mudou radicalmente, tornando-se claro que estávamos a andar para trás. Os editores de atlas viram-se forçados a [...] inspirar-se nos velhos modelos anteriores a 1914, com a sua Sérvia, o seu Montenegro, os seus Estados Bálticos e assim por diante.
Mas a história da nossa involução não fica por aqui, e este início do terceiro milénio tem sido pródigo em passos de caranguejo.
Vejamos alguns exemplos: após cinquenta anos de Guerra Fria, o Afeganistão e o Iraque abriram as portas ao regresso triunfal da guerra combatida, ou guerra quente, com o reaparecimento dos memoráveis ataques dos «astutos afegãos» do século XIX no Passo Khaibar.
Com o choque entre o islão e o cristianismo, assistimos também ao aparecimento de uma nova temporada das Cruzadas, [...]. Reemergiram os fundamentalismos cristãos que julgávamos existirem apenas nas crónicas do século XIX, com o retomar da polémica antidarwiniana, e ressurgiu (ainda que na forma demográfica e económica) o fantasma do Perigo Amarelo.»

Umberto Eco (2012). A Passo de Caranguejo. Gradiva.

fevereiro 20, 2016

Ler é cool


Ler é cool
Porto Editora e a Coolbooks, em parceria com a Rede de Bibliotecas Escolares e a Escola Virtual, lançam um desafio às escolas, para incentivar os alunos a ler e estimular a leitura em suporte digital.
Para as escolas participarem, o professor bibliotecário deve registar no sítio do concurso os dispositivos móveis que a biblioteca escolar possui, descarregar os ebooks e divulgar a iniciativa pelos alunos dos 2.º e 3.º ciclos. 
No 2.º ciclo, os alunos, após a leitura, devem preencher um questionário em torno da obra selecionada. No 3.º ciclo, são desafiados a escrever um conto inspirado na coleção Criptocontos.
Calendarização:
Fase 1
 
 Até 26 de fevereiro de 2016
Inscrição das Bibliotecas Escolares e disponibilização das obras que integram a iniciativa.
Fase 2
 
 A partir de 29 de fevereiro de 2016
Leitura das obras (sendo este processo acompanhado pela biblioteca escolar).
Fase 3
 
 De 14 de março a 6 de maio
Abertura da plataforma para a vertente competitiva.
Haverá lembranças para todos os participantes e prémios para alunos e escolas vencedoras.
O regulamento encontra-se em anexo e toda a informação pode ser consultada na página da iniciativa.
Neste momento, já temos 3 alunas do 7º ano inscritas....

Antonie de Saint-Exupéry


Trecho do livro: O Pequeno Príncipe
Autor: Antonie de Saint-Exupéry


"É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se consegues fazer um bom julgamento de ti, és um verdadeiro sábio."

Rómulo de Carvalho



Rómulo de Carvalho morreu num dia 19 de Fevereiro no ano de 1997.
Rómulo de Carvalho viveu 90 anos.
O poeta, António Gedeão, viveu 34 anos.
"Diz a minha mãe que eu comecei a fazer versos aos 5 anos e aos 10 tive a comoção de ver os primeiros impressos e públicos.
Escrever poemas foi sempre para mim um estado de angústia, um sofrimento autêntico. Amorteci todo esse sofrimento durante anos até ao dia em que por motivos dolorosos me desfiz dele por completo na ingénua presunção de que me atrapalhava. Sobre isso passaram vinte anos.
Após eles... tive trágica conversa comigo mesmo, a sós, e resolvi nascer de novo."

Carta a Jorge de Sena, de 29-12-1963

"Poema da Eterna Presença"
Estou, nesta noite cálida, deliciadamente estendido sobre a relva,
de olhos postos no céu, e reparo, com alegria,
que as dimensões do infinito não me perturbam.
(O infinito!
Essa incomensurável distância de meio metro
que vai desde o meu cérebro aos dedos com que escrevo!)
O que me perturba é que o todo possa caber na parte,
que o tridimensional caiba no dimensional, e não o esgote.
O que me perturba é que tudo caiba dentro de mim,
de mim, pobre de mim, que sou parte do todo.
E em mim continuaria a caber se me cortassem braços e pernas
porque eu não sou braço nem sou perna.
Se eu tivesse a memória das pedras
que logo entram em queda assim que se largam no espaço
sem que nunca nenhuma se tivesse esquecido de cair;
se eu tivesse a memória da luz
que mal começa, na sua origem, logo se propaga,
sem que nenhuma se esquecesse de propagar;
os meus olhos reviveriam os dinossáurios que caminharam sobre a Terra,
os meus ouvidos lembrar-se-iam dos rugidos dos oceanos que engoliram
continentes,
a minha pele lembrar-se-ia da temperatura das geleiras que galgaram sobre a
Terra.
Mas não esqueci tudo.
Guardei a memória da treva, do medo espavorido
do homem da caverna
que me fazia gritar quando era menino e me apagavam a luz;
guardei a memória da fome;
da fome de todos os bichos de todas as eras,
que me fez estender os lábios sôfregos para mamar quando cheguei ao mundo;
guardei a memória do amor,
dessa segunda fome de todos os bichos de todas as eras,
que me fez desejar a mulher do próximo e do distante;
guardei a memória do infinito,
daquele tempo sem tempo, origem de todos os tempos,
em que assisti, disperso, fragmentado, pulverizado,
à formação do Universo.
Tudo se passou defronte de partes de mim.
E aqui estou eu feito carne para o demonstrar,
porque os átomos da minha carne não foram fabricados de propósito para mim.
Já cá estavam.
Estão.
E estarão.

ANTÓNIO GEDEÃO

A fotografia é de Eduardo Gageiro

Em honra de Umberto Eco

Na hora de recordar um grande  escritor, filósofo, semiólogo e bibliófilo italiano de fama internacional não posso esquecer A Biblioteca, livro com uma crítica às bibliotecas, que partiu de uma conferência dada no dia 10 de março de 1981, data de comemoração dos vinte e cinco anos de atividade da Biblioteca Municipal de Milão.

... Um dos mal-entendidos que dominam a noção de biblioteca é o facto de se pensar que se vai à biblioteca pedir um livro cujo título se conhece. Na verdade acontece muitas vezes ir-se à biblioteca porque se quer um livro cujo título se conhece, mas a principal função da biblioteca, pelo menos a função da biblioteca da minha casa ou da de qualquer amigo que possamos ir visitar, é de descobrir livros de cuja existência não se suspeitava e que, todavia, se revelam extremamente importantes para nós.

... A função ideal de uma biblioteca é de ser um pouco como a loja de um alfarrabista, algo onde se podem fazer verdadeiros achados e esta função só pode ser permitida por meio do livre acesso aos corredores das estantes.

... Se a biblioteca é, como pretende Borges, um modelo do Universo, tentemos transformá-la num universo à medida do homem e, volto a recordar, à medida do homem quer também dizer alegre, com a possibilidade de se tomar um café, com a possibilidade de dois estudantes numa tarde se sentarem numa maple e, não digo de se entregarem a um amplexo indecente, mas de consumarem parte do seu flirt na biblioteca, enquanto retiram ou voltam a pôr nas estantes alguns livros de interesse científico, isto é, uma biblioteca onde apeteça ir e que se vá transformando gradualmente numa grande máquina de tempos livres...».
Umberto Eco, A Biblioteca (1998)

fevereiro 19, 2016

Saint Valentine’s Day



 Saint Valentine’s Day
  School year 2015/2016
       Awards
3D
1st place- Guilherme Figueiredo do 6º B, Gonçalo Barraca do 5º C
e Gabriela Crispim do 5º C
2nd place- Vasco Cadima do 6º B e Sara Neves do 6º B       
3rd place- Diogo Duarte do 6º B e Matilde Marques do 6º B      
   Cards
1st place- Ana Silva do 5º C, Carolina Barbas do 5º D e Bernardo Martins do 5º D
2nd place- Matilde Dinis do 5º D, Sofia Teixeira do 5º D e Matilde Marques do 6º B
3rd place- Carolina Matos do 6º B, André Martins do 5º D e Daniela Melo do 5º B
   Posters
1st place- Francisca Pereira do 6º B
2nd place- Maria Inês Luís do 6º B
3rd place- Bernardo Carrilho do 6º B

The Librarian
Maria Ivone Saraiva
March, 2016

Comemorações em 2016

Em 2016 comemorar-se-ão:

- os 50 anos da Ponte 25 de Abril 
- os 75 anos da Liga Portuguesa Contra o Cancro
- os 100 anos da Força Aérea Portuguesa
- os 100 anos do nascimento de Mário Dionísio
- os 100 anos do nascimento do escritor Virgílio Ferreira
- os 100 anos da morte do escritor Mário de Sá Carneiro
- os 100 anos do Museu Grão Vasco em Viseu
- os 150 anos do nascimento do compositor Erik Satie
- os 150 anos do nascimento do Presidente da República António José de Almeida
- os 350 anos da descoberta da lei de gravidade pelo físico Isaac Newton
- os 400 anos da morte do escritor Miguel Cervantes
- os 400 anos da morte do escritor William Shakespeare
- os 450 anos do livro "Petri Nonii Salacioencis Opera" de Pedro Nunes
- os 500 anos do "Cancioneiro Geral" de Garcia de Resende
- os 500 anos da chegada dos Portugueses à Cochinchina (Vietnam)
- os 500 anos da morte do pintor Hieronymus Bosch
- os 800 anos da Ordem dos Dominicanos
- os 900 anos do Foral de Évora